Destinada á um monstro.

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Quando abro meus olhos sinto que minhas pernas estão mexendo involuntariamente.

Porque sempre tenho que começar acordando de um desmaio?

Apoio minhas mãos em algo quando sinto que vou cair mas sou segurada pela cintura antes mesmo que aconteça.

Tem um homem na minha frente, um homem que nunca vi na vida.
Ele me olha por alguns segundos, mas depois ergue minha mão e dá um passo para o lado e depois dois para frente e três para trás e...Estamos dançando?
Estamos.

Olho para baixo, minhas pernas param de se mover e ficam moles assim que olho para elas.
Vou em direção ao chão pela falta de equilíbrio mas sou segurada mais uma vez.

—O-Oque...?

—Boa Noite, Lady Elizabeth. — O homem cumprimenta, seus olhos azuis não saem dos meus.

Não sinto meus pés, nem meus joelhos, e a única coisa que me mantém de pé é uma mão forte em minha cintura.
O salão ao meu redor está lotado de pessoas dançando igualmente a mim, mas não paradas como estou. Ninguém mais olha para nós, e reconheço algumas das pessoas que fizeram comentários sobre mim mais cedo.
Olho para todos os lados, um pouco assustada, confesso.

—Minhas pernas...

—Ah, sim. O encanto, deve ter acabado...

—Encanto?— Faço cara feia. Quero sair do aperto desse homem que me segura com tanta segurança. —Quem é você?

—Já não fomos apresentados?

—De alguma forma o senhor sabe meu nome, mas nunca o vi nada vida.

—Bom, talvez se continuarmos a dança eu lhe conte algo sobre mim. —Ele me oferece um sorriso singelo.

—Meus pés. — Olhamos para baixo. Minhas pernas continuam paradas.

—Então talvez você tenha que levitar.

—O que-

Antes mesmo que eu termine de falar, minha indignação cresce mais ainda quando o rapaz me levanta um pouco mais do chão e seus pés saem do chão também.
Ele me puxa para perto, e então começamos a dançar no ar.
As pessoas ao nosso redor não olham, nem ao menos ousam espiar.

Sorrio.

—Como algo assim é possível?

—Acho que revelei algo sobre mim agora. — Nós rimos.

Me sinto mágica, como uma nuvem.

A música começa mais uma vez, dessa vez mais leve. Não acho uma ópera a cantar olhando para baixo, muito menos instrumentos, mas o som vem de algum lugar.
Sou atraída para meu par novamente quando ele me rodopia no ar e inicia uma dança calma.
Quem é esse homem?

Não estamos muito alto, mas já passamos da altura das mesas há algum tempo.

Penso estar em um sonho por estar voando. Ainda abismada, deixo com que meu corpo sinta a falta da gravidade e fecho os olhos por um instante.
Desejava estar lá fora agora, sobrevoando minha casa.
Sem essa música, sem essa gente, sem esse sentimento de perda em meu peito.

—Qual seu nome ? E como sabe o meu?

—Me chamo Frederick. E sua pergunta me surpreendeu um pouco...—Ele me puxa. — afinal, quem é que não sabe o seu nome?

Dou uma gargalhada.

—Você diz como se eu fosse uma celebridade. O senhor ao menos me conhece, quer dizer...Eu nunca o vi na vida!

Prometida ao Drácula Onde histórias criam vida. Descubra agora