Paula dava mais um gole em sua taça de vinho enquanto olhava para o homem a sua frente falar, concordava com tudo que ele falava apesar de não escutar nada. Não sabia quanto tempo estavam naquela "sessão de terapia", mas aparentemente fazia algum tempo e nada indicava que estava chegando ao fim.
– Você acha que eu fui errado? – Sandro pergunta colocando mais vinho na própria taça.
– Acho que já deu de beber. – Ela responde pegando a taça para si o impedindo de seguir bebendo. – E errado sobre o quê?
– Sobre ter terminado com o Rio. – Ele responde se ajeitando no sofá de sua sala.
Era comum todas as sextas os dois irem para casa do paulista e ficarem bebendo e conversando. Depois do término entre Sandro e Ricardo, as conversas passaram a ter um só assunto. O relacionamento dos dois.
– Acho que só de você perguntar, você sabe que errou. – Ela responde em um suspiro colocando as duas taças no chão. – Eu já te falei um milhão de vezes mas você cisma em não me ouvir, então me escuta bem, ok? – Ela o encara colocando as duas mãos em seus ombros e dando leves chacoalhões. – Você deveria ter assumido o namoro de vocês. Você foi idiota por não ter feito. O que importa mesmo é saber o que você vai fazer sobre isso, porque vocês se amavam e pelo visto, você, pelo menos, continua amando ele. – Paula suspira encarando Sandro que estava com a cabeça baixa à escutando.
– E ele? – Sandro pergunta em um sussurro. A paulista tenta conter um sorriso, era tão raro ver essa faceta do outro, mesmo sendo uma situação tenebrosa.
– Se o Rio te ama? Se liga, Sandro. Certeza que o pau dele só sobe com você. – Ela o responde gargalhando.
– Puta que pariu, garota, como você é ridícula. – Sandro responde se levantando do sofá e parando no lugar ao sentir a tontura da bebedeira. – Não sei porque eu falo com você sobre essas coisas... próxima vez eu vou falar com o Miguel.
– Seu ingrato! Ingrato, filho da puta. É isso que eu ganho por ficar te ouvindo choramingar por aquele carioca de merda. – Ela diz apontando para ele enquanto dramatizava, mas Sandro apenas ria da cara de pau da garota.
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– Como foi lá? – Pergunta o carioca encarando a jovem pela tela do celular passar um creme no cabelo.
– O mesmo de sempre, ele bebe, fica triste, chora as pitangas pelo Rio e eu escuto. E por aí? – Paula diz pegando o celular que estava apoiado em sua bancada para se deitar em sua cama.
– Um inferno, se para você é ruim ouvir quem deu o fora, imagina eu que tenho que ouvir a pessoa que levou. – Matheus diz suspirando se ajeitando na cama. – Acho que a gente deveria fazer eles voltarem, já te mandei esse papo mas você não me escuta.
– Óbvio, isso tem que partir deles, não da gente. – Paula diz encarando o namorado pela tela do celular.
– Meu amor, minha vida, minha paixão, tu não tá entendendo. Eles não vão se acertar sem um empurrãozinho. São dois teimosos de merda, já fazem três meses e até agora nada. O Sampinha nem pra Brasília vai mais, tu acha que eles vão se resolver como?
– Não sei não, amor. – Ela responde negando com a cabeça enquanto pensava.
– Confia no pai, belê? Cupido é meu nome do meio.
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Eles tinham um plano. Um plano bom? Não. Mas era um plano.
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Versões de nós ~ Pauneiro
FanfictionColetânea de one-shots pauneiro mostrando diversas versões e momentos do casal. *Personagens originais da @nikkiyannn*