capítulo 17

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Liz

Acordei com dores nas costas, não estava aguentando andar e estava com febre,minhas noites estavam sendo horríveis, eu não conseguia dormir, mais quando conseguia, algo que raramente acontece. Eu estava tendo pesadelos.

Minha cabeça estava doendo, estou deitada na minha cama já faz duas horas seguidas, esperando minha mãe voltar com os remédios.

Os pesadelos que eu estava tendo, pareciam reais e tinham sentido, tudo se encaixava, eu corria de algo que eu não sabia o que era. Corria em uma floresta sem fim, sempre quando eu achava que seria pega, eu acordava.
Sentia zumbidos com frequência nos ouvidos, às vezes sentia pesos nas costas. Mas o que realmente não saiu da minha cabeça, foi um grito que escutei em meu sonho, não parecia ser um grito de um ser humano.

Escuto a porta sendo aberta e logo minha mãe chega com os remédios, estou tomando eles todos os dias e não está resultando em nada.

- Toma isso e depois se agasalha, amanhã vou te levar no médico - Ela diz com preocupação.

- Tá bom

Não queria ficar falando muito, pois toda vez que eu falava minha garganta doía, até parecia que eu iria morrer a qualquer momento, e olha que eu nem estou sendo dramática.

Minha mãe se levanta e vai embora, eu fico no quarto, sozinha, estava em um silêncio era ótimo.

Eu sinto um peso nos olhos.

- Não é possível que eu queira dormir de novo - pensou.

E sim, era possível, então acabei adormecendo novamente.

Demyan

Hoje eu nem dormi direito, eu fiquei a madrugada inteira preparando os discursos para não falar nada errado com o meu pai, estou com medo, assumo, mas eu tenho um pouquinho de esperança de que ele vai me aceitar.

Eu arrumei a casa toda, fiz a comida preferida dele e só fiz tudo isso pra agradar ele, assim aumenta as chances dele não ficar tão bravo assim.

Quando ele chegar no trabalho, eu vou fazer de tudo pra dar uma boa impressão.

(...)

Fiquei no meu quarto preparando minha dicção, quando escuto a porta de casa sendo aberta e eu desço as escadas de madeira, cuidadosamente até chegar na sala.

- Boa tarde pai!, como foi no trabalho? - Pergunto com um sorriso largo no rosto.

- não foi muito bem não - Ele responde de uma forma seca.

- Merda - penso.

Ele se joga no sofá, tira as botas e fica lá, todo largado no sofá.

- Tá muito estranho esses dias Demyan, fala logo o que você quer ou fez - Ele diz sério.

Sinto um frio na barriga, e sinto uma gota de suor descer pela minha testa.

- Olha pai - Suspiro - Eu sou gay - Digo olhando pra ele.

Ele para pra raciocinar, mas logo quando termina, se levanta com uma expressão brava.

- Você tá brincando né, Demyan? - Ele me olha com desaprovação.

- Não... - Falo segurando as lágrimas.

- onde eu errei Senhor - Ele passa a mão no cabelo dizendo pra ele mesmo.

- Eu sabia que você não iria aceitar, mas eu achei melhor dizer agora antes que você saiba por outra pessoa - Digo.

- E acha que eu vou ficar feliz sabendo que o meu filho é gay? - Ele grita.

𝑯𝑰𝑫𝑬 𝑶𝑹 𝑫𝑰𝑬Onde histórias criam vida. Descubra agora