°•9 Capítulo •° Passado

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Eu não gosto das chaves do seu reino
I don't like your kingdom keys
Uma vez elas pertenceram a mim
They once belonged to me
Você me pediu um lugar para dormir
You asked me for a place to sleep
Me trancou do lado de fora e deu um banquete (quê?)
Locked me out and threw a feast (what?)

Taylor Swift- Look what you made me do

🌹🌹🌹🌹

Um arfar escapa de minha garganta em resposta, as mãos de Apollo passeiam em meu corpo como se eu fosse água e ele pudesse me moldar ao modo dele ,e nadar em seguida ,as mãos dele seguram meu pulsos e os colocam pra cima e o olhar dele se encontra com o meu, não desvio o olhar pois me sinto desafiada mas ao ouvir um pequeno barulho olho pra cima confusa e pronuncio um xingamento incoerente

Como eu não vi essa porra?

Apollo dá um sorriso sarcástico e se levanta ficando de frente pra mim em pé. Não ouso fazer o mesmo ato , e mesmo que eu quisesse ousar, não consigo. Não, eu não estou me subestimando, eu realmente não tenho como, pois ele não só pegou as algemas que minha mãe tinha no quarto dela (não me pergunte o por que , mas eu sei) , mas como também agora está com o meu diário e o meu celular em mãos, dois intens que guardam segredos os quais eu escondo a setenta chaves . Não eu não errei é setenta chaves mesmo , pois acredito que sete chaves é pouco

Eu deveria ter ouvido meus pensamentos odiosos é intrusivos quando ainda podia , e não quando eu estou no lugar o qual me traumatizou observando meu inimigo com os meus objetos pessoais após me manipular de forma suja

Eu sou tão burra...

Minha visão se embaça e minha garganta queima clamando para que eu desabe e comece a chorar

Apollo não se pronuncia

Apenas sorri e sai fechando a porta do porão e gira o trinco da fechadura

Nesse exato momento eu paro e a ficha finalmente vem atona

Um grito sai de minha garganta, mas sei que daqui ninguém me ouvirá, nunca me ouviram quando era na alma, não vão ouvir quando é o corpo e mente. Lágrimas caem pelos meus olhos e as lembranças do passado me invadem de forma cruel, me mostrando que sim, eu nunca vou ser feliz, e estou destinada a sofrer, não importa o quão gentil eu seja, o mundo me puxa pro buraco da escuridão que eu escondo de todos

A escuridão que habita minha alma da forma mais profunda e me faz lembrar dos piores momentos de minha vida, o som de um trovão ecoa me trazendo de volta a realidade, mas o medo ainda se faz presente e eu grito novamente clamando por paz em meio ao desespero, minha respiração já não sendo mais regular, faz parecer que eu corri uma maratona sem pausa ,o ar me falta nos pulmões e eu o puxo em meio ao desespero, engasgo em meio as lágrimas me sufocando e tento me sentar pra tentar respirar melhor, mas o peso sobre meu pulmão piora e eu sufoco em meio ao desespero puxando ar ,como se minha vida dependesse disso, pois realmente ela depende

O som da chuva forte cai de forma cruel e bruta lá fora e um grito escapa novamente de minha garganta e eu arranho o chão enquanto puxo o ar novamente, uma nova sensação se junta, uma agonia gigante em meu peito que queima com dor e agonia como se minha alma estivesse me arranhando, pedindo socorro enquanto é torturada aos poucos. Sinto respingos de chuva entrarem em contato com minha pele quente e suada, me sentindo uma bomba relógio como se eu pudesse explodir a qualquer momento
A janela está aberta permitindo que a chuva me molhe e me encharque por completo de forma rápida os lençóis a minha volta estão tão molhados quanto meu rosto, o qual cai lágrimas como uma cachoeira sem fim
Olho as algemas presas a um pequeno compartimento no chão e puxo elas gritando novamente em meio a minha dor

Parece que minha pequena madrugada será bem longa e dolorosa, Eu te odeio Apollo, te odeio ao ponto de te querer morto

A Rosa branca e pura se manchou de sangue, e agora não tem mais alma
Que deus tenha quem a machucar , pois os espinhos agora estão mais afiados, mais dolorosos

Isso está se impregnando na minha alma de forma cruel, sem se importar se dói ou machuca, esse é o objetivo? Me destruir?

Eu odeio o Apollo tanto quanto eu odeio a chuva. A dor que os dois me causam não tem fim , no final sou apenas uma rosa , que tem que aprender a afiar seus espinhos e aprender que nem todos querem meu bem assim como eu quero o deles

Será eu agora a mocinha da história?
Não, não sou mocinha. O que sou então?

Não sei ,mas agora tenho impressão de que não vou poder explicar agora e muito menos entender

Minha visão escurece por fim , e me entrego a escuridão, e pela primeira vez na vida, eu a recebo de braços abertos

Back in The RainOnde histórias criam vida. Descubra agora