03. Descobertas

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Ambos estavam em mais uma de suas reuniões matinais. 3 da tarde, no sofá, o garoto lia a frase de um livro em suas mãos.
— 'E enquanto os lábios de ambos se encontravam, sons como bips eram ouvidos em baixo do automóvel. Em poucos segundos tudo estava pelos ares e em destroços.' Essa história é triste.
— Muitas coisas são, e essa história é apenas uma delas.
O garoto permaneceu em silêncio, fechando o livro delicadamente enquanto sentia as páginas finas rasparem as pontas de seus dedos.
— Taylen, vamos fazer um exercício. Que tal.. Qual nossa primeira memória?
— Primeira memória? Não entendi.
— Por exemplo, a primeira memória que tive, foi no meu aniversário de dois anos. Fizeram uma festinha com bolo, muitos balões e toda minha família estava lá.
— Ah..
Ele virava a cabeça fazendo esforço para se lembrar, só lhe vinham memórias á mente do laboratório onde estava, aos poucos lágrimas escorriam ao longo de sua bochecha até seu queixo.
— Ei!..
Disse Lucian, mas antes que pudesse reagir, o garoto abraçava sem medo seu pescoço o surpreendendo, enquanto era abraçado apenas com sua destra a levava até os cabelos dele, lhe fazendo um breve carinho ouvindo seus soluços.
— Me lembro.. da grama verdinha.. dos cataventos, eles já estavam aqui.. a varanda de casa e a bola azul que eu brincava.. até que minha mãe gritou por socorro!..
— Ei, tudo bem, passou, passou.
O garoto soltava o pescoço de Lucian, que logo com a destra secava as lágrimas daquele rosto jovem e chorão que soluçava.
— Por que não fazemos um suco de laranja?!
O maior dizia tentando distrair Taylen de seu próprio choro.

Já mais tarde, 10 horas da noite, Lucian chegava ao sofá agora virado em uma cama com um copo de leite e logo o entregava nas mãos do garoto, que estava debaixo das cobertas quentinhas.
— Obrigado.
Ele pegava o copo de vidro com o leite quente e após agradecer tomava gole por gole. Quando o copo estava vazio o entregava para o maior, que o pegava em mãos. O garoto piscava lentamente e logo bocejava, caindo derepente no travesseiro do sofá-cama.
Lucian largava o copo vazio em cima da mesinha e se levantava em um longo suspiro, indo para seu quarto e pegando um casaco grosso e preto, o vestia pacientemente e voltava á sala, pegando o garoto delicadamente em seus braços, o abraçava carinhosamente. Após leva-lo para o lado de fora, abria seu carro lá estacionado e o deixava no banco de trás, entrando no banco do motorista e ligando o automóvel começava a dirigir. O maior após dirigir por 20 minutos, chegava em seu trabalho, no laboratório. Tirava o menor do banco de trás após estacionar e o crachá do bolso de seu grosso casaco, levando ele 'dormindo' tranquilamente para dentro do local em seus braços, destrancando algumas portas com seu crachá até chegar em sua sala onde uma equipe o esperava.
Assim ele entrava com o garoto em seus braços e dois enfermeiros o pegavam e o deitavam em uma maca, o levando para algum lugar longe dele.
— Boa noite.
A equipe respondia, seis pessoas, duas mulheres e quatro homens sentados em cadeiras. A sala branquissima reluziam seus sapatos caros, e Lucian retirava seu casaco e juntando o jaleco da mesa de centro o colocava. Até uma de suas colegas comentar
— 'Faremos algumas ressonâncias e testes de sangue como o combinado para acompanhar o desenvolvimento do garoto na última semana'.
— Certo, mas ele curiosamente não lembra de quase nada do laboratório antes do acidente, não lembra de mim.
Assim, um dos homens respondia a seguir.
— 'Você é um sortudo, só por ser líder da equipe depois do acidente o pegou só para você.'
— Por favor, não me faça ser afastado novamente por socar sua cara.
— 'É a verdade, acompanhamos ele desde que chegou aqui a muitos anos e você só não teve coragem de casar por causa dele.'
Todos olhavam o colega de trabalho e Lucian, estava com o rosto ficando vermelho, não por vergonha, mas por raiva, algo queimou dentro de si como fogo em uma reserva natural e ele tomou uma atitude rapidamente, caminhou até Diego e fechando seu punho começava a lhe dar socos. O colega de trabalho que já havia apanhado outras vezes nem teve tempo de agir contra os socos, já que Lucian cada vez mais estava em cima de seu corpo o dando golpes em seu rosto.

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