Capítulo 3

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— Olá, Madame Rosmerta — Harry cumprimentou com um sorriso tímido.

— Madame? — As sobrancelhas de Rosmerta se ergueram. Ela riu alto e balançou a cabeça. — Harry, sério. Rosmerta está bom. Mas se você me chamar de Rosy, eu vou te azarar — ela acrescentou com falsa gravidade. — Então, vamos começar?

Harry acenou com a cabeça e seguiu Rosmerta por mais ou menos uma hora, tentando acompanhar todas as informações que ela estava lhe dando. Quando ela terminou de "mostrar a ele o que fazer", Harry sabia que a cerveja amanteigada vinha em uma garrafa, um Furto de Bruxo não era nada para se envergonhar, e que o gelo estava guardado em algum lugar ali. A multidão crescia gradativamente e, segundo Rosmerta, multiplicaria-se por nove às dez horas. Ao ver a expressão horrorizada no rosto do menino, ela deu uma gargalhada e serviu-lhe uma dose de uísque de fogo.

— Não se preocupe. A maioria deles bebe uísque de fogo ou cerveja preta. Se alguém quiser algo sofisticado, peça que lhe diga o que há nele e depois corte a bebida pela metade.

A noite passou rápido – muito rápido, na verdade, e Harry teve dificuldade em tentar acompanhá-la. Ele nunca teria imaginado que servir bebidas seria tão difícil. Os clientes foram, em geral, muito pacientes e simpáticos, principalmente por terem sido atendidos pelo famoso Harry Potter. Harry ficou quase grato por o pub estar lotado, pois isso lhe dava uma boa desculpa para evitar longas histórias sobre o que ele considerava o tema favorito de muitas pessoas: o que eu estava fazendo na noite em que o Lorde das Trevas caiu. Dado que o Lorde das Trevas tinha tecnicamente caído duas vezes, essas histórias muitas vezes tinham prequelas.

Quando o pub fechou, Harry pensou que iria cair de exaustão. Seus músculos, embora aquecidos pelo movimento constante, ainda doíam da tarde anterior. Harry pensou ansiosamente no banheiro do monitor em Hogwarts. Um banho. Ele daria tudo o que tinha para tomar banho. Ele se culpou por alugar um apartamento que não tinha banheira.

Com o pub limpo, Harry estava prestes a subir e desabar em seu novo futon, quando Rosmerta o deteve.

— Harry. Encontrei isso em uma das mesas.

Harry olhou para o envelope e depois para sua chefe.

— Para mim?

Ela encolheu os ombros.

— Bem, você é o único H. Potter que eu conheço.

Harry pegou o envelope. Seus olhos percorreram a escrita perversa de seu ex-professor. Harry não tinha visto o homem, mas ele estava ocupado. Snape esteve lá por mero acaso ou veio especificamente para ver Harry? Através do latejar em seus ouvidos, ele ouviu Rosmerta lhe desejar boa noite. Ele sufocou sua própria despedida e subiu correndo as escadas até seu apartamento, mexeu na fechadura e irrompeu em seu apartamento. Assim que acendeu as lâmpadas, sentou-se e rasgou o envelope.

Dentro ele encontrou dois pedaços de pergaminho. A parte menor instruiu Harry a ler primeiro. Harry obedeceu.

Qual é o problema, Potter? As versões dos eventos dos plebeus não lhe interessam? Por quanto tempo você vai se humilhar antes que sua arrogância o convença de que o posto está muito abaixo do Menino que Salvou o Mundo? Esse pedestal sobre o qual você está sentado foi construído por aqueles que você está ignorando.

Harry deixou o bilhete cair de suas mãos. Uma raiva indignada fervia dentro dele. Ele não pediu para sentar em um pedestal. Ele não tinha tempo para ouvir cada bruxo ou bruxa com uma história. Ele estava trabalhando! E ele não era arrogante! Ele não escolheu ser o salvador do mundo bruxo! Como Snape ousa julgá-lo?

Quanto mais ele pensava nas acusações de Snape, mais furioso ficava. Quanto mais irritado ele ficava, mais duro seu pau ficava – para sua irritação. Quando ele se lembrou de ler o segundo pedaço mais longo de pergaminho, ele estava pronto para matar e foder Snape. Não necessariamente nesta ordem.

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