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Os raios de sol dançando sobre a paisagem campestre, deixando em destaque o verde exuberante das colinas que Kara avistava pela janela da picape dirigida por seu pai. Tudo que estava vendo daria um belo cartão postal, um convite atraente para aquela cidadezinha do interior onde a maioria dos moradores criam animais.
Bem diferente de sua vida na cidade grande, para Kara estava sendo um verdadeiro pesadelo ter que morar na roça — como estava se referindo — com seu pai, não conseguia entender como alguém poderia gostar de viver no meio do nada. Mas, aparentemente, sua mãe estava farta demais de lidar com a vida materna e a debandou para morar com o pai, enquanto ia curtir a vida de recém casada em algum lugar do México.
Ou seria Costa Rica? Kara não fazia ideia.
A ideia de ser tratada como uma menina de quinze anos e ter sido obrigada a ir morar com seu pai, não a agradava de forma alguma, já possuía seus vinte anos e poderia viver sozinha, mas isso não foi uma opção para sua mãe. A obrigando mudar a faculdade para ensino a distância, fazendo com que deixasse para trás seus amigos e toda sua vida tranquila.
Embora houvesse uma época em que gostava de ir para fazenda com seu pai, Kara sabia que nunca foi o que ele esperava, Kyle Zorel esperava um filho homem para ensina-lo tudo sobre cavalos, gado e o que mais envolvesse uma fazenda. Mas ali estava Kara, sua primeira e única – em sua cabeça – filha, alguém de quem ele não fez o mínimo esforço para se aproximar ou criar fortes laços afetivos.
— Vamos Kara, anime-se, a vida na fazenda não é tão ruim quanto pensa.
— Yupi! — Murmurou com desânimo.
— Também não me agrada em nada toda essa mudança Kara, sua mãe é uma egoísta que pensa somente em suas vontades, nos obrigando a mudar nossa rotina para agradá-la. Você agora mora comigo, quer queira ou quer não, andará na linha e irá trabalhar na fazenda para ajudar em casa. — A loira encolheu os ombros, calada diante de todo sermão. — Se quer que eu continue pagando sua universidade, terá de ajudar e fazer por onde. E por Deus, não irrite a minha patroa!
A menina manteve-se calada.
— Entendidos?
— Sim...
A garota voltou a olhar para paisagem evitando que Kyle visse as lágrimas se formando em seus olhos, esse era um dos motivos para não querer estar ali, Kyle nunca era afetuoso ou flexível, estava sempre a tratando como uma obrigação, seu fardo indesejado. Um pequeno sorriso brincou pelos lábios da menina ao ver os cavalos espalhados por uma colina, todos se alimentando despreocupadamente.
Os olhos azuis pousaram sobre um que lhe chamou mais atenção, não por estar selado e recebendo carinho de uma mulher, mas por ter a pelagem tão negra que brilhava sob a luz do sol. Era um lindo cavalo. E embora não tivesse maior intimidade com o animal, já que nunca aprendeu a cavalgar, não podia negar o quão lindos os equinos eram.
