Compartilhando Angústias e Descobrindo Sabedoria

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Agenor, intrigado com a falta de ânimo de André, não pôde conter a curiosidade:

— Mas por que essa falta de vontade, meu jovem? O que te aflige?

— É tudo muito complicado, senhor. Difícil de explicar em poucas palavras.

— Bom, eu não tenho nenhum compromisso para hoje. Estou com tempo. Se quiser desabafar, estou aqui para ouvir.

Ângelo, sentindo-se à vontade com a presença acolhedora dos dois homens, juntou-se à conversa:

— Eu também estou com tempo. Se quiser compartilhar suas aflições, pode contar conosco.

André, encorajado pela receptividade de seus novos companheiros, decidiu se abrir:

— Para começar, meu nome é André Basílio. E o de vocês?

— Meu nome é Agenor Ferreira. É um prazer conhecê-lo, André — Agenor, com um sorriso gentil, respondeu.

Ângelo, estendendo a mão, disse:

— Prazer em conhecê-los também, Agenor e André. E eu sou Ângelo Luz.

Após um breve silêncio, André retomou a palavra, buscando expressar suas angústias:

 — Eu não sei explicar direito, mas é como se

eu estivesse diante de um milhar de caminhos, cada um me levando para uma direção diferente. São tantas opções que me sinto perdido, sem saber qual escolher. Vocês entendem?

— Ah, isso... eu entendo perfeitamente, André. Passei por algo parecido quando era mais novo — Ângelo, com um olhar empático, assentiu.

— É mesmo? Como foi isso?

— Quando era mais novo, eu também criei muitas expectativas para mim mesmo. Era bom em tudo na escola, participava da banda marcial, frequentava o círculo social mais influente da cidade... Mas no fim... — Ângelo fez uma pausa dramática, deixando André e Agenor em suspense.

Agenor, tentando completar a frase, indagou:

— Mas no fim não foi o bastante?

Então, com um suspiro resignado, Ângelo, com um tom melancólico, complementou a história:

— E por fim, acabei escolhendo o caminho mais fácil. Tomei decisões precipitadas, sem pensar nas consequências, e acabei me afundando em um mar de problemas. Agora, me sinto perdido e sem rumo.

Agenor, tomado pela história de Ângelo, sentiu o calor do sol sobre sua pele enrugada enquanto observava o rosto sofrido do amigo. Agenor não pôde conter seus pensamentos:

— É fácil se julgar dessa forma, amigo. Agora que você reconhece seus erros, o importante é não repeti-los.

  André, com os olhos fixos no horizonte, ponderou as palavras de Agenor. O vento sussurrou entre as folhas das árvores, carregando consigo o aroma da terra molhada. Ele questionou:

— Mas, Seu Agenor, como é possível viver uma vida sem erros? É como se estivéssemos fadados a tropeçar e cair.

— É verdade, André. Errar faz parte da vida. É através dos nossos erros que aprendemos e crescemos — Ângelo, com um sorriso triste concordou.

Agenor, apoiando-se na bengala de madeira, discordou da visão pessimista de Ângelo. Ele retrucou com um sorriso de canto de boca:

— Não concordo, meus jovens. É perfeitamente possível viver uma vida plena e significativa sem cometer erros graves. A chave está na consciência e na responsabilidade com nossas escolhas.

Um novo silêncio se instalou entre os três homens, enquanto as palavras de Agenor ecoavam em suas mentes como o eco distante de uma canção antiga, lembrando-os de que cada passo, cada decisão, moldava o caminho que trilharam. O sol continuou a se mover pelo céu, lançando sombras em constante dança sobre o chão de pedras, como se também ele estivesse aprendendo com seus próprios erros.

Agenor, percebendo a intensidade no olhar de Ângelo, franziu as sobrancelhas e respondeu à pergunta de André com uma voz grave e experiente:

 — É simples, meu jovem. A vida nos oferece

duas opções para aprender: errarmos por conta própria ou aprendermos com os erros dos outros.

André, inclinando-se para a frente, intrigado, questionou:

— Mas como podemos aprender com os erros dos outros, Seu Agenor?

Ângelo, com a voz ainda carregada de emoção, complementou a pergunta de André:

— Eu também quero saber! Como é possível evitar os tropeços que todos parecem cometer?

Agenor, ajeitando-se no banco de madeira gasto pelo tempo, respondeu com um tom sereno, como quem desvenda um segredo ancestral:

— Realmente, meus amigos, aprender com os erros é fundamental para o nosso crescimento. Mas isso não significa que precisamos cometê-los para adquirirmos conhecimento. Podemos aprender com as experiências dos outros, observando suas falhas e seus sucessos.

Ângelo, com um sorriso triste, olhou para suas mãos calejadas e confessou:

— Faz todo o sentido. Meu pai sempre me dizia isso... mas eu nunca o escutava.

Agenor, com um olhar compadecente, dirigiu-se a André, cujos olhos brilhavam de curiosidade:

— André, você tem pai e mãe?

— Tenho sim, Seu Agenor.

Agenor, com um tom sério, o aconselhou:

— Então, não cometa o mesmo erro que Ângelo. Escute seus pais, aprenda com a sabedoria deles. Eles querem o melhor para você e podem te ajudar a evitar muitos erros na vida.

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