࣪𓏲ּ ᥫ᭡ ₊𝐏𝐨𝐝𝐫𝐞 𝐚𝐨 𝐀̂𝐦𝐚𝐠𝐨 ⊹ ˑ ִ ֶ 𓂃 ::
podre . que tem um lado ruim, de moral questionável; ignóbil.
âmago . a parte mais íntima ou fundamental; essência
❛◌*̥₊ Nenhuma mulher na dinastia Targaryen foi feliz, muitas vezes eram condena...
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Alicent Hightower caminhou incrédula pelos corredores do Red Keep. Seu vestido verde esmeralda estava opaco, como se exalasse o humor da Rainha para fora de seu corpo, suas mãos apertavam o tecido quando ela subia as escadas com tanta força que as pontas de seus dedos estavam pálidos, seus passos impacientes ecoavam pelo castelo. Criston encarava as costas da ruiva com curiosidade, mas temia uma explosão da Hightower se ele questionasse o motivo de tal aborrecimento.
⎯⎯ Ele não é louco de fazê-lo, não está tão louco a ponto de achar que poderia casar minha filha com o bastardo de Rhaenyra! ⎯ A Rainha resmungou, traçando o caminho para os aposentos do marido. Ela nem esperou ser anunciada, empurrou as portas pesadas e sinalizou para que o servo que acompanhava a construção da maquete de Valiria os deixasse.
Viserys não olhou para a esposa, manteve seus olhos cristalinos focados em um das torres, se Alicent não tivesse agarrado um pedaço descartado de pergaminho e o tivesse descartado ao fogo com raiva, o velho Targaryen não lhe daria sua atenção, mas ela fez tal ação e ganhou um suspiro aborrecido do marido.
⎯⎯ Não permitirei que faça tal coisa, Viserys! ⎯ Ela passou as mãos no rosto antes de prosseguir, andando de um lado para o outro com os olhos dele a seguindo ⎯⎯ Aella... Ela é minha filha, a mais doce, não permitirei que a venda para Rhaenyra. Case-a com Aemond ou um dornês, mas não com o... O filho dela!
Cansado da discussão, o rei a olhou e pacientemente disse:
⎯⎯ Alicent, minha querida, eu entendo sua preocupação, mas Aella tem um dragão e além disso poderá nos mandar cartas quando estiver em Dragonstone ⎯ Viserys explicou pacientemente, como se a mulher fosse uma criança e não a Rainha consorte de Westeros. Ele sabia bem das opiniões da mulher sobre os netos, sabia dos boatos sobre a legitimidade do nascimento de Jace, Luke e Joffrey, os meninos fortes de Rhaenyra.
⎯⎯ Eu sou a mãe dela, eu não permito. E se ela se machucar? Ou adoecer? E se um dragão a atacar? ⎯ A paranoia dominou Alicent Hightower, que agora olhava para o marido suplicante. ⎯⎯ Ela é nossa filha mais doce, boa e pura, Viserys. Eu imploro.
Mas a decisão estava tomada, Aella partiria para Dragonstone com a meia-irmã mais velha, Rhaenyra, e com a família dela. Isso inclui Jacaerys Velaryon, seu sobrinho e noivo, um bastardo. Quando Alicent deixou o quarto do Rei, ela marchou para o corredor onde ficava o quarto das filhas. Helaena estava tendo aulas de história, então a menina mais nova da família estaria sozinha, Aella estava escovando seu cabelo louro, praticamente branco enquanto cantarolava em valiriano, assim que Alicent entrou, a menina olhou para ela através do espelho.
⎯⎯ Nos deixe, Elia ⎯ A serva dornesa, Elia Sand, se curvou e saiu do quarto, deixando a consorte com a filha, Alicent ficou atrás de Aella e começou a escovar os cachos que a menina herdou dela. ⎯⎯ Minha querida, há uma coisa que a mamãe quer lhe falar...
De todos os cinco, a menina era a mais parecida com a mãe em ternos de aparência, com traços angelicais da avó Hightower misturados com os cabelos platinados e os olhos violetas dos Targaryen. O peito de Alicent se apertou enquanto ela deixava a escova na penteadeira, se abaixando e amassando seu vestido para ficar na altura da filha, Aella se virou para sua mãe, forçando a ternura em seu rosto para esconder o desgosto que sentia quando a mãe estava por perto.
⎯⎯ O seu pai decidiu casar você, hoje no conselho ele anunciou que casará você com Jacaerys, o filho de Rhaenyra ⎯⎯ Alicent cuspiu o nome do menino e da herdeira do trono com ânsia, para a surpresa dela, a menininha não parecia abalada, na verdade Aella não esboçou reações, ela simplesmente olhou para o nada com olhos nublados.
Ela não detestava tanto Jace, eles brincaram juntos alguns anos atrás antes de Alicent os afastar. Ele estava lá nos treinos de dragão onde ela dava comandos à Calantha e ele viu quando ela disse o primeiro 'dracarys' de sua vida. Mas Alicent tinha envenenado a mente da filha com mentiras sobre Nyra e os outros, a rainha fazia isso com todos os filhos se visse a mínima interação deles com a enteada.
⎯⎯ Com Jace? Digo, Jacaerys... ⎯ Aella piscou um pouco, era inesperado, afinal os planos de sua mãe eram casa-la com Aemond, mesmo que a caçula não gostasse muito dele. A notícia foi inesperada de fato, mas nada que ela não conseguisse lidar, afinal Jace não a machucaria, certo?
⎯⎯ Eu sei que é assustador ter que se casar com ele, mas eu tentarei falar com seu pai e o farei mudar de ideia... ⎯ A ruiva disse, seu tom tóxico penetrando na mente da filha fazendo um questionamento surgir na mente jovem de Aella: por que ela age como se Jacaerys e Rhaenyra fossem monstros? ⎯⎯ Vou convencer seu pai de que Aemond é o certo para você, te prometo, filha.
Alicent agarrou os ombros da menina, suas unhas atravessando o tecido do vestido verde-floresta e deixando marcas na pele pálida e sensível de Aella. A Rainha parecia estar mais exaltada do que a própria filha, como se fosse ela a condenada a se casar e não a Targaryen, e Ella não gostou daquilo, ela definitivamente não tinha gostado, mas lembrou do que Aegon tinha lhe dito.
"Não insite a raiva da mãe e vai ficar bem", o mais velho disse para os mais novos depois de ter tido uma discussão com Alicent porque ela o tinha visto brincando com Joffrey e Rhaenyra. Por tanto, Aella engoliu a saliva e passou a mãozinha nos cabelos ruivos, dando um sorrisinho calmo.
⎯⎯ Vai ficar tudo bem, mamãe ⎯ "Vou estar feliz bem longe de você" era o que ela queria realmente dizer ⎯⎯ Todos vamos ficar bem ⎯ "Desescoste de mim, você me enoja", Aella teve que abraçar a mulher para poder desfazer o sorriso e fazer uma careta feia, ao abraçar a mãe, ela percebeu que Alicent cheirava à rosas e óleo de amêndoas.
Aella detestava rosas e amêndoas.
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