Prólogo

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Ele balança a cabeça como se a data marcada pudesse ser alterada a qualquer momento,uma sensação estranha perseguindo seu corpo não pela primeira vez e nem pela última. Ele espera, como se algo fosse vir de encontro a ele para nocauteá-lo,espera ouvir brigas e palavras ruins direcionadas a ele na voz daquelas pessoas que o criaram enquanto tenta tirar o sono do caminho e busca algum raciocínio mais claro do que está acontecendo na pequena casa.O minúsculo quarto apertado que ele chamou de lar por alguns anos.O mísero local isolado por paredes tão velhas e infiltradas de umidade e mofo cerca de meia milha longe de qualquer outra propriedade cercada por uma floresta densa que muitas vezes guardou sussurros assustadores com verdades tão irreais e ao mesmo tempo tão reais;como a madeira que range sob os passos e como a sombra que passa abaixo da porta, como alguém que faz uma brincadeira de mal gosto.A casa da família que o adotou desde que ele se lembra.

"Parakul!"

Sua voz consegue, de alguma forma, responder ao chamado da mulher que chama pelo o  seu nome e é preciso tudo nele para parar o tremor de ansiedade que vem quando a porta é aberta.

"Estou acordado."

Ele achava que ninguém sabia sobre esse lugar.Uma casa velha afastada da cidadela não é algo que alguém chamaria de memorável,algo para guardar assim como ele guarda o cheiro do oceano embora nunca tenha tido contato com a água salgada.Estranho.Sempre foi.

"Arrume suas coisas imediatamente!Está na hora de ir embora."

Se malas sendo feitas durante a madrugada,o choro silencioso de alívio por ter conseguido manter o relógio dos seus pais verdadeiros com ele e a felicidade daquelas pessoas ao se livrarem dele fosse algo pra contar...então sim, Pran considerou sua família memorável.

"Desça assim que as suas malas estiverem prontas."

"Sim."

Ele espera acordar em uma nova cama e em uma nova vida com o início de um novo começo.Um que não tenha dúvidas e solidão.

MERMAID AU (ANCORE-SE AO MEU AMOR)Onde histórias criam vida. Descubra agora