Lições de Vida: Aprendendo com os Erros

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Ângelo, com um olhar penetrante em Agenor, disse com voz grave, como se cada palavra fosse um soco invisível:

— Acabei de tomar uma porrada sem um contato físico. Uma daquelas que te deixam sem fôlego. Uma porrada da vida, meu amigo. E acredite, dói mais do que qualquer soco em uma briga de bar.

André, tomado pela emoção das palavras de Agenor, murmurou, de olhos úmidos:

— A vida tem dessas, né Seu Agenor? Uma rasteira quando menos esperamos.

Agenor assentiu com a cabeça, os vincos profundos em seu rosto parecendo traços esculpidos pela própria existência. Ele complementou, sua voz carregada de experiência:

— É verdade, meu jovem. A vida é como um ringue de boxe. Às vezes levamos socos físicos, mas os piores são os golpes que ferem a alma.

Esses, sim, não cicatrizam facilmente.

— Seu Agenor, suas palavras realmente tocam a minha alma. E me fazem pensar... o senhor deve ter uma vida longa e repleta de experiências para ter adquirido tanta sabedoria. 

 — Aprendi isso recentemente, meu jovem — Ele respondeu, com um tom sereno e melancólico.

Ângelo, surpreso com a revelação de Agenor, questionou com intriga, como um detetive desvendando um mistério

— Quer dizer que o senhor só descobriu essa sabedoria há pouco tempo? Que, se este encontro tivesse acontecido alguns dias atrás, as suas palavras não teriam tido o mesmo impacto?

— Quando eu era mais novo, era como vocês são agora. Jovem, impetuoso, cheio de sonhos e expectativas, mas também inseguro e indeciso. Ignorava os conselhos dos mais velhos, achava que sabia tudo. E paguei caro por isso, meus amigos. Cometi erros graves, tropecei e caí muitas vezes. E cada queda me deixava com cicatrizes profundas, tanto físicas quanto emocionais — Agenor, com um sorriso que carregava o peso de décadas, suspirou e disse.

Ele olhou para suas mãos enrugadas, como se visse nelas os mapas de uma jornada tumultuada.

André, que observava Agenor com atenção, perguntou, sua voz carregada de curiosidade e um toque de apreensão:

— Posso saber o preço que você pagou? Se não for muito incômodo, claro.

Ângelo, hesitante, respondeu primeiro, seus olhos buscando os olhos de Agenor:

— Eu também quero saber. Mas confesso que tenho um pouco de medo da resposta.

— O preço que paguei foi o mais alto que alguém pode pagar: perdi minha família.

Um silêncio pesado se instalou na praça, como se o próprio ar segurasse a respiração, enquanto as palavras de Agenor ecoavam no espaço como o som de um trovão distante.

— Eu era jovem e arrogante. Achava que era capaz de controlar tudo, que nada poderia me deter. Acreditava que a vida estava sob meu completo domínio, como um marinheiro confiante em um navio que nunca naufragaria.

Ângelo, fitando André com um olhar intenso, disse, como um sábio transmitindo ensinamentos ancestrais:

— André, preste atenção ao que o Seu Agenor está dizendo.

Agenor prosseguiu, sua voz agora mais baixa, como se estivesse compartilhando segredos com as árvores ao redor:

— Eu estava casado há 10 anos, tinha três filhos maravilhosos e duas amantes que me completavam. Era a minha melhor fase, ou pelo menos eu achava que era. Mas quando a pior fase chegou, quem me segurou a mão e me deu força foi a única pessoa que eu sempre desprezei: minha esposa.

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