Cicatrizes

III

N/A

Oi , pessoas! Peço desculpas pelo meu sumiço; estive bastante ocupada nos últimos dias e enfrentando algumas questões pessoais. No entanto, estou determinada a tentar seguir um ritmo de postar um novo capítulo todo sábado.

Não sei se vocês têm essa percepção, mas quando trabalhamos com a criatividade e precisamos da nossa mente afiada, se não estamos bem emocionalmente, pode ser extremamente desafiador produzir algo significativo. E foi exatamente por isso que me afastei. Mas agora estou de volta! EEEEEE! ( Podem comemorar)

E eu adoraria contar com o apoio de vocês! Não esqueçam de clicar na estrela ao final do capítulo e deixar seus comentários. Eu realmente amo ler o que vocês têm a dizer e sempre me divirto muito com as interações.

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A mulher estava imóvel, apoiada na bancada da cozinha de forma ereta e firme, com as mãos descansando em cada extremidade do móvel, como se tentasse manter-se ancorada em meio à tempestade de emoções que pairavam no ar. A luz suave do lustre não alcançava seu rosto, mas seus olhos castanhos brilhavam com uma intensidade que parecia desafiar a própria escuridão. Eu permanecia em pé diante dela, mantendo uma distância que buscava ser segura, mas que revelava a inquietação latente que me consumia. Minha respiração parecia fugir dos meus pulmões, como se a presença daquela estranha fosse capaz de roubar o ar ao meu redor.

- Então... Você veio morar em Viena? - A voz da estranha ecoou na cozinha, arrastada e suave, como um murmúrio enigmático que prenunciava segredos ocultos.

- Não... Não, sou de Graz. - Respondi, sentindo um alívio momentâneo por ter falado a verdade pela primeira vez naquela noite.

O silêncio pairou entre nós como uma névoa densa, enquanto nossos olhares se encontravam na meia-luz do cômodo. A postura da mulher, ereta e imponente, contrastava com a minha própria insegurança evidente diante daquele encontro imprevisto. Ficamos em silêncio por mais alguns minutos, seu olhar sobre mim como se pudesse ler cada pensamento confuso que tumultuava minha mente naquele instante. A respiração parecia suspensa, criando uma tensão palpável no ar, carregada de expectativa e mistério. Eu pretendia quebrar aquele silêncio, mas as palavras teimavam em se perder no labirinto do meu medo. Foi então que ela finalmente rompeu a quietude com um sorriso enigmático. E nesse instante, compreendi que aquele encontro mudaria o curso de tudo o que eu conhecia até então. Se eu soubesse antes, nunca teria caído nos seus encantos.

- Seus gestos sutis me fazem questionar o que realmente se esconde por trás destes teus belos olhos verdes - disse a mulher de jaqueta, com a voz carregada de mistério e sensualidade.

As palavras enigmáticas da mulher ressoavam em minha mente, deixando-me desnorteada. O que ela quis dizer com aquilo? Seriam meus gestos confusos e desajeitados o motivo da sua fala? Porque convenhamos, eu estava agindo feito uma idiota desde o primeiro segundo que nos vimos.

A ansiedade me envolvia. Eu me sentia como um livro aberto, incapaz de esconder a confusão estampada em meu rosto. Cada movimento dela parecia me hipnotizar, mas também me deixava vulnerável. Tentei organizar meus pensamentos, mas era como capturar fumaça com as mãos.

Observando atentamente seus movimentos delicados, percebi-a abaixando o olhar em direção à latinha de cerveja que segurava na mão esquerda. Em um gesto sutil, ergueu novamente os olhos, encontrando os meus em meio à baixa luz da cozinha. Senti meu rosto queimar com o rubor da vergonha, enquanto seus olhos castanhos pareciam penetrar minha alma, desnudando minhas emoções.

Desviei rapidamente o olhar, tentando esconder a intensidade do meu constrangimento. Agradeci silenciosamente pela pouca iluminação do ambiente, que servia como um véu protetor para minha face avermelhada. A troca de olhares fugaz foi o suficiente para acelerar meu coração e turvar meus pensamentos.