Atipicamente apaixonados - Minsung

Esquilinho desastrado

Primeiro capítulo repostado com sucesso, e com o mesmo enredo de antes, mas melhor escrito e com algumas informações a mais. Leiam, para entenderem o que mudei!

Boa leitura, pessoal!

====================================================================================

Capítulo 1

 
Recentemente tomei uma decisão importante na minha vida, decisão essa que mudaria tudo ao meu redor. Vou fazer faculdade.

Durante toda a minha vida fui cercado de limitações. Não faça isso, não coma aquilo, e entre tantas outras coisas, era o que eu escutava diariamente, e tudo isso parecia me limitar ainda mais. Durante dezenove anos fui ensinado a viver dentro de uma caixa feita sob medida para mim, e por mais confortável que fosse, eu cansei de me manter ali. Então, pela primeira vez na minha vida decidi seguir meu coração e sair dessa maldita caixa.

Ouvir minha mãe dizer que esse seria um passo grande demais me desanimou um pouco, admito, mas não é como se eu não soubesse disso, e além do mais, tomei essa decisão porque quero me sentir mais independente, e não faria muito sentido obedecer a minha mãe mais uma vez, e apesar de tudo acho que posso começar bem ingressando numa faculdade, afinal, finalmente cheguei na idade certa e quero aproveitá-la da maneira mais "normal" possível. E é exatamente por estar buscando minha total independência que (sozinho) tomei outra decisão importantíssima.

<>

Morar com uma pessoa totalmente desconhecida poderia realmente ser considerado loucura, eu sei, mas eu acredito veemente que tudo ficaria bem, fiz uma lista de prós e contras, e ignorei os contras, sendo assim, tudo daria certo. Alguns desses prós que listei são: A pessoa tem a minha idade, estuda na mesma faculdade que ingressei e parece ser alguém bem legal – pelo menos por mensagem-, e eu já sou bem grandinho para saber me defender caso acabe morando com um fugitivo do caps. Mas infelizmente, todos os pontos positivos citados acima não aliviam nada a preocupação excessiva da minha mãe, preocupação essa que eu acho totalmente desnecessária.

- Han Jisung, você não vai morar com alguém que você nem ao menos conhece, possivelmente psicopata, e que ainda por cima cursa música! – Minha mãe sempre teve uma mania estranho de dramatizar todas as mínimas coisas que acontecem na minha vida. - Meu filho, você se incomoda com o som do tintilar das chaves e quer ir morar com um músico? Você só pode estar ficando louco!

- Mãe eu não sou uma boneca de porcelana, e além do mais eu sei me cuidar muito bem, e ele ser músico não muda nada, afinal, eu levarei os abafadores.

Vi minha mãe revirar os olhos enquanto respirava fundo. Ela estava à beira de um surto e eu sabia disso, mas ela parecia nunca querer entender que eu não era mais uma criança e que sabia me cuidar muito bem. As vezes tenho a sensação de que minha mãe nunca soube lidar muito bem com a minha condição, e por isso espera que eu passe a vida inteira embaixo das asas dela, onde ela pode me proteger de todo o mal do mundo, e de vez em quando admito que me sinto tentado a ficar no conforto dos braços dela, mas eu também gostaria de ter uma vida, sabe. Acho que no final disso tudo, ela só tem medo de que eu acabe abandonando-a.

- Olha mãe, eu sei que isso preocupa a senhora, mas eu não posso deixar o autismo tomar conta da minha vida, além do mais, não é como se eu fosse morrer no primeiro passo que eu der pra fora daqui. E você sabe que o Lix vai estudar comigo, não que isso ajude, mas já é alguma coisa né?  – Felix e eu somos melhores amigos desde pequenos, e ele sempre me ajudou. Não é agora que ele me largaria. – E eu nem ao menos estou indo para outro país, é só em outro bairro. Fica tranquila tá, a senhora pode me visitar quando quiser, desde que avise antes. – Fui até ela e depositei um beijo gentil e casto em sua testa, eu precisava acalmá-la de alguma forma, se não nunca sairia dali. – Eu sei me cuidar tá.