Capítulo 2 - Ameaça

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ℬℴ𝒶 𝓁ℯ𝒾𝓉𝓊𝓇𝒶

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Point Of View S/n Torres

Estava deitada fitando a parte de baixo da cama de cima. Já que era minha primeira noite, e como parece ser um fato o que dizem, a primeira noite é sempre a pior. Zulema parecia já dormir quando olhei em sua direção, eu não poderia ficar acordada a noite toda. Amanhã eu acordaria acabada, com certeza.

Na tentativa de conseguir dormir, me virei para o outro lado e me cobri melhor, porém em vão. Fechei meus olhos e respirei fundo afim de pegar no sono. Mas outra vez não conseguindo.

— Aí, não tá conseguindo dormir, novata? - a Zahir sussurrou para mim.

Levei meu olhar encontrando o olhar meio sonolento dela, mas contendo um sorriso de lado. Julguei aquilo como algo fofo, obviamente, nunca diria isso para ela.

— É, sei o que dizem da primeira noite. - digo suspirando. - mas não estou com um nó na garganta e a vontade de chorar como dizem.

— Também fiquei assim. Olha, podemos achar que vamos ser fortes e não chorar, mas quando o sono vier, mesmo que seja pouco, uma lágrima vai cair e você vai chorar baixinho molhando o travesseiro. - cada palavra que saía de sua boca me fazia sentir uma pontada no coração e algo no estômago que eu não conseguia explicar.

— Eu sei que não sou forte.

— Não fala isso, acredite, você pode pensar que a prisão vai te enfraquecer, só que é aqui que você descobre a sua verdadeira força.

Olhei fixamente para ela enquanto a árabe assentia sorrindo.

— Respira fundo, fecha seus olhos e se cobre melhor. - aconselha fazendo o que dizia.

Fiz o que ela havia dito e sorri para a mulher em forma de agradecimento.

— Desculpa atrapalhar seu sono. - digo timidamente.

— Não atrapalhou, tava fingindo. - confessa me fazendo arregalar os olhos e me virar enquanto ouvia sua risada baixa. - te peguei, né?

— Céus... - sussurrei disfarçadamente.

Zulema estava certa do que falou, realmente quando estava, finalmente, sonolenta, meus olhos começaram a arder e as lágrimas escorriam por minhas bochechas. Para não atrapalhar o sono da Zahir, que eu acho que está dormindo, decidi levar um pouco do lençol para perto de meu nariz enquanto chorava baixo.

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Ao terminar de me vestir, optei por sair e andar um pouco na expectativa de não me entediar, ou encontrar Sole. Ela se mostrou muito acolhedora e compreensiva, além das amigas dela, que ela gosta de chamar de "minhas meninas". Elas não são tão diferentes da mais velha, só acho que fazem como Zulema, me evitam ao máximo que puderem. Não sei dizer se isso é bom ou ruim, porque acho que seria bom ter alguém comigo para me fazer companhia.

Não vou mentir, as outras mulheres daqui me assustam apenas com seus olhares sobre mim durante minha caminhada no lugar, e em qualquer situação.

— Aí, olha por onde anda. - disse uma detenta em que eu acabei esbarrando acidentalmente. Ela era alta, tinha tatuagens e parecia ser valentona.

— Me desculpa. - levanto minhas mãos para a mulher que aproximou seu rosto do meu.

— Calma aí. - Anabel puxa levemente o braço da mulher, que de imediato se vira para ela. - Deixa a novata. - falou de forma calma e lenta.

𝓜𝓪𝓵𝓭𝓲𝓽𝓸 𝓔𝓼𝓬𝓸𝓻𝓹𝓲𝓪̃𝓸 - 𝗭𝘂𝗹𝗲𝗺𝗮 𝗭𝗮𝗵𝗶𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora