"Petrichor (In Wich Water and Mist are One.)
Chapter 2: Ambers of the Past"-----------------
Sumário: Talvez tudo que Muichirou precisasse fazer era perguntar... É tudo, menos um processo de aprendizagem.
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Algo sobre ficar com o hashira da água naquela tarde mexeu com ele. Enquanto Muichirou saía em patrulha, ele se sentia quase sereno, como se a névoa espessa sobre sua mente tivesse reduzido sua densidade, a um grau em que Muichirou não via mais seu mundo em fragmentos de uma hora para a outra. Ele estava peculiarmente ciente dos cortes de suas lâminas, do caminhar de seus pés e da maneira como a lua brilhava intensamente. Estando enraizado na rotina e no ritmo repetido de sua rota de patrulha, a consciência de Muichirou cedia a cada hora que se passava, mas agora mesmo ele se sentia leve, como a suave névoa da manhã.
Era uma pena que Muichirou simplesmente esqueceria disso tudo em poucos dias. Se ele pudesse sempre manter esse sentimento dentro de uma bolha, para sua mente armazenar, ele o protegeria com todas as suas forças. Era isso que sua mente deveria ser, coerente e consciente. Mas ser coerente não equivalia a se lembrar, ele ainda sentia as camadas concentradas de névoa escondendo algo bem no fundo. Sua consciência elevada o deixou ainda mais ciente do vazio que não deveria estar ali. Não, visitar a propriedade da água não resolveu seu problema de memória. Ele também não tinha motivos para visitar o hashira da água.
Alguns dias depois, Muichirou se esqueceu do que havia feito naquela propriedade, mas algo aconteceu lá e lhe deixou algum tipo de calidez que persistiu nos dias seguintes. Ainda que ele não soubesse de onde vinha, ele conseguia delinear um homem com seu haori descombinado em algum lugar de sua mente.
Quem é ele?
- Tokitou Muichirou! Vá para o norte! Derrote os demônios! - Ginko gritou.
Outra missão de Oyakata-sama. Com isso ele largou todos aqueles pensamentos, porque o hashira da névoa matava demônios, sem se lembrar.
***
Quem o visse, talvez pensasse que Giyuu treinava sob a chuva porque ele era o hashira da água, e que isso era apenas natural. Mas hashira ou não, ele ainda faria isso, a menos que quisesse ser constantemente inundado com águas duras do passado. Se ele continuasse se movendo, poderia bloqueá-las, nunca tendo que ser impedido pateticamente. Giyuu tentou o seu melhor para afastá-las, mantendo-as perto da costa, mas haviam momentos nos quais o tsunami atingia, e a culpa voltava triplicada.
Desta vez, o terremoto para aquele tsunami foi Urokodaki-sensei. Fazia anos desde que o viu pela última vez. Uma manhã, Giyuu saiu de sua mansão para cuidar das flores desabrochando e, coincidentemente, encontrou o antigo hashira da água parado do lado de fora de seus portões. O regador que ele segurava na mão quase escorregou quando encarou a visão familiar. Sua icônica máscara tengu não havia mudado nada, exceto por alguns arranhões aqui e ali, escondendo a verdadeira natureza de seu rosto gentil. Vê-lo era quase como voltar ao lar se não fosse pela razão a qual ele andava evitando o homem há três anos.
- Achei que seria o momento certo para eu visitar. - Ele explicou, soando exatamente como ele se lembrava.
Claro que Giyuu não iria fazê-lo ir embora só porque ele era um covarde. Então ele conduziu seu professor para dentro e deixou seu dever de jardinagem para outro momento. Ele levou seu professor à sala de visitas e o deixou lá por um tempo, para processar sua surpresa enquanto fervia a água para o chá. Seu professor, no entanto, tinha outros planos, seguindo Giyuu para a cozinha e insistindo que eles apenas conversassem na mesa de jantar.
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Petricor (No qual Água e Névoa são Um Só.)
FanfictionCom um ano conhecendo-o, eles mal trocaram palavras, e Giyuu poderia contar com cinco dedos a quantidade de vezes em que tiveram uma conversa curta. Mas não era só por causa da personalidade reservada e perdida de Tokitou, Giyuu não era diferente de...