Smiler flower

Capítulo Um

As noites nunca mais foram as mesmas para Minghao, que antes dividia uma cama com seu marido e agora ficava apenas sentado no sofá pensando e trilhando diversos cenários diferentes de como seria a sua vida a partir de agora, sendo um pai solo e sozinho no mundo.

Se tudo corresse bem, ele voltaria para a china e teria todo o apoio de sua família em relação a isso. seus pais amavam a neta e queriam muito pode ter mais contato com ela, uma vez que em outro país, como agora, era quase impossível poder mimar a pequena como avós faziam normalmente.

O que conseguiam fazer por meio de uma ligação, eles faziam, sem contar o apoio que o próprio minghao receberia dos pais, afinal o mesmo estava destroçado com a ideia de largar tantos anos juntos a alguém que jurava o amar inteiramente.

Mas os barulhos suaves que a filha fazia ao seu lado o fazia sempre reconsiderar a possibilidade de ir embora para tão longe, apesar de ser um marido ruim e estar sempre longe fazendo o que não devia, ele era um bom pai.

Era um pai presente, que dava colo, que ninava, que cuidava, trazia presentes, fazia questão de estar por perto quando a filha adoecia e dava longos banhos para ter o que chamava de momento de pai e filha.

Nesse momento só se podia escutar a risada gostosa de neném e a batida que a pequena sempre dava na água quando estava pulando de felicidade. Esse deveria ser o momento mais feliz do dia dela, sem contar os que ela estava comendo algo novo na sua introdução alimentar.

Mas a dor sempre voltava quando os dois adultos estavam sozinhos. Era como se toda a atmosfera caótica dos problemas dos dois fizesse questão de voltar quando eles estavam a sós, impossibilitando assim, que eles pudessem ter um momento de paz que fosse.

Minghao esperava conseguir ter uma conversa civilizada com Jun quando o mesmo voltasse sóbrio alguma noite qualquer na semana, mas isso raramente acontecia. o outro chinês até mesmo havia cortado os momentos com a filha da rotina que antes possuía com tanto afinco.

Jun, nesse momento, estava na casa de Seungcheol se afogando em lágrimas, sentindo uma dor que ele nunca sentiu antes na sua vida. Não era uma dor física como muitos devem pensar que podia ser facilmente resolvida com remédio e um pouco de repouso.

Era a dor do arrependimento.

Ele nunca esperou que toda a situação que se encontrava fosse chegar nesse nível todo, até porque foi uma única garrafa de bebida que ele ingeriu que causou toda a confusão em que estava até os dias atuais, dominado pelo desejo incansável de ingerir o líquido amargo e quente.

— Pare de agir como uma criança. — O Choi disse já irritado com as atitudes do amigo. — Minghao está mais do que certo em querer te largar nesse estado.

— Mas e quanto a minha filha?

Mencionar a filha fez com que mais lágrimas dominassem os olhos de Jun que soluçava com uma das mãos no peito. Ele até tentava se acalmar e respirar mais devagar, mas ele sentia o pânico o dominar sempre que lembrava que podia nunca mais ver a filha.

O processo que Minghao estava levando na justiça lhe dava a guarda total da filha e sendo assim, Jun não poderia ter acesso algum a ela. Nem se ele quisesse e conseguisse também iria vê-la, afinal os pais de Minghao eram superprotetores quando o assunto era o filho.

Nem quando os dois começaram a se relacionar, Jun foi bem recebido pelos pais de Minghao. Esses que alegavam que Jun apenas tinha a intenção de partir o coração alheio, na intenção de ficar com a riqueza que havia na família do então marido.

— Deveria ter pensado nela antes de começar a beber, Jun. Não é isso que um pai faz e nem deve fazer. — Seungcheol caminhou em direção a saída da sala. — Não acho que hoje deva ser chamado de pai.

— O que eu faço então? — Jun sussurrou perdido em meio às memórias que inundavam a sua mente naquele momento.

— Procure ajuda e seja homem de verdade.