1.Enquanto a chuva cai

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"Petrichor (In Wich Water and Mist are One.)
Chapter 1: As The Rain Falls"

Nota do(a) autor(a): "Honestamente, eu apenas quero eles como irmãos. Não acho apropriado ver isso como um ship pois não há nenhum ship envolvido aqui."

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Ele é água. Tomioka Giyuu é água. Ele é a calmaria antes da tempestade, ondas quietas e ondulantes na praia. As pessoas conheciam a água como dura e gélida, uma vez pegado pelas ondas de um tsunami e você é demolido antes mesmo de pensar em escapar de suas garras. A percepção deles era de que com a água não se deve brincar, e nem perturbar. A água por si mesma é odiada por aqueles ao seu redor, mas assim como o rio flui, Giyuu também flui, com ou sem ninguém para se importar com ele. Ele também não poderia se importar mais. Ele pode negar o quanto quiser, mas ele sabe, sempre sabe, que ele é odiado pelos outros e nada nunca vai mudar isso. De um lado, ele está bem com isso, um problema a menos para com o qual lidar já que socializar era a última das suas preocupações como o hashira da água.

Ele mora e prospera na solidão, mas todos os dias ele sente como se fosse o único a ser puxado pela correnteza infinita, viciante e imperdoável. As pessoas vêem a água como forte, superior e proposital, mas Giyuu não se sente nada além de patético, fraco e sem propósito. As vezes é como se ele fosse o óleo manchando a água. Ele conhecia duas pessoas que são mais merecedoras do título que ele sustenta, e ele faria de tudo para voltar no tempo e trocar de destino com elas.


***

O som do metal cortando era agudo no ar, apesar da chuva caindo ao redor dele. Assim foi como ele fez amizade com a solitude, treinando, afiando e usando a maior parte do seu tempo. A lâmina de sua nichirin ultramarina dançava na chuva conforme ele também se movia graciosamente sob a chuva. Era algo que ele havia visto quando era um pequeno menino vulnerável, vivendo com Urokodaki-sensei. Agora ele encontrava conforto na ideia.

O cheiro da chuva trouxe grande conforto a ele, infelizmente, com o clima japonês, ele só conseguia aproveitar ocasionalmente. Giyuu encarou o céu ao executar seus últimos movimentos. Respirando, apenas respirando e permitindo que as gotas escorressem por seu rosto, cabelo e roupas. Estes eram alguns dos melhores dias, nos quais ele poderia apreciar o momento, muito, muito distante da profunda culpa e sombra que nunca o deixariam sozinho. Por agora, ele sentiu o cheiro de petricor, e Giyuu se sentiu um com a água, distante das pessoas incômodas.

Giyuu odiava reuniões de pilares, mas era inevitável, pois era sua obrigação comparecer. Ele não gostava de se reunir com seus colegas. O jeito com o qual seriam francos com ele e lhe diriam sem rodeios que ninguém no cômodo gostava dele, fazia-o querer desaparecer e evaporar de uma só vez. Ele sabia que não merecia o título de hashira, e eles não precisavam enfatizar ainda mais para deixar a mensagem mais clara. A última reunião dos hashiras não havia sido tão ruim, porém, ainda era sufocante às vezes.

Iguro e Shinazugawa claramente o odiavam. Uzui e Shinobu possuíam uma escolha de palavras que faria você pensar que eles estavam sendo gentis durante metade da frase, apenas para serem desprezíveis com suas próximas palavras. Mitsuri, não havia como alguém gostar dele, nem mesmo a própria hashira do amor. Deveria ser fachada. Kyoujuro é Himejima-san agiam como se pudessem tolerá-lo, mas ele sabia que havia algo por trás daqueles olhos gentis e sem julgamento. E por último, Tokitou Muichirou. Assim como a própria névoa, ele era misterioso. O hashira de catorze anos mal conseguia estar mentalmente presente e sempre passivo, e ainda assim, ele sempre deixava sua presença clara e visível. Ninguém sabia como conversar com ele, e Giyuu também não.

Petricor (No qual Água e Névoa são Um Só.)Onde histórias criam vida. Descubra agora