Versões de nós ~ Pauneiro

teu futuro no Rio será

Paulo estava dormindo no sofá junto com seus bichinhos quando a porta se abriu causando um grande barulho.

O paulista acordou desnorteado, não sabia que horas era, onde estava. Levantou a cabeça para tentar localizar da onde vinha aquele barulho e só achou Ricardo entrando com várias sacolas em suas mãos.

Sem trocar nenhuma palavra, o carioca deixou as sacolas no chão da cozinha e voltou para o lado de fora, o paulista por sua vez apenas deitou novamente com a cabeça na almofada na esperança de voltar a dormir.

Esperança essa que foi arruinada logo em seguida com o barulho da porta se fechando.

— Boneca, se liga no que eu achei na rua. — Ricardo disse com as mãos para trás.

— O quê? — Perguntou Paulo ainda deitado e com a voz grogue por conta do sono.

— Adivinha.

— Ricardo, pelo amor de Deus, me deixa dormir. Eu tô de férias, é crime interromper o sono de homem durante as férias. — Voltou a dizer ele se virando de costas para o carioca que se aproximava.

— Paulo Vicente, você aceita ser pai do meu filho? — Ricardo disse se ajoelhando na frente de Paulo ainda com as mãos escondidas.

— Quero não. — Disse de imediato deixando o carioca abismado.

— Tarde demais, ele é sua cara. — Por um segundo, Paulo pensou que no mínimo o que Ricardo tinha achado no caminho de volta do supermercado era droga. Não tinha outra explicação.

Assim que se cansou da brincadeira e se virou de volta, deu de cara com um gatinho branco de olhos marrons. Paulo encarou o gatinho peludinho a sua frente, o gatinho encarou Paulo.

— Ele é da tua cor e tem meus olhos, ou seja, eu pari e é teu filho. — Ricardo disse dando de ombros.

— A gente já tem dois gatos e um cachorro, você achando pouco, foi lá e pegou mais um?

— Boneca, quem cria três, cria quatro. Fica mec. Aqui a gente é igual coração de mãe, sempre cabe mais um. — Disse se sentando e entregando o filhotinho para Paulo que o encarava com a sobrancelha arqueada.

— Cabe mais nada aí, a quantidade que tem já tá ótima. Ficar subindo e descendo com os bichinho, tá chapando?

— Mais um motivo pra você se mudar pro Rio. — Ricardo disse com um sorrisinho enquanto Paulo o encarava incrédulo.

Não é como se Paulo não quisesse de fato um gatinho novo, ele poderia ter vinte gatinhos que seria como estar no paraíso. O problema real era que: ele morava em São Paulo, Ricardo morava no Rio de Janeiro. Metade dos bichinhos viviam com um e metade com o outro, quando viajavam, levavam os bichinhos juntos.

O x da questão era: o trabalho de ter que transportar os animais de um canto para o outro.

— Por que eu tenho que me mudar pra cá? Vai você morar comigo em São Paulo.

— Tá de sacanagem? Rio de Janeiro é muito melhor, aqui tem praia perto, céu azul, solzinho sempre, não tem um trânsito infernal, eu poderia continuar falando por horas.

— Mas tem eu, ou seja, já é melhor que aqui. — Paulo disse convencido enquanto acariciava a cabeça do novo filhote. — E o metrô de lá é melhor também, não posso esquecer disso.

— Não adianta, meu amor, você vai vir morar no Rio comigo.

— Eu venho quando você me pedir em casamento. — Paulo disse brincando com um sorriso no rosto.

Ricardo travou por uns segundos pensando, até que se levantou e se ajoelhou de novo na frente de Paulo.

– Quer casar com...

— Assim não, porra!

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Se colocar referência de casamento nos capítulos for um crime, então me prendam por tal delito :(

Espero que tenham gostado, beijinhos e até a próxima