⌜2⌟
Foi uma péssima ideia. Foi uma péssima ideia de verdade.
Ainda era de manhã, na verdade sequer tinha saído de casa. Estavam comendo torradas secas com molho doce e pequenos pães de massa amanteigada, algo que seu pai preparou. Ele era arquiteto, mas se não fosse, certamente seguiria uma carreira voltada à culinária. Era uma pena que somente eles pudessem provar sua comida.
Isso a acalmou por um tempo, a comida sempre fazia com que ela se distraísse. Mas quando sua mãe se sentou à mesa, tudo voltou rapidamente.
"Ela vai descobrir, ela vai descobrir" ela pensava com fervorosidade comendo as torradas.
Bernardo, seu pequeno demônio particular que seus pais dizem que é seu irmão menor, olha de lado para ela com um incômodo nada discreto. Hélio, seu pai, está colocando torradas e molho na frente de sua mãe quando ela estala a língua.
— Você vai comer como uma porca a manhã toda?
Ela parou e, sem olhá-la, colocou o resto da torrada no prato decorado. Seu irmão lançou um olhar acusatório para sua mãe e depois um questionador para seu pai.
— Desculpe — ela responde em um tom tão fraco quando um sussurro.
— Bernardo, como vai seu projeto de ciências? — Ignorando a própria filha, ela se dirige ao mais novo com uma frieza semelhante, mas com certeza mais gentil que usa com ela.
O garoto de 11 anos bagunça os cabelos intensamente pretos como da sua mãe, uma mania que tinha quando estava irritado. E era a mesma mania de sua mãe.
— Muito bem. Os professores disseram que o primeiro lugar vai ser meu.
— Huh. Se todos pudessem ser como você, as mães não perderiam tanto cabelo.
Se Catherine fosse um menino, as coisas seriam diferentes.
Quando Matheo, seu primo, nasceu, a avó ficou tão feliz que o aniversário dele tinha virado uma data comemorativa indispensável. Sua tia Angela nunca foi uma pessoa humilde e se vangloriava de ter tido o primeiro menino de sua geração, então quando Catherine, uma menina, nasceu, foi a primeira decepção que deu à sua mãe.
Não que pudesse mudar isso, é apenas o jogo da genética. No entanto, poderia ao menos ser a menina mais bonita na família. E então Molly veio, um ano depois dela, com aqueles olhos cor âmbar com cílios de boneca, os cabelos pretos e a pele pálida, o nariz pequeno e proporcional, alta e, como sua avó rudemente dizia desde que eram crianças, quadris bons para filhos.
Não houve um momento da sua vida que ela não tivesse sido considerada a menina mais bela.
E então outra vez fracassou com sua mãe.
Então o que restou foi ser a mais inteligente. Mesmo que Matheo e Molly fossem artistas como o pai e, na verdade, fossem inteligentes também, não eram bons com números. E, para sua família, é tudo o que importa.
— Querida. — Hélio deixou os pães na mesa — falar vai te deixar com indigestão.
— Tem razão.
Secretamente, seu pai a ajudava. Hélio nunca foi um homem que se opunha à mulher que amava, consequentemente a mimou um pouco. Ele acredita que ela não o faz por mal, apenas é uma mulher confusa. Na maioria das vezes, ele acobertava sua filha o máximo que podia; afinal todos merecem um pouco de liberdade para se divertir.
Por isso, depois do vergonhoso café da manhã, ele chamou-a antes que fosse à escola.
— Kitty, espere um momento.
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What I Don't Know About You? | Castiel.
Fiksi PenggemarCatherine gosta de Denis, mas ela nunca teve coragem de contar a ele. Quando a suspeita desse amor secreto vem à tona, desesperada para não ser descoberta, a garota inventa um namorado. Questionada sobre o paradeiro do namorado imaginário, ela agarr...