UM AMOR COMPRADO

ᴄᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ ǫᴜᴀᴛʀᴏ

TRAVIS-

Eu imaginava que fosse uma coroa de uns quarenta anos ou algo assim, mas não.

Quando entro no elevador não consigo parar de olhar pra ela. É jovem, loira, pálida e baixinha. Esse é o resumo dela. E isso, com certeza me intriga.

Geralmente sou chamado para saciar coroas ricas e chatas, e mesmo que não esteja a muito tempo nesse ramo de trabalho, sei que a faixa de idade é entre 30 à 60 anos.

Bem... A mais velha que peguei foi uma de 48 e mesmo assim, tinha um corpo que daria inveja nessas adolescentes por aí.

Franzo a testa.

Ela deve ter algum problema mental ou... Cara! Qualquer um transaria com ela. Fácil. Por que ela está pagando para que eu faça isso? Não estou reclamando, só que, é intrigante.

Chloe Fitzpatrick olha diretamente para frente, o rosto sério, parece estar com medo ou talvez tímida? Eu não sei! Nunca lidei com mulheres desse tipo, nem sei que tipo ela é. E por que estou quebrando minha cabeça? É só sexo. Nada mais.

Estou quase desviando meu olhar, quando ela se vira para mim e estreita os olhos escuros e brilhantes:

- Eu perdi meu cartão de débito. - anuncia, do nada.

Eu franzo ligeiramente a testa.

- Isso é uma pena, eu sint...

- Esqueci totalmente que você viria - Ela me interrompe, quase eufórica - Eu tenho que ir ao dentista.

Ela pisca os olhos. Eu balanço a cabeça concordando. Não tenho o que falar.

- Tenho que trocar a lâmpada do quarto. - murmura, as portas do elevador se abrem.

- Hm... - murmuro em resposta, saindo do elevador mas não antes de ser atacado por ela.

De repente ela coloca as mãos em minha nuca e me puxa pra baixo, colando nossos lábios de um jeito patético batendo nossos dentes.

- Porra... - xingo, com os lábios forçadamente colados ao dela.

- Au! - exclama ela ao mesmo tempo, mas sem se afastar.

Saímos do elevador e não demora para que pegue o jeito e comece a me beijar de forma intensa. Ela coloca as mãos em meu abdômen e geme. O vizinho abre a porta e nos olha, eu faço um sinal de positivo pra ele mostrando que vai tudo bem.

Só uma cliente maluca. Acontece.

Tenho vontade de dizer, mas acabo esquecendo de tudo quando Chloe envolve a mão em meu pau. Eu me afasto como se ela fosse radiativa e olho pro vizinho que nos assiste.

- Volta pra dentro. - eu ordeno a ele, e o mesmo obedece. Depois me volto pra Chloe - Abra a porta. Não posso fazer sexo em público, faz parte das regras.

Ela sorri e morde o lábio inferior, isso não deveria me afetar. Me encosto na parede e espero que ela procure as chaves na bolsa, agora que percebo o jaleco pendurado no ombro dela.

Além de bonita, é inteligente. Tem que haver algum outro defeito.

Chloe bufa impaciente e vira a bolsa de cabeça pra baixo, deixando tudo cair no corredor com um barulho surdo. Ela se agacha e vasculha entre papéis, confeitos, canetas, embalagens vazias e até uma lanterna.

- Achei! - se levanta novamente e chacoalha a chave para que eu veja.

Levanto as sobrancelhas, novamente sem saber o que comentar. Na verdade, nunca fui bom nesse negócio de se comunicar, vida social e essas coisas. Sempre fui o esquisitão no ensino médio, o que todos acham que será capaz de entrar no colégio com uma arma e matar todos sem motivos aceitáveis.