👑: Empatia

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Ji-Min_On
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Eu não acreditava no que via; será que é apenas meus olhos estão me pregando uma peça? Não acredito que um ser humano tenha a audácia de cometer tal atrocidade.

Ando completamente atordoado. Retiro meu manto e me agacho à sua altura, limpando suas feridas. Tento me conter, mas não consigo; foi em vão, falho miseravelmente.

- Ji-Min- Vocês sabem quem são os responsáveis por tal covardia?

- Guarda- Foram os pais do menino, meu rei. Ele estava preso com correntes, nunca saíam de casa. Seus pais já tentaram contra a vida dele diversas vezes; essa não é a primeira vez.

- Ji-Min- Acomode-o em um quarto, limpe-o e dê-lhe de comer.

- Guardas- Sim, Majestade.

- Ji-Min- A festa acabou.

Como eu deixei isso acontecer? Se eu tivesse prestado mais atenção no dia em que nós vimos, nada disso teria acontecido.

- Ji-Min- Faça uma busca pelos pais do menino; eles serão severamente punidos. Não aceito esse tipo de coisa em meu reino.

Vou à procura do garto. Os servos cuidavam das suas feridas, que eram tão profundas que precisaram de pontos. Meu coração se quebrou ao me deparar com essa cena. Passo minha mão em suas madeixas, contudo, paro instantaneamente ao ouvir um gemido fino dele.

- Ye-Ji - Estava à sua procura.

- Ye-Ji - Ele não parece nada bem.

- Ye-Ji - O menino ainda não acordou?

- Ji-Min - Ainda não. Eu queria ouvir da sua boca o que seus pais o faziam passar. Mas nunca saberemos de verdade o que de fato acontecia em sua casa.

- Ye-Ji - Pobre menino.

- Ye-Ji - E agora? Como será?

Suspiro fundo, segurando a vontade de chorar. Eu sou um rei, mas sou deveras sensível, e acontecimentos assim me deixam dilacerado.

- Ye-Ji - E os responsáveis pelo garoto? Qual será a punição?

- Ji-Min- Precisamos encontrá-los primeiramente, tratá-lo e levá-lo a um lar de adoção. Ninguém sairá impune depois disso, não mesmo!

Pela primeira vez, o vejo limpo; parece até outra pessoa. Eu tinha muito trabalho a fazer, contudo, não poderei desampará-lo no momento em que mais precisa de amparo. Meu estômago ronca, me avisando que preciso me alimentar. Olho, então, uma última vez para o garoto adormecido e me levanto para sair. Mas paro imediatamente ao sentir suas mãos em mim.

- Ji-Min - Oi, como se sente? Está com muita dor? Precisa de algo? - Sua destra segura vigorosamente a minha; não pude fazer nada além de apertar a sua e ficar ao seu lado.

- Ji-Min - Não gosta de ficar sozinho?

Recebo uma senar de cabeça como concordância.

- Ji-Min - Deseja que seu rei fique contigo?

- Ji-Min - Certo, então concederei seu desejo. - Respondo assim que o vejo concordar.

Ele apertava tão forte a minha mão, estava tão assustado; eu só queria abraçá-lo e lhe mostrar que está seguro aqui comigo.

- Ji-Min - Não precisa ficar com medo, pequeno. Nada de mal lhe acontecerá, não comigo aqui contigo.

Nunca conheci um autista tão carente de contato físico. Isso só me mostrou o quanto ele foi maltratado; talvez nunca tenha recebido carinho de seus progenitores. Eu não sei por que, mas eu sentia um carinho especial pelo garoto. O menino deixa meu coração quentinho e cheio de amor. Me dá uma vontade de guardá-lo em um potinho e pegá-lo para mim.

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