As ondas que me carregam (Livro 2)

Verdade

(Selene pov)

Enquanto corria desesperada pela caverna estreita, podia sentir cada vez mais aquele fedor horrível de Cerberus. Como que aguentam esse catinguento?

Observei ao meu redor, enquanto desviava com dificuldade das três cabeças. Tinha muitas estalactites no teto e em algumas partes da parede. Atrás de Cerberus tem alguns esqueletos quebrados, e logo abaixo dele tem restos de carne humana, que formam o que seria uma bola em alguma vez.

*Já sei*-- pulei nas costas do cão, me segurando o máximo com minhas pernas, enquanto usava minhas mãos para fazer uma esfera de luz, formando uma bolinha forte e resistente.

-Cerberus...- sai de cima dele, e balancei a bolinha que tinha metade do meu tamanho. Imediatamente as três cabeças me encaram como atenção, os rosnados param.-e aí garotão...você quer?

Recebi três latidos altos, e supus que sim. Joguei a bolinha dourada do outro lado da sala, vendo o cão de mais ou menos 6 metros de altura ir buscar. As três cabeças brigando pra quem ficaria com o brinquedo.

-o Hades não brinca com você não?- falei indignada. A bolinha veio parar no meu pé de novo, me fazendo rir pelo cão que agora me encarava alegre e abanando o rabinho.- você vive sozinho, Hades é um péssimo papai...não é menino?- toquei um dos focinhos, e joguei a bola de novo. Corri para a próxima parte. Mas antes me virei para o cachorro, que brincava sozinho.

-vou vir brincar com você tá bom? E vou dar uns tapas no seu pai.- o cão me olhou e seus olhinhos cheios de almas brilhou mais forte, como se entendesse o que disse.

Passei pela porta, para mais um corredor, andando lentamente. Não foi tão difícil, melhor brincar com ele, do que matar. Hades ficaria magoado.

A terceira passagem aparece em minha visão. Me fazendo sorrir.

*Última fase, a incompreensão*

Eu não sabia muito sobre a última fase do limbo, era singelo e secreto para pessoas de fora do inferno. Então não sei o que me aguarda.

(Milly-chan pov)

Do lado de fora, Poseidon que ainda estava sentado observava em silêncio o rosto sereno da mulher mais velha. Cada detalhe ele já conhecia, mas era bom ver de novo.

Pensando em todas as confusões que teve com ela nos últimos milênios, ele sentiu algo dentro de si, como uma dor no peito. Temendo o que poderia ser, saiu da sala deixando os deuses ali.

Ele parou no corredor, com pensamentos como um turbilhão em sua mente,isso nunca o tinha ocorrido, ele não sabia o que era.

Mas piorava cada vez mais, Selene morta em sua frente, as palavras duras dela finalmente o atingiu, o pensamento de que mesmo que ela volte a vida, nunca o perdoaria o fez ficar tonto.
Com um estrondo de metal, seu tridente caiu no chão, e Poseidon agarrou as próprias vestes, sentindo seu coração bater, seu corpo tremer e seu rosto suar. Sentiu seus olhos embaçados e se sentou com tudo no chão. As palavras futuras da mulher ecoando em sua cabeça.

*Ela nunca vai perdoar você...*

*Você fez isso...*

*Você vai ficar só...sem ela*

Aquilo o fez perceber que estava chorando por Selene, por medo, medo de que ela não o queira mais quando despertar, que esqueça dele.

Ele segurou seu tridente, puxando o ar que nunca o faltou na vida, fez uma redoma de água em volta de si mesmo.

Abraçou seus joelhos, e pela primeira vez, ele não se sentiu forte, nem poderoso, não se sentiu um Deus.

Ele estava vulnerável como no dia da praia quando machucou seu braço.

E naquele momento, ele desejou Selene para estar ali com ele, com as piadas ruins e seu grude.

Ele só a desejou como nunca, queria que ela voltasse para ele. Ou pelo menos para bater nele até aquelas doces mãos cansar.

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Oieee, voltei kkkkk, aproveitem, está raro postar minhas histórias longas kakaka. Gostaram? Digam aí!!!