Capítulo 1 - Dante

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A chuva insistia em cair fina e constante, e tudo que eu queria era encontrar a fugitivazinha que tinha resolvido me desafiar.

O que ela pensa? Que sabe de tudo? Que vou permitir que tome uma decisão importante como essa sem interferir? Que pode me afrontar assim e sair ilesa?

Martina tinha algumas lições a aprender! Lições que eu devia ter ensinado a ela quando era menina e falhei por ser um idiota de coração mole!

Apertei os dentes, sentindo a mandíbula doer, e enchi o peito de ar, frio e pesado, soltando devagar.

Queria xingar a garota por ser tão inocente e achar que alguém com um sobrenome como o nosso passaria despercebido pela vida, mas a culpa era minha também.

Fraco! Covarde! Como deixou que uma menina o enganasse? Debaixo do seu nariz, Dante! E no dia do noivado? Como? Ficou maluco?

Dei um trago no cigarro, vendo a fumaça se dispersar na chuva. Era um gosto bem ruim e não vinha da nicotina, estava em mim. Impregnado, envenenando-me.

Eu vou encontrá-la, Tina... E quando o fizer...

As gotas ficaram mais grossas, respingando em meu casaco, apesar do guarda-chuva que um dos meus seguranças mantinha sobre mim.

— Deveríamos ir, senhor... — disse o mais alto, parado bem ao meu lado, assim que os outros terminaram a varredura por todos os apartamentos ocupados naquela pocilga.

Bastou um olhar de soslaio para que ele limpasse a garganta e ficasse em silêncio aguardando a próxima ordem.

Eu não discordava dele, mas odiava ser questionado, ainda mais quando a culpa me corroía daquele jeito.

Ouvi os passos se aproximando, mas não me movi um centímetro sequer. Sabia quem era mesmo sem olhar.

Rocco parou ao meu lado em silêncio, desanimado como o eu.

Voltei os olhos em sua direção por um segundo, depois dei um último trago, atirando a ponta ainda acesa no chão e pisando sobre ela.

— Dante... Sei que não pediu minha opinião, mas... Você não deveria se expor dessa maneira... — meu primo continuou. — Um homem na sua posição...

— E sugere o quê? Que eu continue esperando até que a menina dê o ar da graça por vontade própria? Que permita que uma notícia como essa chegue aos jornais? O que acha que aconteceria com as ações da empresa se o sumiço de Martina se tornasse público?

Rocco soltou uma lufada de ar. Gostava dela tanto quanto eu e queria seu bem. Preocupação nublava seus olhos, como aos meus.

— É coisa da idade, primo... Ela mal completou dezesseis... Martina só...

— Fez-me de idiota na frente de todos! Do noivo! — vociferei. — Nem sei o que vai me custar para recuperar a porra do queixo que deixei cair quando essa menina, como você diz, não apareceu naquele jantar.

— Ela está com medo, Dante. Quanto mais você a persegue, mais ela foge. Talvez se a deixasse...

Senti algo estalar dentro das minhas entranhas.

Medo... Era medo que ela sentia. Medo de que eu a castigasse de alguma maneira, que cortasse as regalias de que tanto gostava, que a impedisse de ser minimamente normal.

Jamais o faria! Jamais deixaria que arcasse com qualquer ônus que não lhe pertencesse, mas talvez eu tenha falhado em não a deixar perceber isso. Entender que eu a amava.

A Obsessão Secreta do BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora