- O que você.... seu idiota! Ela é a futura rainha - Naerys encarava o irmão mais velho com raiva, sabia que ele havia empurrado a sobrinha de propósito para lhe atingir.
- Ah, pelos deuses, só se ela fosse coroada como rainha dos bastardos. - Ele riu sem humor. - E eu já disse, ela tem genes muito fortes, com certeza não deve nem ter se arranhado.
- Nós já entendemos a piada, seu-
Aemond fechou os olhos tentando se concentrar em qualquer barulho que viesse daquela entrada, mas era difícil uma vez que seus irmãos não calavam a boca. Nada ele ouviu, nenhum suspiro, gemido de dor ou grito por ajuda, era como se Visenya tivesse desaparecido antes de atingir o chão, ou pior, ela poderia estar inconsciente, ou ainda...
- E se ela morreu?
- Não seja um tolo, Aemond, esse buraco de nada nem é tão fundo.
- Ela pode ter quebrado o pescoço, vala līve.
- Você me chamou do que, sua pirralha!?
- O que está acontecendo? - Perguntou Jacaerys seguido por Lucerys, os quais foram atraídos pela discussão entre os irmãos Targaryen.
Os filhos de Viserys se olharam em pânico.
Apenas três palavras saíram dos lábios de Naerys, o suficiente para que os garotos Velaryon saíssem correndo em busca de ajuda. Antes que qualquer auxílio chegasse, os três irmãos ouviram um murmúrio vindo da passagem obscura, parecia uma canção de ninar em Alto Valiriano, entretanto, a voz fantasmagórica não era nem um pouco semelhante a de Visenya.
Aegon foi o primeiro a partir em disparada contra a direção do som, Aemond logo em seguida, usando a desculpa de que ajudaria os Velaryon na procura por ajuda.
Sem outras opções a não ser covardia, Naerys encarou a escuridão e tomou a única decisão que lhe cabia, pulou atrás de Visenya.
No momento em que a princesa Velaryon voltou a si mesma, a iluminação do quarto pareciam fortes demais, causando-lhe uma aguda dor de cabeça. A garota soltou um grunhido, e os presentes no aposento voltaram sua atenção para ela.
Rhaenyra se apressou em aproximar a costa da mão contra a testa da filha, com cautela para que o machucado em sua pele não voltasse a sangrar. Os meistres haviam costurado o corte com precisão, mas todo o cuidado era pouco para uma área tão sensível.
- Está tudo bem, minha querida? Consegue falar alguma coisa, qualquer coisa?
O pai legítimo de Visenya se aproximou em alerta, como se pisasse em ovos numa cena na qual Laenor não pertencia. Enquanto Harwin Strong observava a menina de longe, a expressão de preocupação não deixava seu semblante, por mais que se esforçasse em demonstrar neutralidade.
Os irmãos da mais velha compartilhavam o mesmo semblante do cavaleiro, aquele era um dos momentos em que a semelhança entre o pai biológico e os filhos não poderia ser negada, nem mesmo a palavra do rei faria com que alguém acreditasse verdadeiramente.
Visenya suspirou antes de responder à mãe, palavras pareciam difíceis demais para serem formadas, mas não queria que a Targaryen ficasse preocupada, afinal, nem estava machucada tanto assim, a terra molhada pela chuva de alguns dias anteriores havia amortecido sua queda.
Seu maior problema foram os pedregulhos que rasgaram sua testa e os braços descobertos pelo vestido. O maior corte tinha sido no rosto, próximo a sobrancelha, pela dor que sentiu e o cheiro do sangue que escorria próximo ao nariz. Naerys lhe disse que Visenya parecia aterrorizante, antes que ela desmaiasse pela batida na cabeça, e talvez pelo susto quando ouviu a voz da ruiva.
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One Last Name | House of the Dragon
FanfictionDurante a Dança dos Dragões, Visenya, a primogênita e herdeira de Rhaenyra Targaryen, é lançada ao centro do conflito que divide Westeros. Incerta sobre a identidade de seu pai, mas inabalável quanto a convicção de sua linhagem Targaryen, ela se vê...