O Sonho - Capítulo 5

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Os dias passavam rápido, Seo Yul sentia saudades de Jeongjingak, de sua rotina e de seus pupilos. Os meses se seguiram e Yul continuava firme com suas palavras. Ele não pretendia se casar. Sua insistência no tópico era inabalável.

Durante os meses que se passaram no Forte, Seo Yul ajudava o pai a resolver várias questões. Rumores corriam de que o general iria se aposentar, algo que foi negado pelo mesmo firmemente.

Ao longo do tempo em que esteve no norte, o mago prontamente preparou cartas para as famílias que sugeriam uma aliança. Infelizmente, ele conseguira enviar apenas quatro das dez cartas que planejava.

Após cinco meses na Fortaleza Seoho, ele se preparava para ir embora. Era preciso partir, a capital, os pupilos e o empasse dos casamentos o aguardavam.

A viagem agora levaria menos tempo. Como somente Seo Yul retornaria, ele poderia usar suas habilidades de mago na jornada de volta para casa.

Os ventos sopravam fortemente durante o amanhecer que surgia atrás do Forte. Uma pequena comissão, juntamente ao general estavam no local para se despedir de Seo Yul.

O jovem mestre de Jeongjingak carregava consigo exclusivamente pertences que lhes fossem úteis. A maioria dos outros objetos faria uma viagem mais longa de barco até a capital. Yul cumprimentou todos e se dirigiu à seu pai:

– Adeus, general, vejo o senhor em outro momento. - um leve sorriso cruzou os seus lábios.

– Adeus, meu filho. Tenha uma ótima viagem. Espero que os seus amigos possam ajudar o clã Seo da forma como você espera... – o general sorriu de forma serena.

Yul seguiu seu caminho, flutuando entre as árvores, de forma ágil e perspicaz. As montanhas eram silenciosas e somente os movimentos dos ventos faziam sons no local.

...

No primeiro dia de viagem, Seo Yul  alcançara uma boa distância. Boa o suficiente para chegar próximo à  vilarejos quase inóspitos antes do trecho árduo até o Forte.

Os pensamentos de Yul se dirigiam sempre para a situação que teria que encarar na capital. Sua mente estava inquieta, tanto quanto o seu corpo que se deslocava por meio das árvores da floresta que o cercava.

Durante seu percurso, ele avistou uma figura humana no meio da mata, ou melhor, alguém que ele não poderia ter esquecido facilmente, afinal, ela viajava com vestes incomuns há cerca de cinco meses atrás.

Mesmo que naquele momento a jovem senhora trajava-se com outras roupas, sua aparência pôde ser detectada pelo mago. O único aspecto novo em relação à ela, era que em seu ventre havia um bebê que parecia prestes a nascer.

A jovem viúva que ele vira no começo de sua jornada, vagava pela floresta, segurando sua barriga e andando com certa dificuldade. Algo dizia no fundo da mente de Yul para que o mesmo se aproximasse.

Ele seguia a observando do topo das árvores e ela parecia não perceber. Em um passo em falso, a mulher tropeçou e caiu no chão.
Seo Yul rapidamente desceu das árvores e foi de encontro com a futura mãe. Em seu rosto, havia dor, a mesma tentava tocar seu tornozelo sem sucesso.

– A senhora está bem? – perguntou o mago preocupado assim que chegou.

–... Sim... – dizia ela entre um resmungo de dor.

Os olhos de ambos se encontraram. Seo Yul percebeu pela primeira vez o quão fragilizada ela estava. Seu rosto era magro e em seus lábios não havia cor. A viúva tentou se levantar, mas seus pés não colaboravam. Yul então finalmente teve coragem para dizer:

– ... Senhora, eu posso lhe ajudar, por favor apoie-se em mim, estamos perto de um vilarejo...

Os olhos dela estavam atentos à tudo. Seu olhar desceu para as roupas de Seo Yul. Ela sabia de sua posição e com certeza não o  permitiria ajudá-la. Não quando este era um nobre e ela apenas uma plebeia. A mesma se encolheu desviando o olhar. Seo Yul se ajoelhou, aproximando-se da jovem. Ele a fitava de forma séria.

Crônicas de Daeho - Alquimia Das Almas Onde histórias criam vida. Descubra agora