capítulo 19 - A ausência do amor paterno

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  Fiquei fazendo companhia para o Demyan enquanto o mesmo dormia, eu estava quase caindo no sono também, mas eu queria permanecer acordada até aquele desgraçado chegar em casa.
  Estava admirando os posters que Demyan tinha na parede do quarto, quando ouvi a porta principal sendo aberta, eu já sabia quem era.

No impulso eu acabei acordando o Demyan, que reclamou por ter sido acordado, mas logo ficou sentado na cama.

- Seu pai chegou

- Mas já?, se ele vim aqui falar pra ele que você estava apenas conversando comigo. - o mesmo diz com medo do que o pai poderia dizer contra ele.

- Eu vou dizer outras coisas a ele, eu quero que você ouça tudo o que eu tenho para dizer para o seu pai - Digo seria.

- Naomi, não...

- O que conversamos mais cedo? - Olho fixamente pra ele.

- Tá, só não faz muito escândalo, para que os vizinhos não acabam acionando a polícia.

- Você diz como se não fosse um caso que a polícia deve se resolver 

Antes que ele pudesse dizer algo, eu já tinha me retirado do quarto, o deixando sozinho, desci as escadas feitas de madeira de carvalho, até chegar na sala.

Quando cheguei lá, encontrei o pai de Demyan, de qualquer jeito no sofá, com um cigarro entre os dedos olhando fixamente para o celular.

O mesmo percebe a minha presença e olha pra mim, esperando eu começar a conversa.

- Já procurou saber se seu filho está bem? - A raiva era visível na minha voz, já que não tem como estar calma em uma situação dessas.

- Quem é você? - Ele desliga e o guarda no bolso, se levantando do sofá.

- Naomi, amiga do seu filho... - Me aproximo dele.

- Então Naomi, o que quis Insinuar com " Se seu filho está bem"? - diz cruzando os braços.

- Eu quero que o Senhor me responda, o por que seu filho está em um estado precário no quarto? - Cruzo os braços da mesma forma que ele.

Sei que eu estava fazendo algo arriscado, por que aquele homem não só era o dobro do meu tamanho, como também parecia não pensar nas coisas que fazia, mas mesmo assim, se eu morresse ou fosse espancada, não seria por um motivo fútil, já que eu estava defendendo um amigo de infância.

- E se eu não quiser responder sua pergunta? - Ele se inclina para olhar bem nos meus olhos.

- Eu irei apelar e chamar a polícia, algo que eu já deveria ter feito, não é mesmo?

Ele gargalha em forma de deboche de mim, como se eu fosse algo inferior a ele.

- Uma garota, que nem saiu do ensino médio, querendo me dar ordens? - Ri novamente - Nem minha ex esposa me dava ordens, quem dirá você!

- E essa garota que saiu do ensino médio tem muito mais respeito pelos outros e empatia do que você, que já tem filhos e é um adulto, quer saber de uma coisa?, você é um péssimo pai!, vai ser um péssimo avô, péssimo em tudo se não mudar sua forma se pensar e agir, agora você e o fodão não e mesmo?, transa com quantas mulheres quiser, bebe, fuma , espanca o próprio filho, mas quando chegar a velhice é você olhar ao redor e ver que todos se afastaram de você. Você vai desejar a morte, você vai perceber que foi tão ruim que nem alma mais você tem! - Sem perceber acabo alterando o tom de voz.

Ele me olha, amassa o cigarro e o joga no chão, ele se aproxima ao ponto de me encurralar na parede, me olhando com raiva, mesmo sabendo que estava errado.

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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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