Um casamento na forca - dramione

Capítulo 1

Hermione não conseguia superar a sensação de pavor que se instalou em seu estômago enquanto ela fingia tomar seu chá há muito frio.

"O mais jovem ganhador do Kiss nos últimos 100 anos."

Ela embaralhou os papéis em sua mesa pela quinta vez, esperando que o ato organizacional de alguma forma se estendesse à confusão de pensamentos que corriam em sua mente.

"Fim de duas antigas linhagens sagradas dos Vinte e Oito."

Hermione bateu na ponta da pena, forçando-se a esquecer as palavras da primeira página do Profeta Diário e se concentrar na proposta dos centauros que precisava ser redigida novamente até o fim da semana. Os centauros precisavam dela. Não das antigas linhagens dos Sagrados Vinte e Oito que provavelmente precisavam ser encerradas.

" Definido para 15 de junho."

Um último aniversário. Uma lembrança de uma coruja de aparência imperiosa carregando pacotes elegantes embrulhados em prata continuou a circular nos pensamentos de Hermione enquanto ela esperava os elevadores do Ministério a caminho da cantina. Ela sempre se orgulhara de sua memória, mas naquele momento, ela desejou poder esquecer um aniversário que caía em junho. E esquecer o garoto cujo aniversário era.

Não é mais um menino, na verdade.

Cinco anos se passaram desde a guerra. Uma guerra que quase destruiu o Mundo Bruxo Britânico e quase tirou sua vida. Hermione ainda verificava suas proteções pelo menos duas vezes por noite antes de apagar as luzes de sua pequena cabana. Ela mantinha uma pequena e modesta bolsa de contas cheia de produtos secos, roupas extras e poções básicas perto de seu Flu. Ela mentiu para si mesma que era para o caso de um incêndio, como se a magia não pudesse extinguir chamas. Ela ainda tinha aquela palavra esculpida em seu antebraço. Hermione frequentemente se pegava tocando levemente as letras em relevo à noite. Quando o mundo parecia extra quieto e ela jurava que podia sentir o frio cortante da Floresta de Dean no inverno, Hermione traçava cada letra lentamente, lembrando a si mesma que estava segura. Ela havia vencido.

Não é mais um garoto. Um homem de vinte e três anos.

Ela balançou a cabeça, esperando banir os pensamentos que a perseguiam o dia todo. Terminando o sanduíche de ovo e agrião que mal havia tocado em mordidas limpas, ela sorriu para algo que Anthony Goldstein disse. Hermione esperava que ele não tivesse notado que ela não estava realmente ouvindo a história sobre o encontro de sua tia-avó com o MACUSA.

Enquanto pegavam o elevador de volta para o Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas no quarto andar do Ministério, ela decidiu não passar mais um momento pensando em olhos cinzentos tristes, sorrisos frios ou qualquer coisa que lembrasse loiro. Hermione tinha feito sua parte e escrito em seu nome para seu julgamento ao lado de Harry e Ron (este último um pouco mais relutante do que ela). Ela o havia perdoado por suas ações covardes como um valentão na escola e aceitou que ele tinha sido uma criança desencaminhada pelos adultos em sua vida. Ele tinha sido um soldado como ela, forçado a tomar decisões que mudariam sua vida muito jovem. Eles eram dois lados da mesma moeda. Hermione tinha feito sua parte pela guerra, por sua comunidade e por um antigo inimigo. Ela tinha feito o suficiente. O peso não precisava mais repousar sobre seus ombros. A escolha de condenar suas ações tinha sido somente do Wizengamot.

Ela já tinha feito o suficiente.

Ela repetiu essas palavras enquanto testava suas proteções mais uma vez.

Ela repetiu essas palavras enquanto procurava sua bolsa de contas perto do Flu.

Ela repetiu essas palavras enquanto as pontas dos seus dedos traçavam um M irregular na pele lisa do seu antebraço enquanto ela se enrolava sob sua colcha desgastada.