Capítulo 5

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Os jatos quentes de água ajudaram a organizar seus pensamentos caóticos até certo ponto. Toda a situação na cozinha havia tomado um rumo perigoso, um que Harry havia tentado desesperadamente evitar. Primeiro, ele cedeu à influência de Riddle, baixando a guarda e terminando onde estava agora, mas o que era realmente assustador não era isso. Ele amava isso. Não, isso não está certo. Ele estava consumido pela pequena sessão na cozinha e, acima de tudo, ansiava pelo que viria a seguir. Foi um erro? Absolutamente. Ele queria parar? Ele não tinha mais tanta certeza.

Em algum momento, em meio ao barulho da água corrente, ele ouviu o som de uma porta rangendo ao abrir e, instantaneamente, ele ficou tenso. Através do vidro embaçado da tela do chuveiro, ele podia ver uma silhueta alta e sombria pairando imóvel na entrada. O coração de Harry batia contra suas costelas com vigor renovado e ele recuou um pouco, aumentando a pressão da água em sua força máxima para que o vidro não revelasse todos os contornos de seu corpo tão claramente. Alguns momentos depois, a figura entrou em movimento, deslizando como uma sombra em direção ao espelho e, então, tão silenciosamente, saiu do quarto. Até aquele momento, ele nem tinha percebido que estava prendendo a respiração o tempo todo.

Depois de passar mais dez minutos em um transe aquecido de pensamentos conflitantes, Harry desligou a água. O quarto estava cheio de grossas nuvens de vapor, então ele não notou imediatamente a pequena pilha de roupas no armário ao lado do espelho. Isso explicava muita coisa. Ele não só encontrou uma camisa ali, mas também uma calça. A calça era um pouco grande demais, especialmente no comprimento, a ponto de Harry ter que dobrá-la várias vezes. No entanto, a camisa, alguns tamanhos maior, lhe servia perfeitamente. Era simples e leve, feita de tecido semelhante aos enviados por Riddle em seu primeiro pacote. Ele deu uma última olhada em si mesmo no espelho antes de ir para a cozinha em antecipação ao jantar prometido.

Não havia ninguém na cozinha, embora ele tenha encontrado o dono da casa ao lado de uma mesa de centro totalmente posta na sala de estar. Ele se sentou, recostando-se no sofá, folheando um livro — um daqueles que Harry tinha visto antes — óculos de leitura retangulares e elegantes completavam seu visual. Ele refletiu rapidamente enquanto se sentava em frente a ele, se havia algo no mundo que não combinasse com Riddle. Sua presença não passou despercebida.

Deixando de lado o livro e os óculos, Riddle lentamente pegou a garrafa de vinho, com um sorriso encantador brincando em seus lábios.

“Bem-vindo de volta, Harry. Espero que você não se importe com uma pequena mudança?” ele fez uma pausa, seu sorriso assumindo uma ponta predatória enquanto as bochechas de Harry coravam. “Eu pessoalmente acho este quarto mais confortável, você não acha?”

“Hum, não me importo”, Harry deu de ombros.

Riddle cantarolou, oferecendo-lhe uma taça de vinho branco. “Eu tive um pressentimento.”

Ignorando seu último comentário, Harry começou a examinar a variedade na mesa. Já fazia algum tempo desde o treino e a comida nos pratos parecia incrivelmente apetitosa. O gosto era ainda melhor do que ele esperava. Claramente, o ingrediente principal da massa era o molho, que derretia na língua, dando ao prato suas notas picantes.

“Vejo que você gostou”, disse Riddle, girando levemente o vinho em sua taça.

Naquele momento, um toque de telefone suave soou ao fundo.

Assustado, Harry só agora percebeu que não havia avisado ninguém que estava atrasado. Havia várias chamadas perdidas em seu telefone de seus pais, que pareciam estar tentando falar com ele enquanto ele ainda estava no chuveiro. Enquanto o telefone continuava tocando, sua mente correu por possíveis desculpas. Fechando os olhos, Harry pegou o telefone.

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