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| 𝐌𝐀𝐋𝐔 𝐅𝐄𝐑𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀 |

⏰ 07:25

Era meu primeiro dia no Brasil, e havia acabado de acordar para meu primeiro dia na faculdade. As malas ainda estavam fechadas, empilhadas em um canto do quarto. Acordei mais cedo do que o necessário, pois ia pegar carona com meu pai.

Levantei da cama, sentindo o piso frio sob os pés descalços, e me dirigi ao banheiro. O quarto era básico, mas havia um toque de luxo nos detalhes. Meu pai tinha me dado liberdade para redecorá-lo como eu quisesse, mas eu ainda não tinha decidido o que fazer com o espaço.

Enquanto escovava os dentes, olhei para o meu reflexo no espelho e tentei imaginar como seria esse novo capítulo da minha vida. O Brasil era um lugar cheio de possibilidades e desafios.
Estava ansiosa e um pouco nervosa, mas também empolgada com as oportunidades que me aguardavam.

Por mais que eu já estivesse acostumada com o Brasil, havia algo de diferente desta vez. Nas visitas anteriores, eu vinha apenas para passar um tempo com minha família materna e meu pai. Agora, foi uma mudança definitiva. Eu vinha para morar aqui.

Lembrava-me de como minha mãe conheceu meu pai durante um intercâmbio em Portugal. O romance deles foi uma história de amor típica de filme, e eu cheguei alguns anos depois para completar a família. Quando eu era pequena, minha mãe decidiu se mudar para Portugal para que eu pudesse crescer ao lado dela e do meu pai, um gesto que sempre apreciei.

No entanto, no final de 2020, meu pai recebeu uma proposta irrecusável do Palmeiras e teve que se mudar para o Brasil. Foi uma mudança difícil para todos, mas minha mãe optou por permanecer em Portugal devido ao seu trabalho. Ela estava bem estabelecida lá e, apesar de sentir nossa falta, preferiu manter sua carreira em primeiro plano. No fundo, ela sempre disse que, futuramente, pretendia voltar para o Brasil. Mas, por enquanto, esse retorno seria adiado.

Depois de me arrumar, desci as escadas e encontrei meu pai esperando na cozinha, já com o café da manhã pronto. Ele me deu um sorriso encorajador, e eu soube que, independentemente do que acontecesse, teria o apoio dele. Peguei um pão com presunto e queijo e uma garrafinha com suco de laranja e peguei a estrada com meu pai, durante o caminho conversamos sobre minhas expectativas e planos para o futuro.

Não demorou muito para que chegassemos até a faculdade, a mistura de emoções me invadiu novamente. Era o início de uma nova jornada e eu estava pronto para abraçar cada momento dela.

Depois de descer do carro, me despedi do meu pai pela janela, dando-lhe um beijo na bochecha e um abraço apertado.

- Tchau, Lulu - ele disse, com um sorriso carinhoso.

Revirei os olhos em tom sarcástico. Eu odiava quando ele me chamava por esse apelido infantil. Já era adulta, e ele ainda insistia com o "Lulu". Ele riu ao ver minha reação, claramente se divertindo com meu desagrado.

- Pai, um dia você vai ter que parar com isso - resmunguei, tentando esconder um sorriso.

Ele apenas acenou e, com uma última troca de olhares e sorrisos, deu partida no carro. Fiquei ali por um momento, vendo-o se afastar, sentindo uma mistura de carinho e frustração. Mesmo com os apelidos irritantes, sabia que ele só queria o melhor para mim. Virei-me e, com um suspiro, comecei a caminhar em direção ao campus, onde July me esperava e novas aventuras me aguardavam.

Entre todas as minhas amigas, July foi a que eu sempre tive mais proximidade. E nós sempre tivemos o sonho de fazer nutrição juntas e, quando descobri que estudaríamos na mesma faculdade aqui em São Paulo, fiquei ainda mais animada. A sensação de realizar esse sonho ao lado da minha melhor amiga fazia tudo parecer mais especial.

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⏰ Última atualização: Jul 31 ⏰

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𝐌𝐀𝐓𝐔𝐑𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora