Afundo na água, evitando as lágrimas, mas ela irrompem, porque sei que é ali, no momento que Marconi entrou na minha vida e da minha mãe, que tudo ruiu de vez.
Depois da primeira vez, aquilo se tornou comum. Ele aparecia em casa, e me tocava, meu corpo respondia a isso, mas eu odiava cada vez que um suspirava saia quando ele roçava o dedo em meus mamilos, ou que minha respiração ficava pesada quando ele beijava meu pescoço e colo.
Eu só fechava os olhos e esperava que aquilo acabasse logo.
Quase todo dia ele estava lá, me tocando, provando da minha pele, me provocando, até que avançou. Abriu a calça para mim e me obrigou a por a mão dentro. Com lágrimas eu fiz como ele disse e senti o calor da pele rígida do membro dele, um suspiro saiu da sua boca.
- Isso, boa garota - ele disse afagando minha cabeça. - Puxa ele pra fora, vai.
Me neguei, mas ele mesmo puxou para fora e eu vi o membro dele, mediano, cabeludo na base, mas rígido, lustroso na ponta. Ele pegou minha mão e colocou nele. Eu tremia ao segurar ele, não gostava da textura tanto quanto não gostava da visão. Marconi guiou minha mão, a movendo para cima e para baixo, aprovava como eu fazia, guiava o aperto, mais forte ou mais fraco. Eu chorava baixinho, pedia para parar, mas ele insistia que estava gostoso, então afaga meu seio por cima da blusa larga que eu usava.
Quando ele gozou, melando minha mão, ele sorriu aprovando, disse que eu era boa naquilo, então me deu um selinho e eu o odiei mais por roubar meu primeiro beijo.
Tomei um banho depois disso e fiquei escondida no meu quarto pelos próximos dias. Fingi que não estava ali quando ele apareceu dois dias depois, me escondendo debaixo da cama para não ter que passar por aquilo de novo.
Tentando ter um pouco de controle sobre o que acontecia comigo, cheguei em um menino na escola que eu achava bonito, vermelha, gaguejando, pedi que ele me beijasse. Ele achou que eu era louca e eu disse que podia fazer ele feliz, que havia aprendido algo que garotos gostavam. Me senti depravada, mas implorei que ele me encontrasse na salinha da limpeza, ele ficou desconfiado, mas estava curioso, então foi. Eu o beijei. Foi desengonçado, ainda mais quando coloquei minha língua em sua boca, mas ele já parecia ter certa experiencia, era um menino mais velho, afinal. Em troca, toquei ele por cima da calça, acariciando e sentindo ele ficar duro. Ele me empurrou contra a parede e quis transar comigo ali mesmo, mas me neguei, só queria ter meu primeiro beijo de verdade com alguém que eu escolhe, ele ficou confuso e então saiu puto dali, e quando eu saí, tinha um grupinho esperando. Senti o rosto vermelho e baixei o olhar, me apressado para fora da escola.
Claro que nos dias seguintes me tornei a vagabunda da escola. Eu não tinha pensado em como minha atitude iria repercutir por mim. E se antes eu já não tinha amigos, as poucas meninas com quem eu falava passaram a me ignorar.
No fim da semana, quando cheguei em casa, Marconi estava ali. Fiquei surpresa e senti a tensão me preencher, mas quando ele bateu em seu colo, me chamando para sentar, não discuti. Larguei minha bolsa no chão e sentei no colo dele.
Marconi perguntou o que havia de errado e eu disse que não havia nada. Ele sabia que tinha, mas não insistiu, então me tocou como sempre, mas dessa vez por dentro da roupa. Enquanto eu o masturbava, ele subiu minha camisa e lambeu meus seios, deslizou a mão por dentro da minha calça e suspirou por tocar em minha intimidade, senti seu dedo pressionar minha entrada e estremeci, sentindo o prazer me tomando. Desliguei minha mente, deixando que meu corpo corresponder o que ele fazia em mim. Quando ele gozou, tirei minha, levantei e fui para o quarto, ele me chamou, mas o ignorei.
Eu tinha tido meu primeiro beijo por escolha, mas me arrependia, e minhas primeiras experiências com um homem eram tiradas de mim pelo namorado da minha mãe. Eu me sentia definhando em mim e não tinha para quem gritar, para quem recorrer e pedir ajuda.
Então, quando Marconi surgiu das próximas vezes, eu não estava ali, apenas meu corpo, reagindo a seus toques, minha mão trabalhando mecanicamente. E acho que ele viu isso como autorização minha, pois pouco depois ele me deitou no sofá, tirou minha roupa e roubou minha virgindade. Foi doloroso, nada prazeroso, e depois que ele foi embora, chorei no banheiro.
Na mesma noite eu entrei no quarto da minha mãe e aos prantos, contei a ela que Marconi havia me tocado, e ela apenas gritou comigo, dizendo que eu devia parar de andar com a roupas curtas que eu usava, parar de agir como uma vagabunda, pois ele era homem, e eu devia arcar com minha escolhas de vida.
Fiquei desolada, e mais vez, quando Marconi veio por mais, desliguei minha mente e deixei ele fazer o que queria, eu não tinha mais o que tentar preservar, ele tinha tomado tudo mesmo.
Mas foi na terceira vez que me livrei dele. Não do jeito que eu poderia desejar.
Ele estava sobre mim, investindo com todo o desejo que havia nele, enquanto eu estava sobre o sofá, sempre aquele maldito sofá, olhando pro teto e desejando que acabasse logo, quando minha mãe entra com tudo em casa, grita, berra, bate nele, bate em mim. Ela havia recebi uma ligação da escola, sobre como eu havia tido comportamentos inadequados, parece que a fofoca dos corredores tinham chegado aos ouvidos da diretoria. Meu primeiro beijo frustrado. Ela entrou em casa no momento certo, mas com os motivos errados.
Com apenas o blusão que usava a calcinha q Marconi avia afastado antes de me penetrar, eu fui expulsa de casa. Choquei, bati na porta, implorei que ela não fizesse aquilo, mas quando ouvi os gemidos dela, eu soube que ela jamais me daria ouvidos, na mente dela, eu causei aquilo, eu seduzi Marconi, eu era a vagabunda que tentou roubar o namorado dela.
Me escondi no quintal, aquela noite, dormi tremendo com o frio da noite, e quando a luz da manhã me despertou, fiquei deitada um pouco mais, pensando no que faria da vida dali pra frente. Queria implorar de novo para voltar, mas eu estava farta, cansada de ser só algo que minha mãe dizia que era seu, mas que descartava quando perdia o interesse.
Assim que ouvi a porta da frente fechar, levantei, quebrei a janela do meu quarto e entrei. Peguei poucas peças de roupas, alguns objetos e enfiei tudo em uma mochila. Fui até o quarto da minha mãe e peguei as joias que amava, enquanto ia pela sala, olhei aquele sofá e senti asco por tudo que passei ali. Ele tinha sido um ponto de felicidade, e isso foi arruinado nos últimos meses. Então, como presente de aniversário, empurrei ele para fora e coloquei fogo, para em seguida seguir andando pela calçada, sem olhar para trás.
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As Gotas da Chuva
RomanceLucila não teve uma vida fácil, e durante um fim de tarde chuvoso ela relembra tudo pelo que já passou.