As Nove Peças - part1

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Chovia bastante aquela noite, estava frio e de suas bocas podiam ver saindo fumaças - talvez logo nevasse - o que deixava o clima de Konoha ainda mais triste na visão da jovem. No carro que se movimentava devagar pelas ruas estreitas apenas o silêncio fazia companhia aquelas duas pessoas tão distintas, mas de aparências tão iguais - pelo menos, de certo modo era assim que ela enxergava as coisas com seu pai, apesar de ter herdado os cabelos azulados da mãe e a sua fragilidade em saúde.


Hyuuga Hiashi se igualava a uma estatua de tão estoico que parecia, mesmo sem expressar muitas emoções Hinata sabia quando ele estava contrariado ou emocionado com as coisas - naquele momento ele estava incomodado com as decisões da filha, sua filha mais velha e que de longe não parecia em nada comparado a si para escolher aquele mesmo mundo que ele trilhou quando era mais novo - uma loucura que iria apoiar, mesmo estando duvidoso de que a filha conseguiria ficar mais que poucos dias na companhia de tais pessoas.


Hinata se perguntava como seriam as coisas dali em diante, lembrava muito bem da falação do seu tio na noite anterior querendo faze-la desistir novamente daquela ideia, e com seu primo o apoiando a desistir - era uma dama e futura cabeça daquela família, deveria estudar e se formar com graça - e não se enfiar no meio do mato e do deserto sabe-se lá atrás do que e fora o risco de vida que iria correr, o moreno ficava de pelo arrepiados só de imaginar, mas ela foi resoluta e agora lá estava ela, indo em direção do único aeroporto da região - em direção do incerto.


Mostraria ao mundo o quão forte e parecida era com o Arqueólogo e pesquisador Hyuuga Hiashi e não decepcionaria a imagem da mãe, a quem prometera na frente do túmulo a nunca mais ser fraca e recuar no sinal de menor perigo. Foi com isso em mente que saíra do carro em direção da sala de embarque onde conheceria um velho conhecido de seu pai.


xxxxxxxxxxxxxxxx DIAS ATUAIS - EM ALGUM LUGAR DO EGITO xxxxxxxxxxxxxxxxxxx


O suor escorria pelas costas, era um momento tenso e crítico - estava numa daquelas tumbas enterradas nas areias do Egito perto do Nilo atrás de uma peça que deveria estar ali e agora dera de cara com saqueadores de tumbas - fora isso, estava escutando no ponto eletrônico seu amigo aos berros a mandando sair de lá e deixar aquele orbe para trás, o que estava fora de cogitação.


De seu esconderijo podia observar seis ou sete homens, a sua visão aquela distancia não era tão boa assim e seu binóculos foi deixado para trás na correria junto com a bolsa onde estava a bendita esfera que agora tinha que voltar e recuperar. Precisava do elemento surpresa e bombas - era o que Kiba tentava lhe lembrar, mas no momento tentava carregar a arma e acertar algum tiro fatal daquela distância.


- Kiba-kun, consegue rastrear a minha bolsa? Preciso da localização exata! - sussurrou enquanto mirava na cabeça do primeiro homem.


Ela só conseguiu escutar um ruído - provavelmente do teclado, enquanto se posicionava e com o silenciador acoplado a arma deu o primeiro disparo - o homem caiu e logo uma chuvarada de balas pode ser escutada vido de diferentes direções.


- Hinata! Hinata! Achei! - era a voz de Kiba novamente. - Esta perto da base central, perto do sarcófago do tal faraó. 


A morena riu e concordou mesmo sem ele ver, de onde estava foi se esgueirando no meio da areia e foi rolando escadaria abaixo enquanto não era vista de fato pelo homens que restava, dali contou cinco ainda com vida e dois caídos ao chão. Em certos momentos a sua visão podia engana-la e naquele calor atual começava a questionar se não estava alucinando com tudo aquilo. Calculou dez minutos antes de ser vista por algum deles e mais uns vinte até sair daquele lugar pela abertura feita blocos acima do sarcófago mais cedo.


- Kiba-kun, as coisas vão ficar um pouco barulhentas agora, não grite no meu ouvido também. - Hinata falou antes de puxar da bolsinha presa a sua cintura mais um pente de balas e começar a atirar.


Ela estava suja de terra e a longa trança estava presa num coque alto - a camisa cinza vinha com um colete por cima e a calça estava rasgada perto dos joelhos - mesmo assim, isso não a impediu de acertar seus adversários e de sentir um ardor no braço esquerdo, podia sentir o sangue escorrendo e o cheiro de ferro. Mesmo correndo não pode evitar olhar pra trás e sentir que vinha sendo seguida. 


- Não saio daqui sem aquela peça. - sussurrou a Hyuuga enquanto corria corredor adentro.

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