04 - Provações

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Guys, esse capítulo vai ser meio tenso mas, espero que gostem! Eu espero de verdade que essa fanfic seja reconhecida, por quê foi meio difícil escrever desse jeito, que eu nunca tinha feito uma fanfic dessa forma.

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O tratamento de Deku, embora estivesse mostrando resultados positivos, não era fácil. Os efeitos colaterais dos medicamentos eram devastadores. Enjôos, fadiga extrema, dores constantes e perda de apetite se tornavam uma luta diária. A cada sessão de quimioterapia, Deku parecia perder um pouco mais de sua força, e isso afetava todos ao seu redor.

Bakugou estava ao lado de Deku durante cada passo do tratamento, mas ver seu amigo — e agora, algo mais — sofrendo tanto, começou a cobrar seu preço emocional. Ele nunca foi bom em lidar com a fraqueza, nem a sua própria, nem a dos outros. E ver Deku tão vulnerável trouxe à tona uma mistura de frustração, medo e impotência.

...

Uma noite, após uma sessão particularmente dura de quimioterapia, Bakugou entrou no quarto do hospital para encontrar Deku tentando se levantar da cama. Ele estava visivelmente exausto, mas ainda assim determinado a continuar com seu treinamento de herói, mesmo que fosse só para fazer alguns exercícios leves.

"Ei, o que diabos você pensa que está fazendo?"- Bakugou gritou, a voz cheia de preocupação e irritação.-

- Deku olhou para ele, os olhos cansados, mas ainda brilhando com aquela determinação que Bakugou conhecia tão bem. - "Eu só... eu preciso continuar treinando, Kacchan. Não posso deixar isso me parar."

-Bakugou marchou até ele, forçando-o gentilmente a sentar-se de volta na cama. - "Você precisa descansar, idiota! Você não pode continuar se desgastando desse jeito. Isso vai acabar te matando!"

- Deku balançou a cabeça, teimoso. -"Eu não posso ficar parado. Se eu desistir agora, vou perder tudo pelo que trabalhei. Eu não posso ser fraco."

"Você não está sendo fraco ao descansar!" - Bakugou gritou, a frustração borbulhando até a superfície. - "Você está sendo imprudente!"

Os dias seguintes só intensificaram a tensão entre eles. Deku continuava a se forçar além de seus limites, e Bakugou se via cada vez mais frustrado e impotente. A raiva e o medo que ele sentia eram difíceis de controlar, e as brigas começaram a se tornar mais frequentes.
...

"Por que você não entende que precisa se cuidar?" - Bakugou rugiu um dia, depois de encontrar Deku tentando fazer exercícios de fortalecimento, mesmo com suas mãos tremendo de fraqueza.-

"Porque eu não posso me dar ao luxo de ser fraco!" - Deku respondeu com igual fervor.- "Eu tenho que continuar lutando. Eu tenho que ser forte para todos que acreditam em mim!"

"E o que você acha que vai acontecer se você continuar se forçando assim?" - Bakugou disparou, os olhos brilhando de raiva e medo.- "Você acha que ser forte significa se matar lentamente? Isso não é ser herói, é ser estúpido!"

"Você não entende!" - Deku gritou de volta, as lágrimas começando a se formar em seus olhos.- "Eu não posso simplesmente parar! Eu tenho que continuar tentando, mesmo que isso signifique empurrar meus limites!"

- Bakugou ficou em silêncio por um momento, respirando pesadamente.- "Você não está sozinho nisso, Deku. Mas você está agindo como se estivesse. E isso... isso está me matando por dentro."

A briga culminou em uma explosão emocional. Deku e Bakugou estavam ambos exaustos, física e emocionalmente. Depois de uma discussão particularmente intensa, Bakugou saiu do quarto do hospital, batendo a porta atrás de si. Ele precisava de ar, precisava de espaço para processar tudo.

Os dias seguintes foram marcados por um silêncio tenso. Bakugou começou a visitar menos, tentando dar a Deku o espaço que ele aparentemente precisava. Deku, por sua vez, sentiu a ausência de Bakugou como um golpe no peito, mas estava determinado a continuar sua luta sozinho, mesmo que isso significasse afastar aqueles que ele amava.

Uma noite, enquanto estava sozinho em seu quarto, Bakugou refletiu sobre a situação. Ele estava frustrado e magoado, mas sabia que parte da culpa era sua. Ele não sabia como lidar com os sentimentos de impotência que surgiam ao ver Deku sofrendo. Sua maneira de proteger Deku era forçá-lo a descansar, mas talvez ele estivesse sendo excessivamente duro.

"Por que você tem que ser tão teimoso, Deku?"- ele murmurou para si mesmo, a voz embargada.-  "Por que você não pode ver que eu só quero te ajudar?"

Enquanto isso, no hospital, Deku também estava refletindo. Ele sentia a falta de Bakugou, mas estava convencido de que precisava continuar se forçando. A determinação que o impulsionava também o cegava para o quanto ele estava se destruindo no processo.

O ponto de ruptura veio quando Deku desmaiou de exaustão durante um treino leve que insistiu em fazer. Ele foi encontrado por uma enfermeira, que rapidamente chamou os médicos. Quando Bakugou soube, ele correu para o hospital, o coração martelando no peito.

Ele encontrou Deku inconsciente na cama, com tubos e máquinas monitorando seus sinais vitais. Bakugou sentiu uma onda de desespero e raiva. Raiva de Deku por ser tão teimoso, raiva de si mesmo por não conseguir protegê-lo.

Quando Deku finalmente acordou, Bakugou estava ao seu lado, os olhos vermelhos de preocupação e exaustão.

"Você quase se matou, idiota." - ele disse, a voz rouca.-

- Deku olhou para ele, a culpa e a tristeza visíveis em seus olhos. -"Eu... eu só queria continuar lutando."

Bakugou segurou a mão de Deku, apertando-a com força. "Você não precisa lutar sozinho, Deku. E você não precisa se destruir no processo. Nós estamos nisso juntos. Mas você precisa se cuidar. Por você. Por nós."

As palavras de Bakugou atingiram Deku profundamente. Ele percebeu que, em sua determinação cega, estava se afastando de todos que se importavam com ele. Ele apertou a mão de Bakugou de volta, sentindo uma nova determinação crescer dentro dele. Não uma determinação de se forçar além dos limites, mas de encontrar um equilíbrio, de lutar de uma maneira que não destruísse a si mesmo e aqueles ao seu redor.

"Eu sinto muito, Kacchan." - Deku sussurrou, a voz quebrada pela emoção. - "Eu só... eu só não queria ser um peso para ninguém."

"Você nunca foi um peso." - Bakugou respondeu, a voz suave. - "Mas você precisa se permitir ser humano, Izuku. Ser um herói também significa saber quando aceitar ajuda."

- Deku assentiu, lágrimas escorrendo pelo rosto.- "Eu prometo que vou tentar. Por você. Por nós."

- Bakugou sorriu, um sorriso cheio de alívio e carinho.- "Estamos nisso juntos, Izuku. Sempre."

Too lateOnde histórias criam vida. Descubra agora