"jeans azul, camisa branca;
entrou e fez meus olhos arderem
quando chegou era como o james dean,
com certeza você tem um estiloso
inigualável e é doentio como um câncer"
Blue Jeans - Lana Del ReyIsabela Belmonte;
Pude soltar um suspiro aliviado quando fui liberada da minha ultima aula. Assessoria de Comunicação não é uma das minhas matérias favoritas, com toda certeza.
Um sorriso leve transpassa meus lábios quando me aproximo dos meus amigos em um dos bancos do campus.
— Bela, chega mais. - Raulzinho, um dos meus colegas diz enquanto eu me aproximava do banco em que eles estavam. Sento-me ao seu lado, rindo um pouco da sua agitação. — Vai mesmo conhecer o homem hoje ou já arregou?
— Meu Deus, é verdade! O Rafa comentou com a gente mais cedo. - Luana, minha melhor amiga concorda e eu a olho sentindo um leve nervosismo brotar como um frio do estômago. — Acho que ele vai estranhar você... Ou sei lá, talvez até te reviste antes de entrar na casa dele.
Torço os lábios, imaginando toda essa situação. Não é possível que Capitão Nascimento seja tão maluco assim. Eu só quero quinze minutinhos do tempo dele, nem é uma entrevista oficial e não vai parar em nenhum veiculo de comunicação.
— Qual foi? Meu pai não é um monstro não. - ouço a voz de Rafael nas minhas costas e eu giro meu corpo, apoiando o braço no banco enquanto o olhava achando graça do seu tom humorado. — Ele só acha que todo mundo que estuda na UFRJ é esquerdista/socialista, metido a ativista ou vagabundo, mas ele é da hora. - Rafa ri nessa ultima parte e se senta ao lado, passando seu braço pelos meu ombros.
— E por que ele te deixa estudar aqui então, hein? - provoco, fazendo ele dar de ombros como se fosse óbvio e de fato, é sim.
Fora toda a politicagem em instituições públicas, a UFRJ é a melhor universidade do estado. Talvez do Brasil.
Esse seminário é um projeto interessante para concluir. Vale metade da nota final do final do semestre e quero apresentar de modo exemplificado como é fácil manipular o publico quando o jornalista escreve de modo sutilmente tendencioso. Entrevistar um Capitão do BOPE e escrever de modo que distorça a sua perspectiva em favor dos que são contra a violência policial enquanto também posto, de modo tendencioso a visão de um morador de uma comunidade que já foi esculachado pelo BOPE; inclinando a mostrar que às vezes é a violência é necessária. Meu plano é colocar as duas entrevistas em confronto para provar o meu ponto.
É para um trabalho simples, não oficial. Eu só preciso da nota.
Não quero levantar uma questão social, honestamente a última das minhas preocupações é o que acontece nas favelas da cidade que moro. Reconheço e abraço meu privilégio, mas com dezoito anos, infelizmente eu não me preocupo muito com algumas causas sociais. Finjo que nada acontece e assim, mantenho minha sanidade.
— Vamos, Bela. Meu pai não tem tanto tempo hoje. - Rafa diz se levantando e eu faço o mesmo.
Estou nervosa. Capitão Nascimento é uma figura estimada por muitas pessoas. Meu pai pessoalmente ama o trabalho que ele executa e bom, ele é o pai do Rafa. De fato, sua fama não parece muito favorável, mas ele concordou com isso, talvez porque o filho pediu.
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meu sogro - capitão nascimento
Roman d'amourCapitão Nascimento, o estimado caveira que chefia a Equipe Alfa do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) - uma força de operações especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Roberto Nascimento é homem da lei. Uma lenda na s...