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PRÓLOGO: O espelho Ojesed
❝𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐮𝐦 𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐥 𝐬𝐞𝐥𝐯𝐚𝐠𝐞𝐦, 𝐚 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐞́ 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐨𝐬𝐚 𝐝𝐞𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐞𝐫 𝐦𝐚𝐧𝐭𝐢𝐝𝐚 𝐚𝐩𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐝𝐨❞ Do manifesto da Franqueza/Insurgente
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DUMBLEDORE sabia que não deveria olhar para aquele espelho novamente, se recordava da última vez que o vira e como seus pensamentos e desejos ainda eram parecidos de quando era apenas um jovem adolescente. Ao puxar o tecido que cobria completamente o reflexo, encarou a imagem surgir dentre a fumaça branca. De certa forma, sabia o que iria surgir ali pois nunca tentou ignorar seu maior desejo.
A imagem de Gwayne jovem, usando suas típicas roupas escuras e com o chapéu que usava para tampar a luz do sol na fazenda, surgiu segurando o pacto de sangue que carregava sempre, como um amuleto que sempre o lembrava do amor que sentiam. Seu coração errou algumas batidas quando ouviu passos dentro da sala, sabendo exatamente quem era:
─Viu o que te mandei?
─Ayla gostou do presente mas preferia que você mesmo tivesse levado...obrigada por se lembrar dela─Gwayne murmurou guardando sua varinha no bolso da calça─Vem aqui com frequência?
─As vezes...
─E o desejo muda?
─Nunca─Albus respondeu ainda sem olhar para o homem─Não deveria estar com Grindelwald?
─Não,disse que ficaria para cuidar de minha irmã enquanto ele convidava fiéis em Paris...mas eu precisava vir até aqui─Gwayne disse, se aproximando o suficiente para que Dumbledore conseguisse sentir seu calor─Uma última vez eu precisava vê-lo...
─O que houve? Você o odiava e sentia o maior ciúmes quando estava com ele...e agora você é quem está do lado de Gellert
─Você não entenderia...
─Enquanto eu não simpatizava com Trouxas, você ia lá e os ajudava...agora quer escraviza-los?─Albus se virou finalmente, encarando o homem se sempre amou. Sua barba estava mais comprida de quando o viu no jornal relatando que Perséfone havia se tornado uma Auror
─Eu fiz o que tive que fazer, mesmo que significasse mudar de lado Albus
─Eu realmente não entendo, o que é tão importante que o fez aceitar as ideias de Gellert?
─A diferença entre nós Dumbledore, é que apenas um escolheu a família ao invés de algo que se partiria tão rapidamente quanto papel─Gwayne murmurou, encarando o homem com um olhar triste
O Pacto de Sangue apertando seu pescoço foi a lembrança de que, mesmo se quisesse, nunca conseguiria ficar irritado ou brigar. No final das contas, Albus sempre foi seu maior e único amor:
─Eu nunca olhei para esse espelho...Ojesed sempre foi meu maior medo...saber o que realmente desejava─admitiu dando um sorriso, levando sua mão até a cintura de Dumbledore─Mas hoje eu tenho a certeza do que é
─O que seria?
─Você
As mãos calejadas de Gwayne tocam as bochechas do bruxo a sua frente e Albus aceita com gratidão, o olhar e ambos se fixam um no outro, como se conversassem por uma conexão. Os dois se moveram lentamente, até que suas bocas se encontrassem. Um beijo do qual desejavam a anos, com calma e paciência, sem pressa alguma de finalizarem isso. Albus conseguia sentir a ternura e carinho que o Gold ainda sentia naquele momento, completamente vulnerável. Mas o beijo foi finalizado quando se afastam por falta de ar, dessa vez, Dumbledore acaricia a bochecha de Gwayne:
─Como nos velhos tempos─o bruxo sorriu e se afastou um pouco, conseguindo olhar todo o rosto de seu parceiro─Eu te amo Gway...e meus sentimentos continuam os mesmos daquele último verão juntos
─Albus...
A verdade é que Gwayne nunca foi bom de expressar com palavras o que sentia, havia dito que amava Dumbledore em momentos íntimos mas quando eram momentos sérios, as palavras não saim de sua boca como deveriam. Mas Albus sabia ler as demonstração e ações moreno, no final sabia que era recíproco. Se embaralhava para dizer algo ou apenas não respondia mas agora ele precisava dizer algo, a verdade é poderosa demais para ser escondida:
─Eu também te amo...mas...
─Mas temos Gellert Grindelwald no meio disso─Dumbledore murmurou se afastando totalmente─O que eu tenho que fazer para que fique aqui?
─Algo impossível...
─Nada é impossível
As memórias voltaram a tona na mente de Gold, a mão de Gellert se juntando com as suas e um Juramento Inquebrável sendo pronunciado. Apenas para que Perséfone e Ayla tivessem uma vida boa:
