LOVE OF MY LIFE 2

Capítulo 23-Porque não dizemos o que realmente queremos dizer?(H.S.)

Sentada no jardim, tomava meu lanche da tarde, perdida em meus pensamentos, quando sinto alguém atrás de mim e, ao me virar, era Harry.

— Assim não vale! Eu ia te fazer uma surpresa, me aproximei devagar para não notar! Brinca Harry.

Então ele me entrega uma linda caixa, que, ao abrir, eram bombons. Meus olhos devem ter brilhado e Harry explicou:

— Não deve conhecer, eles são do Paul A Young, um chocolatier super famoso aqui da Inglaterra, suas trufas e bombons são uma delícia, você vai amar!

— Nossa, será que mereço tanto? Acho que ultimamente mereço um bem simples, que poderia ser brasileiro mesmo, não sei se tem aqui que é o Sonho de Valsa! Pelo jeito que tem se comportado, ultimamente comigo, não tenho me sentido tão digna a um presente tão caro assim! Não poupei ironia e nem crítica, estava muito cansada emocionalmente!

Harry ficou em silêncio, baixou os olhos e se retirou! O que me deixou muito" puta da vida" e, então, fui atrás dele, com a caixa de bombom nas mãos! Ele precisava conversar dessa vez! Não ia admitir mais silêncio, fugas, indiferença!

— Você pensa que vai fugir assim, Harry? Precisamos conversar, não me trate como uma menina ou sei lá o que, estou por aqui com a sua forma de me tratar desde que chegamos na Inglaterra! Desabafei, colocando tudo para fora!

— Não enquanto estiver aos berros! Não converso com ninguém assim, em desequilíbrio! Responde Harry.

— Ah, agora sou desequilibrada? Que ótimo! Você simplesmente passa dias sem falar, me rejeitando e a desequilibrada sou eu? O que houve em Berlim, para mudar tanto assim?

Harry, então, senta no sofá e fala, olhando no fundo dos meus olhos:

— Juliana, se acalme! Não houve nada em Berlim! O problema é comigo, conflitos meus que estou procurando resolver. Conversei com minha terapeuta e tudo ficará bem! Não pense que não me incomoda essa situação. Ou você acha que gosto de te ver triste?

— Não sei! Só sei que sou sua mulher, sua companheira. Se não consegue dividir comigo o que sente, não sei o que represento em sua vida! Se não há confiança, por que ficar mantendo um relacionamento, não é mesmo?

— Olha, Juliana, essa discussão não vai nos levar a lugar nenhum. Me desculpa se estou te magoando com essas minhas atitudes desde nossa chegada aqui em Londres, não queria, de verdade, agir assim, procurei uma ajuda profissional para melhorar isso e, no momento, é o que posso fazer! Agir assim, como está agindo, pode complicar mais a situação, ao invés de resolvê-la!

— Certo, então! Fique com isso, o meu amor por você não se compra com doces caros! E joguei os bombons na cara do Harry!

— Juliana, não faça isso! Juliana, por favor? Merda, mil vezes, merda! Gritou Harry, jogando a caixa do chocolate longe e se limpando dos bombons que eu havia jogado.

Não nos falamos mais no restante do dia. Harry ficou no estúdio e de lá não saiu mais. Eu mal me alimentei, fui para o meu quarto, que ultimamente estava sendo mais meu do que de um casal.

 Chegou a noite e eu lá, sozinha, chorando, mais de raiva do que de tristeza, porque sei do amor do Harry por mim, porém, essa atitude dele não faz sentido na minha concepção de vida, o que me magoa demais! Fui errada ao fazer o que fiz, o desrespeitei, isso não foi bom!

Mas não sei que atitude tomar, nunca passei por isso com Jorge! Éramos muito companheiros, dividíamos tudo, conversávamos até que chegássemos a um entendimento. Nada ficava pendente entre nós, por isso tivemos um casamento, não perfeito, mas estável e forte!

Então, adormeci, para não pensar em mais nada, queria que esse dia não tivesse existido!