✧Capítulo 05✧

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  Segunda-feira, 7 de junho  de 2015 às 15h45

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  Segunda-feira, 7 de junho  de 2015 às 15h45.

_Não, eu não quero, por favor mamãe_ Mamãe estava tentando me jogar na piscina pela décima vez esse mês, para ver se eu aprendo a nadar.

_Sunwoo, nade agora, o que custar?_ Ela disse me jogando com todas as suas forças na água gelada.

  Eu não sabia nadar, minhas pernas e braços não conseguiam se mover, eu sentia que não tinha controle sobre meu corpo. Os azulejos da piscina eram brancos, assim como o chão do meu quarto, o que me dava uma sensação estranha toda vez que adormecia.

_Chega Yoona, ele não consegue_ Papai disse me puxando para fora da água.

_Desculpe mamãe_ Digo cuspindo o líquido da piscina.

_Está tudo bem meu filho, você só tem 10 anos, é muito difícil_ Disse meu pai, tentando me confortar, mas os olhos de mamãe estavam fixos mim, que me olhava com uma cara de decepção e nojo.

A sensação de ser inútil e culpar tomou conta do meu corpo frágil, o que me fez estremecer como se Seul estivesse a 8°C.

_Vá se trocar, em 20 minutos você tem aula de inglês_ Disse a mamãe_ Voltando-se para mim.

_Sim mamãe_ Eu disse saindo do colo de papai e correndo em direção ao meu quarto.

Depois do que aconteceu em 2010,  não posso mais ficar  perto da piscina, do mar ou algo assim, estar perto me dá calafrios, falta de ar e  dor no peito, mas isso  deve ser só medo, pois sou criança, certo? Às vezes, à noite, minha mãe me observava até eu adormecer. Uma vez eu perguntei  o porquê e ela apenas disse que era um sentimento de carinho e de querer, mas eu nunca entendi ela, mas ela é minha mãe, então  acho que deveria agradecer.

_Sunwoo, você é muito inteligente_ Disse minha professora particular de inglês.

_Obrigado, é que isso é muito simples_ Digo sorrindo.

   Percebi que eu sorria mais com estranhos do que com meus pais, principalmente com a mamãe... Ela me assusta muito, e não a deixo orgulhosa... Mas não importa, ela vai ter muito  orgulho de mim.

   Me sinto uma criança estranha, ninguém brinca comigo e me sinto tão sozinho, por que não gostam de mim? Falo demais? Talvez minha aparência? Ah, eu nunca irei saber a verdade, então me apeguei aos meus professores de línguas estrangeiras.

  _Pai, por que você vive longe de casa?_ Pergunto, vendo que ele me por para dormir.

_Bem, eu trabalho e você tem sua mãe_ Ele diz, mas eu não acredito, ele sempre voltar para casa cheirando outros perfumes.

_Eu entendo, papai_ Disse, esperando meu pai sair do meu quarto.

_Boa noite filho_ Sinto seu beijo na minha testa e  apenas sorrio.

  Papai saiu e fechou a porta, deixando meu quarto completamente escuro, mas depois de alguns minutos, a porta se abriu lentamente e a luz do corredor iluminou a maior parte do meu quarto. Na parede, vi a sombra da mamãe parada em frente à porta olhando para mim.

_Mamãe?

_Sim, Sunwoo? O que aconteceu?_ Ela pergunta em tom doce.

_O pai trabalha com perfumes?_ perguntei curioso.

_Não Sunwoo, por que?

_É que ele sempre chega do trabalho com um pudor diferente_ Digo me virando para olhar o rosto da minha mãe, mas ela  não estava mais na frente da porta.

    A casa ficou em silêncio por um tempo, depois só ouvi as vozes dos meus pais, me pareceu que eles estavam brigando e uma briga feia,  eu tinha falado alguma coisa ruim? Por que ela não me respondeu?

  _Ah... eu só queria saber,  porque amanhã  tenho que contar para toda a sala, sobre o que meus pais trabalham, Duti_ Converso com meu macaquinho de pelúcia que estava me olhando com um sorriso fofo e meigo.

    Depois de vários minutos, o silêncio voltou a se fazer presente em casa, mas não por muito tempo. Passos pesados se aproximaram do meu quarto, era meu pai.

_Papai!_  Sorri ao vê-lo se aproximando.

Normalmente papai dorme comigo quando ele e mamãe brigam, então posso dormir sem me preocupar com mamãe me olhando, mas aquela noite não foi o que eu esperava. Papai me puxou pelos cabelos, me derrubando no chão, fazendo com que meus pés dobrassem quando caí no chão frio.

_Papai está me machucando_ Disse, agarrando sua mão que seguravam meus cabelos grisalhos.

_Dor? Você vai ver o que realmente é a dor_ Ele gritou, puxando meu cabelo cada vez com mais forte.

_Papai! Papai, está doendo muito, pare!_ Falo chorando.

_Parar? Eu te dou  tudo e você me faz  brigar com a sua mãe!_ Meu corpo caiu violentamente no chão e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, senti uma dor absurda na barriga, onde meu pai me chutava sem parar.

   Eu não vi nada, só veio uma luz do corredor, meu corpo todo doía e meu pai não estava mais no meu quarto, meu pai me machucou... Eu era um menino mau?

_Céus! Meu pequeno!_ Dona Naraa apareceu e sorrir ao vê-la ali, mas eu estava esperando minha mãe, estava esperando minha mamãe cuidar de mim.

_Papai está bravo comigo dona Naraa... Sou um menino mau??_ Sorrir contendo as lágrimas, enquanto ela já chorava olhando para mim.

   Sinto seu abraço caloroso me envolvendo e  apenas sorrio enquanto sinto minhas lágrimas caírem.

  _Meu corpinho dói muito dona Naraa_ Digo ao deixar seus braços quentes.

   Eu a vejo levantar minha camisa e ela começa a chorar ainda mais quando diz “Oh, meu Deus”.

_Está muito ruim? Agora ninguém vai realmente querer ser meu amigo, não é?_ Senti minhas lágrimas escorrendo pelos meus pés.

_Vai, vai, você é um bom menino, meu bom menino_  Falou, mas eu só me lembrei do meu pai,  e da dor e do medo que tudo isso me causou.

    Aos 10 anos  aprendi que o amor dói e dói muito.

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