𝐃𝐚𝐫𝐤 𝐏𝐚𝐬𝐭 ― 𝐓𝐞𝐞𝐧 𝐖𝐨𝐥𝐟

𝟎𝟎𝟕. 𝓜edical 𝓡ecords

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"𝑩𝒖𝒕 𝒚𝒐𝒖 𝒘𝒐𝒏'𝒕 𝒔𝒆𝒆 𝒎𝒆 𝒇𝒂𝒍𝒍 𝒂𝒑𝒂𝒓𝒕
― ᴇʟᴀꜱᴛɪᴄ ʜᴇᴀʀᴛ"
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― Eu acordei pior que o bagaço da laranja. ― Emily jogou-se nos bancos da arquibancada, ao lado de Selene, que soltou um riso sutil enquanto fazia seu dever de literatura.

― Eu falei para não irem na festa, mas vocês foram mesmo assim. ― A ruiva deu de ombros. Zoe e Eli olharam para ela e riram de sua expressão.

― Foi divertido. ― Zoe empurrou levemente o joelho da amiga, tirando um sorriso da mesma. ― Teve gente dançando em cima de mesas, mais de cinco pessoas fechadas em um quarto, gente que dormiu na banheira.

― Vocês sabem o quão negativo é estar em lugares assim? A energia ruim se impregna em você feito água em uma esponja. ― Selene olhou para Zoe e em seguida para Eli. ― E eu sinto que você aprontou, pela sua carinha de bocó.

― Tão delicada. ― Eli ironizou, e Selene sorriu. ― Eu não fiz nada, sério.

― Sim, passei a festa toda com ele, exceto quando ele passou mal e o Daniel o levou pra fora. ― Zoe contou, pegando seu dever de biologia da mochila. Selene franziu o cenho e ergueu a cabeça na mesma hora.

― O Daniel foi? ― Ela e Emily perguntaram juntas.

― Sim, até jogou verdade ou desafio com a gente. ― Zoe concordou com a cabeça. ― Achei que ele não fosse, mas ele simplesmente apareceu lá.

― Mas vem cá, me ajudem a entender uma coisa. ― Eli sentou-se mais próximo de Selene, no banco abaixo dela e das outras duas meninas, de costas para o campo de lacrosse, onde o time estava praticando. O treinador olhava para Eli com certa pena, mas seu ego era muito grande pra pedir que ele voltasse para o time. ― Qual é a do Daniel? Vocês conhecem ele há mais tempo.

― Eu não faço ideia de nada sobre ele, só sei que ele mora sozinho num complexo de prédios aqui na cidade. ― Emily deu de ombros. Zoe também não sabia muito, mas Eli ouviu o coração de Selene batendo um pouco mais rápido, indicando que ela sabia de algo.

― Você sabe de algo, né Ruiva? ― Ele estreitou os olhos. ― Não minta pra um lobisomem.

― Odeio sua audição aguçada. ― Selene revirou os olhos.

― Verdade, você sabe mais dele. Vocês sempre estudam juntos na biblioteca, ele tá sempre lá em casa... ― Zoe estreitou os olhos para a amiga.

― O pai dele foi assassinado quando ele tinha doze anos. ― Selene começou a contar, deixando sua caneta de lado, junto do livro. ― O pai dele, Raymond, era um pesquisador inglês que estava trabalhando com uma revista para publicar um artigo sobre desmatamento ilegal na Escócia. Isso tudo, bem antes dele nascer. Lá na Escócia, ele conheceu a mãe do Daniel, se apaixonou, e ela engravidou. Ela surtou e, assim que o Daniel nasceu, ela foi embora. O pai dele veio morar nos Estados Unidos. O artigo foi publicado e a vida seguiu normal, até um dia o Daniel acordar com carros na frente da casa dele, a porta do seu quarto trancada por fora, e ele ouviu três disparos.

― Por que mataram o pai dele? ― Zoe disse com uma expressão aflita.

― Ele pesquisou o que não devia. ― Selene disse com pesar na voz. ― Desde então, Daniel está sozinho, viveu em abrigos até conseguir alugar o apartamento dele.