Capítulo 02

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A semana se inicia e nisso se baseia em ter que voltar para minha rotina de merda, ou seja, ir pra faculdade, não é que não goste daqui pelo contrario, passo mais tempo aqui do que em qualquer outro lugar durante a semana. Entrei na faculdade à dois anos para cursar Artes e com o objetivo de um dia mostrar meus desenhos para o mundo todo, mas o que testa minha paciência aqui é as pessoas, principalmente os alunos de teatro e de astronomia, pensa em uma galera insuportável.

Nesse momento estou na sala do diretor para saber qual seria minha punição sobre o ocorrido que teve, geralmente isso não iria interferir na vida escolar de ninguém, mas por ter acontecido dentro da área da faculdade isso leva ao caso que terei que lidar com as consequências, creio que irei levar uma advertência.

– Então, Srtª. Jauregui, pelo o que foi informado encontraram bebidas no carro que você estava na noite anterior. – diz o diretor sério.

– Eu não bebo.– digo na maior cara de pau tentando parecer seria.

– Não?! – diz ele pegando três garrafas de cervejas vazias e colocando sobre sua mesa enquanto me fita, tento manter o olhar mas desvio logo abaixando a cabeça.– Olha, Lauren, eu não quero ter que te dar uma advertência, até porque seria sua segunda e isso já seria caso de expulsão, mas o que aconteceu ontem foi muito sério! – fala de maneira cautelosa e prestativo.

O senhor Makkonen, era um homem muito inteligente e gentil, apesar de seu porte alto e sério na maioria das vezes, ele era tipo de diretor que faria qualquer coisa pela sua fraternidade e seus alunos.

– Não foi minha intenção, era só uma brincadeira mas as coisas saíram do controle e deu no que deu.– digo com pesar.

– Eu sei que não, já conversei com sua mãe e não irei te dar advertência..– olho para ele empolgada –..mas como consequência dos seus atos, você fará parte da apresentação que o grupo de teatro está preparando e da exposição de astronomia que irá acontecer esse final de semana.– diz colocando ponto final como assunto encerrado fazendo com que eu me retire da sua sala sem ao menos me deixar falar.

Participar do grupo de teatro???? O de astronomia até vai, mas do grupo de teatro é demais para mim, senhor onde foi que eu errei? Não fale.

Quando saio da sala encontro Dinah e Normani me esperando paradas próximo ao banheiro feminino, provavelmente estavam se pegando lá dentro. Elas namoram desde quando entrei aqui, as conheci no primeiro dia aula, Dinah faz Artes comigo e Mani faz Direito, ela já está cursando a mais tempo que eu e Dinah, mesmo assim estamos todas no último ano o que indica que vamos nos formar juntas, assim espero.

– O que vocês estão fazendo aqui? – pergunto assim que me aproximar delas.

– Não é óbvio? – preciso nem comentar que essa fala veio da Dinah, né?! – Ai! –

– Estávamos te esperando. E ai, se deu muito mal? – fala a mais baixa depois de dá um tapa no braço da namorada.

– Até que não, mas em compensação terei que participar de uma apresentação do grupo de teatro e uma baboseira que os alunos de astronomia vão fazer nesse final de semana.– digo colocando a mão no peito como se estivesse doendo por ter que fazer essas coisas, e na real, está sim.

As duas começam a rirem e nisso vamos andando até a sala de aula. Normani se despede com um toque de mão e da um beijo na sua namorada seguindo para sua sala que fica no corredor ao lado do nosso.

Assim que entramos vamos nos sentar a espera da Professora Lopez, que por sinal não demora muito e entra a sala com o seu inseparável rapidinho preso ao lado da cintura, segundo a mesma ela usa para evitar ter que "gritar" na hora em que estiver explicando as dinâmicas. Ela deixa seus matérias na mesa e anuncia que a aula começou e que devemos dar continuidade de onde paramos da ultima vez, mas em determinado momento a porta da sala se abre e duas meninas entram pedindo desculpas pelo atraso, pelo que entendi elas estavam ajudando nas preparações do treco que vai ter de astronomia.

– Meu Deus! Olha a roupa dessas meninas. Parecem que acabaram de sair de um culto de jovens! – diz Dinah e não consigo segurar a risada, o que causa a atenção da sala inteira.

– Posso saber qual foi a piada que a Srta. Jane falou, Stra. Jauregui? – pergunta a Sra. Lopez, nego com a cabeça tentando segurar a risada, ela volta a atenção no que estava fazendo e assim começa a aula.

Depois de me recompor sento direito na cadeira e começo prestar atenção, mas sinto como que estivesse sendo observada, me viro
para trás e vejo uma das meninas que entraram me olhando como se quisesse me matar - bem, não exatamente, mas pelo o olhar dela parece que minha pessoa não te agrada nada, problema dela, se nem Jesus agradou a todos quem dirá eu. Volto minha atenção para aula e ignoro esse último detalhe.

(...)

O que vocês acham da gente ir para uma balada esse final de semana? – Louis fala empolgado enquanto coloca a mão cheia de batata na boca.

– Cara, nem superei o que aconteceu ontem e você já quer sair de novo? – Mani fala indignada.

– E de qualquer maneira não iria rolar, tenho compromisso com a Mani e minha família, e a Lauren vai para o culto.– Todos me olham depois dessa última fala e juro que queria matar a Dinah no soco.

– E desde quando a Lauren vai para culto? Resolveu pedir perdão a Deus pelos seus pecados mais traiçoeiros? – O mais velho diz balançando as sobrancelhas e um sorrisinho malicioso.

Para quê inimigos?

– Não vou para culto algum, mas tenho que fazer uma parada que vai ter aqui no final de semana. E se eu quisesse pedir perdão, qual seria o problema? – digo simplista bebendo meu refil.

– Nenhum, nunca é tarde para ir atrás de Deus e se redimir.– Mani fala calma. Às vezes me pergunto como que ela aguenta a gente, e como cacete anda com a gente? Tipo, ela namora a Dinah, e isso já é algo que não consigo entender - sem querer ofender minha amiga, amo muito ela, mas verdades tem que ser ditas.

– Você falou igual minha mãe agora, amor.– a outra fala fazendo careta mas logo em seguida da um beijo na bochecha dela.

Acho que interação delas fofas, mas é muito grude, não sei se saberia lidar com uma pessoa assim o tempo comigo, e prefiro continuar não sabendo. Não sou o tipo que se apaixona, e para ser sincera nunca me apaixonei por ninguém, claro que tenho meus rolos por ai mas são todos coisa de uma noite e pronto, estou bem vivendo assim. Vago meu olhar pelo
refeitório e então encontro a meninas menina de mais cedo me olhando mas ela desvia o olhar quando a encaro da mesma intensidade que ela estava fazendo mais cedo. Que menina louca, vai ver é uma daquelas meninas que cria rivalidade com os outros sozinha, coisa de esquizofrênico, eu hein.

Volto a engatar uma conversa com meu amigos até da o horário para as duas últimas aulas para depois irmos embora, o que agradeço aos céus, estava exausta ainda e meu corpo pedia por descanso.

Chego em casa e vejo tudo quieto, sinal que minha mãe está no trabalho, vou para meu quarto e sigo direto para o banheiro tomar banho, depois de longos minutos relaxando me troco e vou atrás de algo para comer.

Subo novamente para o quarto me jogando na cama, pego meu celular e respondo algumas mensagens, olho minhas redes sociais e depois de me cansar o deixo de lado e fecho os olhos tentando dormindo, mas minha mente não para de pensar no o que aconteceu e automaticamente a culpa me preenche, caio no sono logo em seguida.

My Last Love - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora