Aida havia se mudado de país e deixado toda uma história de terror para trás, levando consigo apenas as coisas boas. Ela não contava que quando tinha 13 anos invocou um demônio que marcou sua alma para sempre, prometendo voltar para pegar o que lhe...
Estava terminando de me arrumar para ir à festa que mandei preparar para minha volta a Tijuana, vestia uma calça preta e uma camisa da mesma cor aberta, alguns botões propositalmente fora de suas casas, deixando minha pele preta exposta para mostrar as tatuagens que haviam em mim, e nos meus pés descansava um sapato de couro. Alguns colares, anéis e pulseiras, ajudavam a completar o estilo casual mas fino.
Me olhei no espelho uma última vez.
E viu que era bom. A piada passou pela mente, e eu ri sozinho me virando para pegar a chave da minha SUV, a minha carteira e o meu celular.
Olhei ao redor me certificando que não deixei nada para trás e desci as escadas do meu quarto encontrando um impaciente Vinny sentado em meu sofá. Ele já estava bebendo, e a certeza era uma, ou eu iria carregá-lo bêbado da festa, ou ele ia sumir com alguma mulher e eu saberia dele depois de três dias.
— Você não se desprende desse apartamento não é? — Vinny questionou enquanto se endireitava, estendendo a mão para colocar o copo na mesa de centro a sua frente.
— Aí meus culhões! Só vou àquela mansão quando precisar resolver coisas do cartel, fora a isso... esse é meu santuário — girei com a mão erguida mostrando o apartamento.
— Eu não quero mais esperar, - disse, como se isso não fosse óbvio em seu rosto — vamos para boate ou a noiva aí ainda precisa passar maquiagem?
Ignorei a sua pergunta com um revirar de olhos passando direto por ele e indo em direção a porta, notando pela minha visão periférica ele se levantar e pegar o iPhone que estava no sofá.
Vinny estava vestido hoje como um cafetão dos filmes Hollywoodianos, com o terno cor de vinho, a blusa também aberta alguns botões. Seu cabelo estava com gel colocado para trás o que deixava em evidência os piercings em suas orelhas e a corrente de prata em seu pescoço, o sapato que ele usava era um de couro preto que havia trazido para ele da Itália, - o puto iria estrea-lo hoje correndo atrás de uma buceta - as tatuagens dele estavam escondidas parcialmente, os traços pretos delas com sua pele mais branca que leite faziam um ótimo contraste.
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Assim que estacionei o carro Vinny já deu uma forma de sair, praticamente pulando para fora do veículo, e foi andando para a frente da boate, havia uma fila enorme e eu até notei alguns olhares estranhos quando chegamos e passamos na frente de todo mundo. Os seguranças e a mulher que ficavam na entrada não fizeram cerimônia alguma e me deixaram passar.
Assim que entrei na boate o cheiro de libido invadiu minhas narinas me fazendo rir. Existe lugar melhor para um demônio estar se não em uma boate numa cidade como Tijuana?
Fui direto para o bar pegando um whisky com duas pedras de gelo, o Bartender me reconheceu assim que aproximei e tratou de fazer o meu pedido o mais rápido possível. Assim que o copo me foi entregue me direcionei ao camarote que ficava na parte de cima da minha boate, no subsolo estava a gaiola, uma das muitas que o cartel de San Marino tinha por todo o México, a gaiola era onde nós fazíamos acordos, torturávamos, matávamos... Entre outras coisas, como suspeitava já havia perdido o Vinny de vista, mas também, eu não era a mãe dele para ficar cuidando da sua vida.
