Amor, se for por teus beijinhos.

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OBS: Sim, eu sei que elas são amigas e respeito isso totalmente, mas queria escrever algo sobre elas, então tá aí.

[....]

leitor (a),

Lhe vejo como tigresa; fatal, sedutora, uma deusa ao vento ateu que me cerca de desejos e incertezas. Incertezas sobre um romance inventado sob o pleno céu estrelado de Belo Horizonte.

Ela me agarrou certeira na multidão e me prendeu com seu encanto, sua curiosidade e jeito único de enxergar o mundo. Seus olhares rápidos não perdiam uma nota sequer que eu tocava no violão. Violão que agora descansa na parede, pois encontrei minha melodia favorita.

Sorte foi te encontrar numa tarde de domingo, e tua presença me envolve por inteiro, transbordando pelas portas, janelas e ruas do meu bairro sereno. O bairro badala de felicidade quando te vejo pelas ruas, seja a pé, de motocicleta ou bonde; de qualquer jeito, o trânsito para ao te contemplar.

Morena que me cega de tanto prazer, me entrego de corpo e alma, lhe dou tudo. Minha musa difusa que consigo distinguir entre dez milhões. Seja de botas pretas ou sandálias brancas, batom fúcsia ou vermelho, vestido de seda ou cetim. Esotérica.

Só podia ser você, Carolana.

Priscila Daroit, Belo Horizonte - MG.

[....]

Naquela noite fria em Belo Horizonte, a cidade parecia respirar um silêncio profundo, interrompido apenas pelo som suave do vento que acariciava as folhas das árvores. A luz fraca dos postes iluminava as ruas desertas, desenhando sombras longas e misteriosas nas calçadas de pedra. A cidade, envolta em uma névoa leve, parecia um cenário de sonho, onde cada esquina guardava um segredo à espera de ser desvendado.

Priscila caminhava lentamente, sentindo o frio penetrar em sua pele através do casaco grosso. O ar gelado fazia com que cada respiração fosse visível, pequenos fantasmas brancos que desapareciam rapidamente no vento. Ela puxou o cachecol mais perto do rosto, tentando se proteger da brisa cortante, enquanto seus pensamentos vagavam.

Priscila, encostada em um poste na praça, aguardava ansiosamente a chegada de Carolina. A ansiedade misturava-se à excitação pelo show de Vanessa da Mata, uma de suas cantoras favoritas, e pela companhia de sua amiga, Carolina, a quem carinhosamente chamava de "favo de mel".

Priscila pegou o celular para enviar uma mensagem e verificar se Carolina já estava por perto. Antes que pudesse digitar, sentiu uma presença atrás de si. Virou-se rapidamente, levando a mão ao peito, surpresa. Carolina estava ali, sorrindo com os olhos brilhando sob a luz suave do poste.

"Que susto, Ana Carolina," Priscila riu baixo, aproximando-se dela. Enlaçou os braços ao redor do pescoço de Carolina, puxando-a para um abraço. O cheiro doce de Carolina, uma mistura de flores doces, a envolveu. Era o seu cheiro favorito, aquele que a fazia sentir-se em casa, em seu lar.

"Desculpa, vi que você estava concentrada e pensativa, quis te passar um sustinho," Carolina disse, com um sorriso travesso.

Priscila soltou uma risada suave, sentindo o calor do corpo de Carolina contra o seu. "Você conseguiu," respondeu, os olhos fixos nos de Carolina. "Mas eu não me importo, gosto quando você me surpreende."

Caminharam juntas até o local do show, mãos entrelaçadas, sentindo o frio da noite diminuir com a proximidade dos corpos. O teatro onde Vanessa da Mata se apresentaria estava iluminado, as luzes criando uma atmosfera mágica. As vozes das pessoas na fila eram baixas, um murmúrio de excitação e expectativa que pairava no ar.

[....]

Dentro do teatro, o calor e a energia eram palpáveis. As duas se acomodaram em seus assentos, os olhares fixos no palco. Quando Vanessa da Mata apareceu, aplaudida pela plateia, o coração de Priscila acelerou. A música encheu o espaço, uma melodia suave que parecia acariciar a alma.

Darolana - One ShotOnde histórias criam vida. Descubra agora