( Ainda não foi revisado)
"Às vezes, as pessoas são bonitas. Não pela aparência física. Não pelo que dizem. Só pelo que são."
- Markus ZusakAonung
— Nós erramos, Tonowari — minha mãe começou, quebrando o silêncio do desjejum.
Minha mãe passou a noite queixando-se da decisão que havia tomado na manhã anterior. Suas palavras ecoavam pela cabana, misturando-se com o som das ondas lá fora. Eu pensei que o assunto já havia acabado, mas estava nitidamente enganado.
— Ronal, o assunto já se deu por encerrado. — Meu pai alisou as têmporas com os dedos, coisa que ele fazia quando estava com raiva de algo, ou alguém. O silêncio que se seguiu era pesado, de modo que chegava a ser desconfortável.
— Tonowari, eles têm sangue de demônio! O único ser normal ali é a Neytiri, e analisando suas relações, a sanidade da mesma pode ser questionada! — A voz de Ronal mostrava frustração, enquanto ela respirava fundo, tentando não se exaltar. — Eles vão trazer essa guerra sem sentido para o nosso povo. Eu estou sendo realista, as armas deles são letais. Eles matam por benefício próprio e você sabe disso.
— Nós precisamos dar-lhes uma chance, ao contrário disso, estaríamos indo contra nossos princípios. — Ele acariciou os longos cachos dela, tentando acalmá-la — Eles têm uma linda família e estão tentando sobreviver. Não podemos virar as costas para eles. — A voz dele era suave, porém firme.
— Mamãe, nós entendemos sua preocupação, mas Toruk Makto e sua família precisam da nossa ajuda. — Tsireya, que até agora estava calada, tentou apoiar nosso pai. Sua voz calma contrastando com a tensão no ar. — Eles são diferentes, eu sei, mas isso não significa que eles sejam uma ameaça. — Seu olhar se encontrou com o de nossa mãe, procurando uma faísca de compreensão.
Eu concordava com mamãe, mas preferi não me pronunciar. Na noite passada, ao expressar minha opinião, meu pai me olhou firme e disse que eu passaria muito tempo ensinando aqueles mestiços. “ Se eu souber que você não está se dedicando, as consequências vão ser sérias” ele avisou. A lembrança me fez engolir em seco, a vontade que eu senti de me rebelar foi enorme.
— E vocês realmente acreditam que nós podemos confiar neles? — Ronal respirou fundo, passando a mão na própria barriga que já tinha começado a transparecer a gravidez. — Eu espero que vocês estejam certos.
— Mamãe, Aonung e eu iremos tomar conta deles. A senhora pode confiar na gente. — Ela deu um sorriso, um daqueles que ela sempre usava com os nossos pais para conseguir o que queria.
— Eu vou? — respondi sem pensar, mas não era minha culpa se ela havia citado meu nome tão repentinamente. — Quer dizer.. Eu vou, claro que irei.
°°°
— Por favor, Tsireya, eu nunca te pedi nada. — choraminguei.
— Aonung, não começa. Isso é uma responsabilidade dos dois, você já fez o pobre Rotxo vir para nos ajudar, esse não é o momento para sair correndo!
— Eu vim porque eu quis, o Aonung não me obrigou a nada. — ele se pronunciou.
— Está vendo?
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Marés do Destino
Fanfiction" Lugar novo, pessoas novas e vida nova. " Neteyam odiava a sensação de abandonar a própria casa, abandonar o povo Omaticaya, o povo dele. Awa'atlu não era sua casa, nunca iria ser, ou pelo menos era isso que o jovem azulado achava, mas quando a vid...