Marcela
Estava uma quinta feira muito linda no Rio de Janeiro, o sol como sempre predominava e eu adorava isso. Meu humor melhorou em mil por cento em dias assim e com o apartamento finalmente em ordem eu não poderia estar mais feliz.
A Marcela sempre bem humorada, rindo para tudo e todos tinha ido embora quando a ansiedade e a depressão chegaram com tudo, praticamente sem avisar. Mas às vezes tinha a impressão de que superar tudo isso me fez amadurecer muito como pessoa. Aprendi que nem todo mundo é meu amigo. E principalmente aprendi que nem sempre a pessoa que está do seu lado todos os dias é confiável, ela vai te abandonar uma hora ou outra. Também tive que aprender a ser sozinha.
Terminei de digitar uma mensagem para Layla assim que o carrinho parou em frente ao centro de treinamento que tinha dentro dos estúdios. Minha irmã ligou assim que entrei.
— Você ainda tem tempo? — Conseguia ouvir ela correr atrás de minha sobrinha.
— Claro, cheguei vinte minutos mais cedo para não cometer o mesmo erro do primeiro dia.
— Ótimo. Hugo e eu estávamos pensando em ir para o Rio no aniversário dele. Apenas por quatro dias, mas já é o suficiente para matar as saudades e saber se você anda tomando os remédios direito. — Rimos, ela sabia muito bem que eu tomava os remédios direito, afinal sempre era lembrada no grupo da família. Meu cunhado era o que mais me lembrava.
Ele me ajudou muito em uma forte crise de ansiedade que tive durante um tempo em que eles estavam na cidade. Meu cunhado foi a pessoa que parou para analisar todos os sintomas porque até então eu não conseguia explicar o que estava acontecendo e achava que era devido ao estresse e pressão que passava dentro da minha profissão.
— Vocês podem vir, é claro, são sempre bem-vindos. — Consegui perceber Leonardo entrou acompanhado de João Pedro, mas fingi não dar a mínima e continuei focada em minha conversa. — Tenho um apartamento com dois quartos agora, lembra?
— Como esquecer? Você não parou de falar do lugar desde que alugou. Vou levar uns objetos de decoração para a casa nova.
— Vou adorar.
Ela desligou poucos minutos depois, pois precisava dar o almoço para Liz. Então fiquei mexendo no celular enquanto esperava dar a hora exata para entrar. Decorei algumas falas que iríamos testar hoje, também seria treinado o meu sotaque, uma das características principais da personagem e seu jeito de se comportar com as mãos enquanto fala.
Fui interrompida com João parando do meu lado.
— Posso jantar com você hoje? — Perguntou e eu não sabia exatamente o que responder. Queria jantar com ele? — Não precisa me responder agora, mas fique sabendo que vai ser muito importante e que você faz falta. Para todos nós. — Olhou para Leonardo que prestava atenção na conversa como se estivesse fazendo parte dela.
— Podemos é claro. — Respondi sem pensar muito, mas me arrependi no mesmo instante.
— Sentimos saudades do seu jeito maluquinho de ser. — Ele estava falando por ele ou por
— Eu não sou mais assim, Pedro, já faz algum tempo. — Seu sorriso sumiu e se fosse dois anos atrás me sentiria extremamente culpada, mas dessa vez era indiferente. — Vou pedir uma lasanha vegetariana no restaurante lá perto de casa para jantarmos. Pode ser na minha casa, né? — Fez que sim.
Heloisa chegou e parou do meu outro lado. Nós conversamos todos os dias desde o tal dia em que cheguei atrasada na reunião. Ela até tinha feito uma chamada inesperada via FaceTime e me colocado para falar com o Olavo, o namorado dela, foi bem divertido.
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Reencontros
RomanceComo atriz na maior emissora do país, Marcela realizou grandes objetivos pessoais, conquistou fãs, fez amizades e também se permitiu amar. Leonardo, que já tinha uma certa experiência com o público, foi seu ponto de paz durante todo esse período. C...