Capítulo 11 | Afronta.

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  A semana estava sendo conturbada para Yibo. Os dias estavam se rastejando, seus testes com Xiao Zhan foram deixados de lado, pois estava extremamente focado nos crimes do homem mascarado.
Alucard nos últimos dias estava presente em locais que, coincidentemente, Yibo estava investigando por câmeras buscando os procurados de seu fichário.
Presenciou diversos assassinatos cometidos pelo mesmo, e poderia jurar que Alucard já sabia que estava sendo vigiado por câmeras, e isso não o intimidou, apenas fez com que aparecesse no seu campo de visão com mais frequência, e fizesse "performaces" mais sanguinárias.

Quinta-feira, 23:48.

Yibo abriu as câmeras de segurança, como estava fazendo durante todos os dias da semana, por volta desse horário.

Câmera 763, O local por vez, era perto de uma represa afastada.
A alguns minutos havia avistado e confirmado que um dos criminosos de seu fichário residia ali. 56 anos, ex funcionário de um orfanato, acusado de aliciar menores. Alertou a perícia para que fossem o mais rápido possível até o local.

Yibo fixou seu olhar no criminoso, que estava distraído cortando lenhas, certamente para levar até a casa e pôr em uma lareira.
00:00. Estava atônito, porém não surpreso, Alucard havia aparecido. Enquanto o criminoso estava distraído carregando as lenhas para dentro da casa, o homem mascarado casualmente pegou o machado, que estava encostado na parede.
E em alguns milésimos de segudos, dividiu o corpo do homem ao meio, fazendo com que as tripas jorrassem no chão. mão se contetou apenas com isso, e desmembrou o resto de seu corpo. Pernas, Braços, Cabeça.

Assistir assassinatos como aquele, todos os dias, fez com que Yibo criasse uma tolerância em ver, e não vomitar. Mas não deixava de se sentir em extremo choque.

O mascarado pegou a seringa de dentro de sua roupa, e extraiu o sangue de um dos pedaços do cadáver, em seguida, andou lentamente em direção a câmera, que estava acoplada na cerca.

Yibo sentiu um medo súbito tomar seu corpo, enquanto Alucard se abaixava diante a câmera. Estava paralisado, era como se estivessem cara a cara.
Ergueu a seringa até o buraco de sua máscara, esvaziando-a logo em seguida. Um pouco do sangue escapou, e escorreu pela máscara branca sorridente.

Assistiu aquela cena horripilante em silêncio, até a câmera ser quebrada pelo mascarado. Aquilo sem dúvidas havia sido uma afronta contra Yibo, o assassino definitivamente sabia que estava sendo vigiado, e não se renderia.

Sexta-feira 23:55

Toda aquela situação estava depreciando Yibo, fazendo com que ficasse cada vez mais apático. Assistia os assassinatos de Alucard casualmente, fora do horário de seu turno. Ele simplesmente poderia parar, e deixar o restante da perícia lidar. Mas não conseguia, pois tinha a sensação de que aquilo já havia se tornado algo pessoal.

Pegou uma garrafa de whisky na cozinha, dando algumas goladas no gargalo, e indo em direção ao seu escritório.
Já havia contatado a perícia à menos de uma hora, por avistar mais um criminoso recente do seu fichário.
Yibo o achou facilmente por câmeras, o criminoso da vez, não estava longe da cidade, pois havia sido denunciado à pouco tempo. O homem se situava em um terreno baldio, atrás de um Hotel. Sentado no chão cheio de sucatas.

Yibo estava levemente esperançoso, que dessa vez, a perícia chegaria antes de Alucard, mas seu otimismo logo se dissipou ao ver o criminoso levantar assustado, pois havia um homem mascarado indo em sua direção.
O marcado ergueu o homem pelo pescoço prenssando-o na parede, e o asfixiando, até que parasse de se debater.

Yibo estava confuso, seria uma morte tão simples? De certa forma, esperava uma morte sangrenta, como de costume.
Alucard olhou pra câmera por alguns segundos, em seguida, virou-se de costas, e levantou sua máscara. Yibo estava surpreso e atento, para não perder qualquer pista e evidência, que pudesse levar a descobrir quem era ele.

Alucard cravou seus dentes no pescoço do homem.

Por mais que Yibo tivesse teorias de que o mesmo era um vampiro, ou algo similiar, nenhuma palavra conseguiria descrever a incredulidade que estava no momento.
Após largar o corpo murcho no chão, Alucard colocou novamente sua máscara, virando-se e acenando lentamente para câmera.
Yibo estava se sentindo zonzo, não sabia se era devido a bebida, ou ao que tinha acabado de presenciar.

Mas dessa vez, Alucard havia deixado pistas, certo? A mordida no pescoço homem, a arcada dentária poderia ser identificada na autópsia.

Yibo rapidamente pegou seu celular.

WGYibo: Xiao Zhan, amanhã eu te acompanharei até a autópsia.

Weiwx666: Irei bem cedo, acabaram de me contatar que vai chegar um corpo para fazer autópsia.

WGYibo: Podemos ir agora?

Weiwx666: Agora? Tenho as chaves da sala de análises, mas qual o motivo?

WGYibo: Por favor, eu te explico depois.

Weiwx666: Tudo bem, estou indo te buscar.

Yibo estava apreensivo, Xiao Zhan era suspeito. Poderia estar correndo risco indo com ele, todavia era tarde demais para relutar. Seu corpo estava quente devido ao álcool, e sua mente estava avulsa. Pegou uma chave dentro de sua gaveta, e destrancou um pequeno baú que estava no fundo de seu quarda-roupa. Retirou sua arma intocada, e guardou dentro de seu casaco, e alguns segundos após, ouviu a buzina soar em frente sua casa.

Correu rapidamente, destrancando a porta de casa e adentrando o carro luxuoso de Xiao Zhan, que de imediato o encarou com as sobrancelhas levantadas. Yibo se questinou o que havia de errado, até olhar pras suas próprias pernas, e perceber que estava com shorts de pijama.

"Você fica ótimo nesses trajes, mas infelizmente não posso deixar entrar no necrotério assim, tem riscos biológicos." disse Xiao Zhan, fazendo o mais novo queimar de vergonha e se praguejar mentalmente.

Bloody SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora