Almas conectadas (Morro)

005.

Bruna Ávillar. | Complexo da maré. | 12:00h
( Terça feira - feriado prolongado )

- acorda ai parceira - era uma voz masculina. - ah qual foi mané acorda - balançou meu corpo.

Eu tinha dormido na casa da Marcela e, provavelmente, já era tarde quando fui interrompida por alguém que me acordou abruptamente. Levantei-me na cama, confusa, com a coberta protegendo minha parte de baixo, já que o vestido havia subido como cheguei. Aquela era a posição em que havia adormecido na noite anterior.

- Hum? - murmurei, tentando me situar naquele momento.

- Qual é, mina, já tá altas horas! - cruzou os braços, exibindo aquele jeito típico do Diniz.

Era o Diniz me perturbando naquele horário, com sua postura descontraída e um sorriso zombeteiro.

- Quantas horas são? - perguntei, tentando me localizar no tempo.

- Papo de 12:00 - ele riu, me provocando - Tava na alta, né, princesa?

Fiquei surpresa com a intimidade debochada do Diniz comigo.

- Engraçadinho você, hein - comentei, ironizando a situação - Cadê a Marcela?

- Foi ali no tiozinho comprar umas coisas pra fazer comida - respondeu, revelando o paradeiro da Marcela.

• • •

A manhã começava de maneira inesperada, com a presença inusitada do Diniz e a ausência momentânea da Marcela. Aquele despertar curioso e descontraído marcava o início de mais um dia na Maré, cheio de surpresas e interações inusitadas.

Levantei da cama e percebi que o Diniz já tinha saído do quarto. Arrumei minha roupa, esticando os braços em um alongamento matinal. Ao descer para a cozinha, encontrei a Marcela preparando comida e o Diniz na sala.

- Boa tarde, Bru! - Marcela sorriu enquanto mexia os ingredientes na panela.

- Boa tarde, Cela. Meu Deus, eu apaguei completamente - bocejei ao falar, ainda um pouco sonolenta.

- Chego aqui e essa donzela tá dormindo - Diniz balançou a cabeça descrente - Pode isso?

- Ô, cala a boca aí - revirei os olhos, desafiando o bom humor dele.

- Abusadinha! - ele riu, divertindo-se com a situação.

Enquanto Marcela continuava na cozinha, eu me sentei à mesa e continuei a interagir com Diniz.

- E aí, Bruna né? - ele fez um deboche sutil.

- Não, Cassia - respondi ironicamente - É, né.

- Cê é filha do pt mermo? - ele arqueou a sobrancelha, me surpreendendo com a pergunta.

- Aham - engoli em seco, esperando a reação.

- Máximo respeito aí - ele fez um gesto positivo com a mão, sarcástico.

- Aiai, Marcela, como você aguenta? - perguntei.

Ela riu - Não faço a mínima ideia.

- Que isso, amor - ele se aproximou dela, abraçando-a por trás.

Eu apenas observei, revirando os olhos com as brincadeiras entre eles.

- Vou descer lá pra boca - disse Diniz, empolgado - Hoje tem baile feriadão desse, ô, pt dois, cola mais tarde, nego vai adorar te ver - ele dançou um pouco para mostrar empolgação.

Enquanto isso, Marcela já servia comida no prato.

- Bora? - perguntou Marcela.

- você vai?? - fiquei chocada com a proposta.