"Eu estava tentando fazer você me contar o que está acontecendo esse tempo todo, Harry." Ela saiu das mãos dele, esfregando os braços para recuperar um pouco do fluxo sanguíneo que havia sido cortado pelo aperto dele.
Harry parecia doente. O sangue estava gradualmente drenando de seu rosto, deixando um tom acinzentado. Uma mão surgiu, pressionando seus olhos por trás de seus óculos tortos.
"Harry?" O medo estava começando a se instalar. Seu olhar de nervosismo inquieto sempre fora um prenúncio de más notícias.
"Lembra daquela investigação em que eu estava trabalhando?" Sua voz estava vazia.
"Sim. O que isso tem a ver comigo?"
"Estamos acompanhando o caso há semanas. Não conseguíamos entender o padrão, por que mudou de espancamentos para, de repente, um Avada, por que os locais estavam todos espalhados... Mas... encontramos uma suspeita, Hermione."
Ela podia sentir seu coração batendo forte no peito, podia sentir as pontas dos dedos vibrando.
"É o Malfoy."
Os olhos dela começaram a piscar rapidamente. Ela se perguntou brevemente se, de alguma forma, Harry tinha usado um feitiço que sugou o oxigênio do quarto sem que ela percebesse.
"Eu sei que você provavelmente não acredita, mas, por favor, saiba que eu lutei contra isso. Quando o nome dele foi mencionado pela primeira vez, eu estava convencido de que eles eram tendenciosos contra ele. Eu me certifiquei de que investigássemos minuciosamente todos os outros possíveis suspeitos antes de vir até você."
"Você está certo, eu não acredito em você." Hermione sentiu sua cabeça balançando para frente e para trás. Sua resposta foi imediata. Não havia como. "Não, Harry. Não é ele. Eu estive com ele. Eu saberia. Eu saberia se ele- se ele matasse pessoas."
"Eu sei. Não estou dizendo que ele fez isso. Temos mais a investigar, mas vamos detê-lo para interrogatório. Eu nem deveria estar aqui. Não posso lhe dar mais detalhes. Posso perder meu emprego. Só pensei, já que as coisas entre vocês dois... Só queria avisá-lo."
"Não é ele, Harry. Você entendeu errado. Você deixou passar alguma coisa. Não pode ser ele." Ela olhou fixamente para os olhos verdes dele, implorando para que ele entendesse que estava errado.
"Sinto muito. Os papéis estão sendo elaborados agora. Eles estarão prontos pela manhã. Não lute contra isso, por favor."
"Não. Eles não podem levá-lo. Não posso estar tão errado. Não tem como. Eu não deixaria alguém assim- assim- entrar na minha casa."
No meu corpo.
"Eu sei, eu sei. Prometa-me que você não vai lutar contra isso, não vai deixá-lo fugir. Não posso ajudá-lo se ele fugir, mesmo que ele seja inocente."
"Você acredita que ele é inocente, certo? Você acredita em mim, Harry?" Ela precisava ouvi-lo dizer as palavras.
Harry lançou-lhe um olhar que pareceu um soco no estômago. "Eu acredito em você. Eu sempre acreditei em você. Mas não posso ignorar as evidências. Tenho que fazer meu trabalho. Se ele é inocente, não há nada com que se preocupar. Apenas coopere, por favor. Por favor, Hermione."
Hermione sentiu sua cabeça balançar.
"Acho que você deveria ficar conosco esta noite. Não sei se é inteligente você ficar aqui quando ele chegar em casa."
"Não." Sua voz saiu forte e segura.
"Hermione, e se—"
"Eu vou ficar. Preciso falar com ele."
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Um casamento na forca - dramione
Fantasy"Alegria foi a última coisa que ela sentiu ao encarar os olhos vazios que deveriam ser de um cinza brilhante. Seu rosto sempre pareceu pontudo e afiado, mas agora isso deu lugar à magreza. Seu cabelo, com o qual ele era tão exigente na escola, pendi...