ᴍᴀʀᴄᴀ ᴘᴀ́ɢɪɴᴀs

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Faculdade de enfermagem. 1 ano de cursinho, a sensação era gratificante. Com a bolsa adquirida, a quantia que seu avô a mandava e o salário do estágio, por mais que pouco. Permitiram que a garota se mudasse pra um apartamento próximo a faculdade.

Morar sozinha soava pra S/n muito mais uma obrigação do que uma conquista.

De uma kitnet até a casa mais luxuosa da zona norte de Milwaukee. Desde que estivesse sozinha, compensava.

Os pensamentos tanto de medo como de curiosidade, circulavam pela cabeça de S/n enquanto ela olha atentamente pra fora da janela do carro.

— Aquela é a sua parada? – O motorista de aplicativo pergunta apontando pro prédio alto e com aparência envelhecida na esquina.

S/n pega o celular rapidamente conferindo o número do lugar antes de responder – Aquele mesmo, número 1132.

Ele acena com a cabeça em sinal de concordância estacionando o carro em frente ao prédio – 14,30. Caso faça pix é esse QR Code aqui atrás do banco – ele diz apontando pro painel na sua frente sem se virar na sua direção.

— Certo, obrigada. Precisa enviar o comprovante? – S/n pergunta mostrando a tela do celular.

— Não, tranquilo. Já caiu aqui – ele responde desligando a tela do celular dele.

O carro vai embora e S/n fica parada em frente ao prédio por alguns minutos com sua mala na mão e sua mochila nas costas.

— Não parece tão ruim... – a garota sussurra pra si mesma subindo as escadas da frente.

Não tem porteiro.

S/n toca a campainha do lado da porta e logo uma voz rouca e masculina é ouvida através do aparelho.

— Nós não estamos aceitando visitas há 2 semanas – Claramente um segurança.

— Eu não sou visitante, eu acabei de me mudar pro apartamento 206 – Você responde de forma calma mas mostrando uma certa firmeza.

— Eu não sabia que eles estavam alugando nessa época do ano...que Deus tenha piedade da sua alma... – A voz dele se torna melancólica e logo o portão do prédio se abre.

A garota não parece dar muita corda pras palavras do segurança, ela já tinha ouvido certos boatos sobre possíveis assombrações nos prédios da zona sul da cidade.

"O dia que soltarem uma notícia de uma pessoa que morreu pra uma assombração desconhecida, eu viro crente" – ecoou no pensamento de S/n que entra no elevador apertando o 7° andar.

Não funciona.

— Tá de brincadeira comigo – diz pra si mesma soltando um leve suspiro começando a subir as escadas do prédio.

Ela chega até o andar desejado e logo escuta sons de vozes. Gente brigando. É possível ouvir uma voz masculina e uma feminina ecoando pelo corredor. Estão discutindo por causa de...comida?

Sem demora S/n segue até a porta do apartamento abrindo-a rapidamente e vendo que os poucos móveis que ela tinha comprado já estavam lá.

Ela segue em direção ao quarto colocando sua mochila e sua mala em cima da cama. Uma cama de casal. Ser espaçosa é maravilhoso quando se tem uma cama de casal.

Todos os cômodos estão bem empoeirados e alguns apresentam pequenos pedaços de mofo nas parede. A garota logo coloca música na TV.

"Genie in a bottle - Christina Aguilera"

Logo começado a limpar todos os cômodos por partes. Passando água sanitária com um borrifador nas partes das paredes que estão mofadas e organizando a casa inteira.

𝘼𝙣𝙙𝙧𝙚𝙬 𝙂𝙧𝙖𝙫𝙚𝙨 𝙖𝙣𝙙 𝙖 𝙥𝙖𝙘𝙠 𝙤𝙛 𝙘𝙞𝙜𝙖𝙧𝙚𝙩𝙩𝙚𝙨Onde histórias criam vida. Descubra agora