Sob as Regras da Lâmpada

📜 . Prólogo

Há muito, muito, muito tempo atrás, antes do mundo dos contos de fada existirem, a terra era povoada por grandes gênios.

Estes viviam amigavelmente e totalmente livres entre pessoas sem magia, seus amos, e seu poder não era aprisionado. Realizavam desejos, ajudavam a todos com sua gentileza e sabedoria. Quase deuses, essas criaturas mágicas e imortais usavam seu poder para servir e não para bem próprio. E tudo ia muito bem assim, até o dia que um dos gênios se cansou da vida de servo que levava.

Bangui era jovem, belo e inteligente, filho mais velho dos dois grandes da época, ele não aceitava que o poder se concentrasse nas mãos de mortais comuns, enquanto eles, gênios poderosos, eram submissos a tais criaturas indignas de desejos. Após ler muitos dos livros proibidos sobre a teoria do lado negro dos desejos, Bangui planejou e executou um grande golpe fazendo com que os antigos amos se curvassem perante ele, de modo que ele dominou e construiu seu próprio império a partir de magia negra.

Os gênios antigos, com tudo mais sábios, se reuniram e decidiram punir Bangui, então seu irmão mais novo foi encarregado de fazê-lo, o trancando em uma lâmpada regrada, onde sempre que liberto seria obrigado a servir seu amo mortal por três desejos. Nem um a mais nem um a menos.

ꟷ Mas por que três, papai?

ꟷ Já chego lá minha pequenina... – o homem fez cocegas na garotinha deitada na cama – Três é considerado o número perfeito para os gênios, ele é mítico, é especial, um é pouco, dois é muito simples e o quatro é um horror! Então três.

Mas antes de ser preso, Bangui lançou uma maldição em todos os gênios e em todos seus descendentes que viessem: Gênios sem correntes seriam vulneráveis a magia negra e ao lado sombrio dos desejos. Gênios livres seriam corrompidos.

Seu irmão foi visto como um herói, mas ele sentia também que havia traído o irmão, então desejou aos gênios mais antigos que o prendessem também e assim lhe foi concedido, com sua lâmpada sendo colocada no mais belo lugar do mundo, para que ele sempre fosse lembrado como bom.

Com Bangui e todo mal agora aprisionado dentro de uma lâmpada mágica, os amos mais sábios decidiram conversar com os gênios. Eles estavam com medo de que algo na promessa do gênio corrompido se cumprisse. Então, depois de três longos dias de meditação, os gênios decidiram por fim usar sua magia para que nada daquilo que Bangui os amaldiçoou viesse a acontecer, eles destruíram a lâmpada de Bangui e, com ajuda de seus amos, encantaram lâmpadas para todos os gênios da terra, todas com as mesmas regras, os mesmos três desejos e apenas um gênio era permitido em cada lâmpada. Famílias foram separadas, e desde então não se ouve mais nascimento de gênios relatados em toda história.

ꟷ Você é a primeira em séculos, minha Jordan, isso pode significar uma nova era de gênios.

ꟷ Mas eu ainda tenho que seguir as regras da lâmpada, fazer três desejos para quem me libertar e bla bla bla... Eu quero saber dos outros! O que aconteceu com as lâmpadas?

ꟷ Muitas se perderam ao longo do tempo, alguns gênios se cansam da imortalidade e, bem, usam seu poder em si mesmos... Existem poucos agora.

ꟷ Mas a maldição do Bangui? Não pode ser desfeita? – a garotinha de cabelos roxos fica de pé na cama cruzando os braços onde haviam dois braceletes grossos e dourados nos pulsos – Acho que deve ser uma piada tudo isso, olha pra você, você tá bem! Não tem nada de ruim em você, papai!

ꟷ Ah, minha pequena Jordan, apenas Bangui poderia quebrar sua maldição, lembra do que falei sobre isso? Magia de um gênio...

ꟷ Não pode ser quebrada pela magia de outro gênio, é eu sei... Mas a lâmpada dele foi destruída!

ꟷ Sim, por isso ela ainda vale, e quanto a mim, Jordan... Desde que Alladin me libertou meus poderes vem diminuindo, talvez isso tenha haver com a magia da lâmpada, ou... Já está tarde, e você só tem cinco anos ainda, talvez eu explique melhor quando você for mais velha.

ꟷ Mas papai...

ꟷ Eu tenho que ir Jordan, seu irmão também precisa de um beijo de boa noite do papai, lembra?

ꟷ Por que ele não pode dormir comigo aqui? Ele não é um gênio, não estaria quebrando nenhuma regra. – a garota se joga de costas na cama fazendo bico com os braços ainda cruzados.

ꟷ Ele ainda é muito novo para entrar na lâmpada, você se acostumou e eu também, mas ele e sua mãe assim como qualquer outra pessoa não acha que entrar e sair da lâmpada seja uma experiência muito boa.

ꟷ Okay, tudo bem.

Mesmo tendo dito que estava tudo bem a garotinha de cabelos roxos não gostava de ficar sozinha na lâmpada, mesmo sabendo que era seu dever. Queria brincar com o irmão nas piscinas de areia que ela havia descoberto aquela tarde, ou se esconder com ele das armaduras da lâmpada que ela encantava com magia.

ꟷ Se orgulhe do seu poder, Jordan, a lâmpada é para proteção, é isso que queria que você soubesse com essa história. – o gênio liberto beija o topo da testa da filha e se afasta sorrindo – Durma bem, minha pequena Jordan.

ꟷ Até amanhã, papai.

E então ele caminha até a porta do quarto da filha e retira a chave que guardava com todo cuidado no bolso a encostando brevemente na madeira da porta deixando que a magia percorresse seu corpo e em menos de um segundo ele se encontrava fora da lâmpada. Guardou novamente a chave e caminhou até o quarto do filho mais novo, parando na metade do caminho sentindo uma pontada forte em sua nuca, os nervos começaram a entrar em um estado de dormência, o fazendo cambalear um pouco até perto do espelho.

Por breves segundos ele viu um vulto negro passar por seus olhos, mas assim como a dor, sumiu rapidamente.

A única prova de que não havia sido um sonho foi dois riscos negros, um em cada pulso do antigo gênio da lâmpada.

ꟷ Bangui...

📜 . Notas do Gênio:

Olá, meus convidados! Aqui estou eu para dizer que oficialmente começamos a história!

Atualizações serão feitas todas quartas e sextas, com horário incerto ainda.

O prólogo foi mais para dar uma situada em tudo para vocês entenderem melhor o mundo dos gênios e o que ocorreu nele.

Com o desenrolar da história quero teorias de vocês, hein?

No mais, por hoje é só! Até breve!

Ass.: AW