Gatos Guerreiros: Mar de Sangue

Capítulo 02

A tensão preencheu a clareira, não mais havia o bom ambiente amistoso entre os dois clãs, a proposta de Olhar de Coruja lembrou a todos que eram de clãs diferentes, não companheiros de um mesmo clã. Os gatos antes misturados, agora haviam se juntado com seus próprios companheiros, a multidão estava dividia, Clã do Fogo de um lado e o Clã da Geada do outro.

— E então, vai aceitar? Ou continuará parada me encarando? — perguntou a guerreira marrom avermelhada. — é só uma luta amistosa —

As garras de Brilho de Prata coçavam para sair, ansiava por uma luta de verdade contra aquela guerreira, para mostrar que seu tamanho não a tornava mais fraca que os outros.

— Olhar de Coruja não aceita o Clã do Fogo, ela subestima seu clã pelo o que aconteceu em seu território — sussurrou Mancha de Leopardo com decepção.

— Vou mostrar que meu clã não é fraco — miou a guerreira prateada, se dirigindo para o centro da clareira.

Brilho de Prata caminhou entre seus companheiros para entrar no centro da multidão, suas orelhas foram acariciadas pelos sussurros gentis e confiantes de seu clã lhe desejando boa sorte, aquilo lhe deu ainda mais força para lutar com confiança. Ambas se posicionaram, olhares cruzados, músculos preparados e o silêncio antes da ação.

— Nos deixe orgulhosos Brilho de Prata! — silvou Coração de Gelo a favor da sobrinha, iniciando a torcida pela mesma de todo o clã.

Era o que bastava para a guerreira prateada avançar, saber que seu tio e todo o seu clã possuíam confiança em suas habilidades aqueceu seu coração, e não os decepcionaria. Sua ofensiva direta fez com que Olhar de Coruja deixasse a guarda aberta, soltando um sorriso de canto em deboche, se precipitando em dar uma patada. Em um piscar de olhos, Brilho de Prata desviou para a direita e saltou contra a lateral do corpo da guerreira marrom avermelhada, a derrubando facilmente. O Clã da Geada ficou perplexo, sendo surpreendidos pelos silvos ferozes do Clã do Fogo em comemoração.

— Sua esterco de raposa! — rosnou Olhar de Coruja ao se levantar.

— E então, vai lutar? Ou continuará parada me encarando? — miou a guerreira prateada em deboche, usando as mesmas palavras que a rival.

Aquilo fora o suficiente para enfurecer a guerreira marrom avermelhada, a fazendo esquecer que aquela luta não era para valer, avançando com garras à mostra. Brilho de Prata não teve tempo de reação, fora jogada ao chão com a barriga exposta, Olhar de Coruja ficou sobre si e a mordeu no ombro com ferocidade, deslizando suas garras em sua barriga. A dor a atingiu forte e pulsante, os dentes afiados rasgavam sua carne lentamente e o sangue escorria pelos lados de seu corpo. A guerreira prateada rangeu os dentes segurando um guincho de dor, conseguindo força o suficiente para jogar sua agressora ao lado. Os dois clãs estavam quase partindo para uma luta uns com os outros, ameaças e silvos hostis inundaram a clareira com fervor.

— Não conseguem nem ter uma luta limpa! — rosnou Rajada de Corvo em desgosto.

— E vocês nem podem defender o próprio território! O Clã do Fogo é fraco! — retrucou Couro de Pinha tentado em saltar para a batalha.

Brilho de Prata se ergueu com certa dificuldade, estava perdendo sangue e forças, mas não se renderia a exaustão ainda. A guerreira marrom avermelhada ainda estava se levantando quando fora surpreendida por uma mordida em sua nuca e garras em suas costas, ambas rolaram pela neve trocando mordidas e arranhõs sem qualquer piedade. A guerreira prateada segurou firme enquanto castigava a pele de Olhar de Coruja com suas garras afiadas, até que se separam e levantaram, dando uma patada no rosto da guerreira marrom avermelhada, a derrubando com uma cabeçada em seu peito logo em seguida. Brilho de Prata colocara sua pata sobre a cabeça de Olhar de Coruja que grunhiu em desagrado, ainda ofegante.