Quill Series | Tradução

Capítulo 1

Harry largou a pena e lançou mais uma rápida olhada em seu N.I.E.M. de Poções.

Ele estava acabado. Depois de sete anos temendo continuamente as aulas, Harry finalmente se livraria delas. Bem, tecnicamente, ainda não. Ele ainda tinha duas semanas até o final do semestre. E se pressionado, Harry teria que admitir que não temia seriamente as aulas há dois anos. Se persuadido, ele poderia admitir que na verdade não se importou em ir às aulas este ano. Sob tortura, ele provavelmente confessaria ter gostado da aula e talvez até ansioso para ir. Mas seria necessário o Veritaserum para que ele admitisse que sentiria falta da aula. Ele sentiria falta de Snape.

Harry lançou um feitiço de bloqueio no exame, quebrando assim a obscuridade e silenciando as bolhas que Snape havia colocado em torno de cada aluno para evitar cola. Além de Millicent Bulstrode e Lavender Brown, ele era o único que ainda estava lá. Ele supôs que talvez tivesse demorado um pouco mais do que o necessário na última questão dissertativa sobre o uso ético de Criaturas Mágicas como ingredientes de poções.

Harry pegou sua bolsa e exame e foi até onde Snape se debruçava pensativamente sobre uma pilha de pergaminhos, distraidamente acariciando seu queixo com a pena de águia de sua pena. Harry engoliu em seco e desviou o olhar. Deixando cair seu exame na mesa com os outros, ele se virou para ir embora.

— Potter. — A maneira curta e amarga com que seu nome foi pronunciado causou arrepios na espinha de Harry. Ele engasgou e se recompôs antes de voltar para o mestre de Poções.

— Sim, senhor?

— Seu diário.

O estômago de Harry caiu.

— Desculpe? — ele engasgou.

Snape lançou-lhe um olhar impaciente, franzindo os lábios irritado.

— Seu diário de Poções, Potter. Você deve entregá-lo. Não me diga que você esqueceu.

Esqueceu? Não. Harry não sabia que o diário seria entregue. Na verdade, ele se lembrava claramente de ter sido informado de que o diário não seria avaliado. Ele contava com isso.

— E-eu pensei que você disse que não seria avaliado, senhor.

Algo parecido com satisfação tomou conta do rosto de Snape. Seus olhos brilharam maliciosamente. Se Harry não tivesse sido atingido por uma súbita onda de alarme ao pensar no professor lendo seu diário, ele poderia ter derretido. Havia algo naquele brilho.

— Se você tivesse lido o plano de estudos que eu dei no início do ano, você poderia saber que, embora o diário não fosse avaliado, ele seria exigido para aprovação. Devo entender que você não está escrevendo em seu diário? — Harry pensou ter visto o início de um sorriso sinistro no canto da boca de Snape.

Oh, ele estava escrevendo nele.

— Sim! Eu quero dizer não. Eu estive... é só que... posso entregar a você em mais uma hora? — Harry começou a orar. Se ele tivesse apenas uma hora, poderia se livrar de todas as partes incriminatórias. Todas as partes humilhantes. Droga. Por que Hermione devolveu aquele maldito vira-tempo?

— Você poderia, se quisesse passar o oitavo ano na minha turma. — Harry considerou brevemente. Seria tão terrível? Então ele percebeu que Creevey estaria naquela classe e, conhecendo a sorte de Harry, ele seria seu par.

Puta merda. O pior que poderia acontecer seria Snape ler seu diário para a turma na segunda-feira. Os Sonserinos dariam boas risadas. Ron iria renegá-lo. O resto dos Grifinórios pararia de falar com ele. Mas era só pelas próximas duas semanas, certo?

Harry enfiou a mão na mochila e rapidamente tirou seu diário, empurrando-o para frente. Ele focou os olhos no livro verde, bem consciente de que estava corando furiosamente. Mas não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso. Snape segurou a outra ponta e puxou. Depois de um momento, Harry lembrou-se de soltá-lo. Ele se virou e tentou fugir.