A Donzela

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Em um reino não tão distante, vivia uma garota. Seu cabelo longo e ondulado, em um tom loiro como ouro, era uma de suas características mais marcantes. Seus olhos castanhos, como mel, deixavam qualquer um sem ar. Essa era a princesa de Zephirya, muito amada e admirada por homens e mulheres. Um doce de menina, muito educada e conhecida por sua honestidade. Seu nome? Park Roseanne, ou como muitos a chamavam, Rosé.

Seu pai era um rei muito respeitado por sua coragem e virtude, sempre protegendo o reino a qualquer custo. A mãe de Rosé era uma rainha muito temida por todos. Era rígida e, se percebesse qualquer tipo de erro, a punição era certa.

Apesar de toda a doçura e maravilhosidade de Roseanne, a garota escondia um segredo: era absolutamente obcecada por contos assustadores. E a floresta ao lado do reino, a Floresta de Aurorim, era a fonte de suas histórias preferidas. Mas, existia uma razão para isso: Jennie Kim, sua criada e melhor amiga. Jennie era apenas três anos mais velha que a princesa, mas cuidava da menina como se fosse sua filha. A morena alimentava a paixão da garota todas as noites.
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- Rosé... hora de se deitar! - Jennie falou, entrando no quarto de Roseanne. - Venha se deitar. Eu irei te cobrir.

A criança, que antes observava as estrelas através de sua janela, agora estava deitada em sua cama, sendo coberta por sua criada.

- Está confortável? - Jennie perguntou, fazendo os últimos ajustes para que Roseanne ficasse muito confortável.

- Estou! - a garotinha respondeu, com um sorriso no rosto. - Irá contar uma história, Jennie?

- Mas é claro, vossa alteza! - Jennie puxou um pequeno banco que ficava abaixo da cama de Rosé. Sentou-se nele e pigarreou. - A senhorita está pronta?

- Sim! - Roseanne respondeu animadamente.

Jennie soltou uma risada por conta da atitude da garota. - Tudo bem, então, lembre-se de ficar em silêncio durante a história!

Rosé concordou, balançando a cabeça em sinal de entendimento, mas em silêncio.

Jennie respirou fundo, pegou um livro com capa de couro, um pouco empoeirado e velho, mas com um símbolo de lua muito bonito, e começou a "leitura". - Dizem as más línguas que nunca se deve entrar em Aurorim por diversos motivos. Monstros vivem ali. Bruxas terríveis e feias se aproveitam de quem ousa entrar lá. E os mais atrevidos nunca mais são vistos após sua ousadia. - Jennie parou um pouco e aproximou mais o banco da cama de Rosé. - Dentre todos os monstros de Aurorim, há uma mais temida: a Donzela de Aurorim - continuou, causando um arrepio em Roseanne. - Dizem que ela era uma donzela muito bonita, a mais bela de nosso reino. Atraía olhares por todas as partes. Sua beleza era imensurável. Porém, em uma certa noite, enquanto andava pelas ruas de Zephirya, um homem se aproximou da garota. A seduziu e conseguiu passar uma noite com ela. A pobre menina, encantada, se apaixonou pelo homem. Ele não pensou duas vezes antes de se revelar o rei dos vampiros, e foi quando a donzela foi mordida. - Jennie respirou fundo e sorriu, estava chegando à sua parte favorita da história. - Desde então, a garota se isolou de todos, morando em um grande castelo dentro da floresta. As lendas dizem que, uma vez ao mês, a donzela volta ao reino durante a noite, à procura de homens tolos que aceitam qualquer oferta da mulher. Então, ela se alimenta do sangue deles, matando-os cruelmente, apenas para continuar jovem e bela. Fim.

Ao terminar de contar a história, Jennie olhou para Rosé, que a encarava com os olhos brilhantes, muito diferente do que Kim imaginava.

- Não está com medo? - a mais velha perguntou, fechando o velho diário. - Essa era uma das histórias mais assustadoras que minha mãe já me contou.

Roseanne abriu um sorriso. - Ela é real? - a menina perguntou, sentando-se na cama.

A pergunta repentina fez Jennie arquear uma sobrancelha. - Como assim? Ela quem é real?

- A donzela, ela é real? Ela existe mesmo? Ou é somente fruto da imaginação do povo? - Rosé perguntou novamente.

- Ora, senhorita. Não faço ideia de quanto desta história é real. Mas algo deve ser. Talvez realmente tenha existido a donzela, mas ela não deve ser um vampiro vivo até hoje.

Quase instantaneamente, o sorriso de Park desapareceu.

My Dear Vampire! (Chaesoo)Onde histórias criam vida. Descubra agora